A Mansão Joestar e Dio "O Invasor"

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Somente no outro dia Charlotte despertou de seu sono, sem entender absolutamente nada do que estava ocorrendo. Se moveu pela confortável cama, esfregando sua mão no lençol branco, apertando o travesseiro e movendo as pernas para sentir a maciez e conforto, até então desconhecida por ela.

-Morri e fui ao Paraíso? Ela murmurou.

-Bom dia!

Uma voz infantil ecoou pelo quarto. Jonathan sorria, feliz, por saber que a garota havia acordado bem. Manteve-se sentado na cadeira de frente para a cama. Trajava um terno azul escuro e parecia ler algum livro que Charlotte foi incapaz de reconhecer. Ela se sentou na cama.

-Você está na mansão Joestar. Me chamo Jonathan Joestar. É um imenso prazer te conhecer. Qual seu nome?

-Mansão?! - perguntou perplexa. -Me desculpe, só estou confusa... Meu nome é Sophie Charlotte Marie. Obrigada por me trazerem para cá.

-Danny, meu cachorro, te encontrou desmaiada e trouxemos você para cá. Um médico te examinou. Não sei o que ele disse ao meu pai.

-Não sei como posso agradecer... Vocês não tinham obrigação de me ajudar.

-Charlotte! Faríamos isso com obrigação ou não, você não merecia passar por aquilo. - ele se levantou. -Depois que tomar banho, desça para tomar café da manhã conosco.

Jonathan sorria docemente, e num piscar de olhos retirou-se do quarto. Charlotte se levantou da cama finalmente e poderia explorar um pouco daquele imenso quarto. Jamais imaginou que fosse estar vivendo n'algo tão luxuoso; cheio de conforto. Até as janelas são bonitas. Havia cadeiras estofadas, escrivaninha e um banheiro que era o auge para Charlotte que jamais havia visto algo tão diferente; quando foi tomar banho se assustou.

-A água é... Quente! - ela quase gritou, surpresa.

Charlotte estava maravilhada com essa novidade chamada de banho com água quente. Como viveu por muito tempo nas ruas, seu banho era água fria da chuva.
Não demorou mais do que alguns minutos para se banhar, toda alegre vestindo roupas limpas e cheirosas. Penteou seu cabelo preto – como um corvo, liso e com franja para terminar de se arrumar para o café da manhã

-Bom dia, senhor Joestar.
-Bom dia, Charlotte. Venha tomar café da manhã conosco.

George é um homem generoso. Nunca na vida pensou que pudesse ter essa sorte de encontrar pessoas assim. É grata. Apenas isso.
Charlotte se sentou ao lado de Jonathan, observando a mesa farta. Havia coisas que nunca tinha visto na vida, então provou da torta de frutas vermelhas e adorou.

-Que gostoso...- ela murmurou.

-Coma o quanto quiser! - JoJo sorria. Era um lindo sorriso estampado. Alegre. Feliz.

Não tinha tempo ruim com Jonathan, que tornou seu melhor amigo e confidente. Charlotte lhe dava algumas aulas quando possuía dificuldade em alguma matéria no colégio em que ambos estudam. A menina, por sua vez, ampliou ainda mais seu conhecimento através da fabulosa e vasta biblioteca da mansão lendo de todos os tipos de livros. Passou horas ali, descobrindo seu mais novo interesse pelo mundo da Química.
Seria um risco a se correr, sim, mas está disposta a entrar em uma faculdade de Química para poder mostrar às outras mulheres que o mundo não é apenas marido, filhos e cuidar do lar. Todas podem estudar e trabalhar com dignidade. Nenhuma mulher precisa abdicar de seus sonhos por causa do que a sociedade lhes impôs. Acontece, que em pleno século 19, esse tipo de pensamento era muito errado - todos julgam mulheres diferentes daquilo que devem ser. Outro motivo pelo qual não usa vestido até o presente momento, é para mostrar que ser feminina não precisa ter a necessidade de usar corpetes extremamente apertados e nada saudáveis, junto de vestidos que de alguma forma, objetificam seus corpos, ficando ao agrado dos olhos masculinos. Estas peças apertam a cintura, causando feridas dentre outros problemas.
Em seu tempo na mansão, o que já vem durando meses - que viraram anos, Charlotte nunca teve nenhuma amiga, e tudo o que sabe sobre o mundo feminino é escasso, se baseando na mulher que conheceu um dia. Era digna e linda. Merecia muito mais, com certeza, é por isso que a garota lutará para que todas possam ter o direito de opinar e ir e vir, sem que ninguém questione tal atitude.

Em textos de livros famosos, lia sempre o das irmãs Brontë, William Blake e seu livro favorito do poetisa é "A Poison Tree", mas não pense que Charlotte lê poemas apenas. Ela entende de filosofia, geografia, história e política melhor do que um homem. Na escola faz questão de demonstrar toda sua inteligência e perícia em cada assunto. Na biblioteca passou dias lendo livros de Química, Física e Biologia, queria enriquecer seus conhecimentos ainda mais e desta forma, o tempo foi passando.

JJBA - Sangue Fantasma - Universo AlternativoOnde histórias criam vida. Descubra agora