O Príncipe

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"Permissão para falar, senhora!" A voz estridente do jovem soldado Konohamaru rompeu o silêncio da formação militar que se reunia em frente a Neji e Hanabi.

"Concedida!"

"Por que tão cedo?" Uma onda de risos em concordância rompeu entre os sonolentos soldados da Anbu.

Por volta das 2 e tantas da manhã, a turma especial da guarda de defesa de Konoha havia sido acordada com um chamado urgente dos primos Hyuuga. Deveriam comparecer ao campo de treinamento em meia hora, carregando sua melhor arma de combate. Confusos, sonolentos e com muito frio, os jovens guerreiros chegaram e se depararam com Neji e Hanabi ao redor de uma enorme tina feita de madeira e cheia de água limpa. Junto a eles também estava Ino, a enfermeira da cidade que não permitia que atividade alguma fosse realizada sem a sua presença no local.

A reclamação de Konohamaru não era infundada. Todos naquele grupo estavam esgotados. Diariamente, Neji e Hanabi ministravam treinos árduos, desde as horas mais claras até o pôr do sol. Ensinavam técnicas de combate para mimetizar o estilo Hyuuga, um estilo de luta extremamente desgastante e diferente de tudo o que já haviam visto antes, desde o posicionamento das mãos até a energia utilizada para atingir os efeitos desejados. Havia, também, treinos intensos de combate com armas e estudos de técnicas avançadas de expurgo contra criaturas demoníacas. Essas práticas eram o tipo de exorcismo que a igreja se recusava a aceitar por considerá-los magia negra. Ao longo de semanas, os soldados dedicavam-se a absorver o máximo de informação possível a fim de prepararem-se para um confronto real contra os vampiros e, isso, os consumia física e mentalmente.

"Por causa disto, soldado." Hanabi respondeu ao rapaz, que era apenas um pouco mais velho que ela, erguendo um espelho redondo, sem cabo, feito de prata polida e pouco maior que a palma da mão de um homem adulto. O artefato possuía bordas decoradas com arabescos e diamantes encrustados ao seu redor.

"Um espelho?" Kiba, o soldado-saco-de-pancadas favorito de Hanabi, questionou ainda sonolento demais para raciocinar com clareza.

"Obviamente, não deve ser um espelho qualquer." Shikamaru, o líder e estrategista da equipe, comentou compreendendo a situação.

"Absolutamente! Este é um Espelho das Trevas. Um artefato sagrado que permite sintetizar a luz das estrelas e purificar toda arma forjada por mão humanas."

"O que significa que..." Moegi, a única garota no grupo puxou a afirmação em um tom empolgado.

"Sim, hoje, finalmente, tornaremos suas armas em armas como as nossas." Neji completou criando uma série de gritos agitados entre os soldados.

A forja de armas era a etapa mais aguardada do treinamento, pois os Hyuuga disseram ser a etapa final, o último ensinamento que podiam passar a seus aprendizes. Além disso, desde a primeira luta, os soldados Anbu desejavam, com todas as forças, empunhar aquele armamento divino. As armas de metal claro e reluzente que chamavam atenção, não apenas pela beleza, mas por sua eficácia contra os Uchiha. Pois, não apenas cortavam, mas que também queimavam os vampiros que eram retalhados por suas lâminas.

"Preciso alertá-los de que essas são armas para serem usadas em guerras divinas, nunca em guerras entre homens. Se algum dia essas lâminas cortarem carne humana, elas se contaminarão e voltarão a ser armas comuns." Neji alertou antes de Hanabi ordenar:

"Apaguem suas tochas e façam um círculo ao redor da tina."

E assim o fizeram. Ao lado de Neji, seguiam Konohamaru, Moegi, Udon, Shikamaru, Shino, Chouji, Lee, Sai, Kiba e Hanabi fechando o círculo. Apesar de estarem na hora mais escura da madrugada, aos poucos os olhos de todos iam se acostumando à penumbra. Ademais, a luz fria e intensa vinda da lua cheia tornava desnecessário o uso de qualquer outra fonte luminosa.

Livrai-nos do malOnde histórias criam vida. Descubra agora