Parte 2 - Tomo II

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I said: No one has to know what we do

His hands are in my hair

His clothes are in my room

O quarto escolhido era no décimo primeiro andar.

Nós entramos no elevador e eu me encostei na parede, assim como Draco, só que na oposta, ficando de frente para mim. Os olhos acinzentados focaram nos meus. Ele não sorria, o que me fez perguntar mentalmente o que se passava por seus pensamentos. Não precisava de muito para saber que estávamos sintonizados. Por mais que muitas vezes Draco Malfoy ainda fosse surpreendente para mim, naquele momento, eu conseguia reconhecer o que ele sentia. Afinal, eu sentia o mesmo.

Comecei a perceber que seus olhos escureciam um pouco sempre que ele me olhava daquele jeito, quase não dava para perceber as nuances azuis. De repente, a distância era um grande incômodo. Eu só queria que ele se aproximasse de uma vez. Como se estivesse lendo meus pensamentos, Draco me alcançou, colocando a mão exatamente em cima do osso da minha pelve. Ele me empurrou mais contra a parede, pressionando seu corpo contra o meu, sem desviar os olhos dos meus.

— Ninguém precisa ficar sabendo – eu disse antes que sua boca chegasse a minha.

Não sabia exatamente o porquê daquelas palavras terem saído de mim. Talvez fosse um modo de autoproteção. Se ninguém precisava ficar sabendo, não seria nada significativo ou que viesse a se repetir. No fundo, eu estava um pouco assustada, considerando que as últimas horas com o Malfoy me fizeram olhar de fato para ele. Draco não era a figura que eu criara na minha cabeça. Era muito mais e, assombrosamente, percebera que gostava do que havia descoberto. Ao mesmo tempo, ainda me prendia à imagem que possuía dele e, por isso, imaginava que as coisas não terminariam bem, pelo menos não para mim.

Eu estava em uma terrível confusão, já que, por outro lado, somente queria esquecer todos os conflitos criados pelas vozes da minha cabeça e beijar Draco Malfoy.

As pessoas sempre dizem que não é possível escolher por quem se apaixona. Tremenda mentira. Claro que é possível, mas exige força de vontade. Eu poderia tê-lo afastado, descido e pedido outro quarto separado do dele. No outro dia, voltaria para casa e garantiria que não o veria mais que o necessário. Porém, quem eu queria enganar? Era um risco que estava disposta a assumir, principalmente enquanto respirava seu perfume amadeirado e sentia seu corpo firme pressionado ao meu.

Draco me olhou com mais firmeza e, por alguns segundos, enxerguei certo incômodo na sua expressão, que logo se dissipou.

— Como quiser, Greengrass.

Eu assenti uma única vez e, sem perder tempo, a sua boca tomou a minha, em um beijo faminto, completamente diferente do nosso primeiro. Eu já conhecia o seu gosto e o modo como sua língua deslizava com a minha, mas, mesmo assim, gemi quando ele virou meu rosto um pouco para o lado a fim de aprofundar o beijo. A mão dele escorregou para dentro da minha blusa, seus dedos quentes tocaram a pele nua da minha barriga, provocando um tremor que percorreu minha coluna.

O modo como Draco me beijava era exigente, como se estivesse dizendo sem palavras que desejava que eu me entregasse, que estivesse completamente com ele naquele momento.

Somente quando ouvimos o som das portas do elevador se abrindo, Draco se desgrudou de mim, segurando a minha mão e me puxando para o corredor do hotel. Para nossa felicidade, o quarto 1101 fora o primeiro que vimos. Ele retirou o cartão do bolso enquanto eu me encostava na porta e deixava minha mão percorrer suas costas, trazendo-o para mais perto de mim. Quando ele conseguiu liberar a porta, entramos quase nos empurrando no quarto. Draco fechou a porta e parou por alguns segundos para me olhar.

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