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— Pelo amor de Deus!

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— Pelo amor de Deus!

Ignorando os protestos dos meus sócios, apago o cigarro, entrando no quarto onde nosso suspeito está há três dias.

Uma das coisas que mais sinto falta nos fuzileiros, é não precisar lidar com a burocracia, porque estava sempre preocupado em me manter vivo. O resto era consequência.

Desde que saí do pelotão, há doze anos, e decidi que trabalharia na área de segurança e investigação, cenas como essas se tornaram comuns na minha rotina. E, cara, são esses momentos que fazem eu me perguntar o motivo de gostar tanto dessa área, porque a obrigação de manter a calma é um teste eterno de controle para mim. Honestamente, nada mais tedioso do que ficar frente a frente com alguém que eu simplesmente atiraria, caso estivesse nos fuzileiros.

Como isso seria politicamente incorreto por aqui, preciso ao menos assustá-lo se quiser que ele coopere comigo.

Abro a porta do quarto, assustando Paul, que se levanta da cama de supetão. Me aproximar dele não foi difícil; bastou pagar algumas cervejas, ouvir algumas histórias estúpidas e pronto, eu estava na lista de melhores amigos de Paul Bernard.

— Ei, porra, o que...

Não lhe dou tempo para dizer mais nada, porque agarro o colarinho da camisa esfarrapada, pressionando-o contra a parede. Tiro a navalha do coldre, deixando a ponta na garganta do infeliz. Não muito, apenas o suficiente para que ele sinta que qualquer movimento brusco pode feri-lo.

— Não sei o que está acontecendo aqui, Paul, mas é melhor você abrir o bico, está me ouvindo? — rosno, torcendo um pouco mais o braço dele.

— Jake... — ele resfolega o nome que inventei para ele, arregalando os olhos. — O que você...

— Eu te disse que não posso ser pego de novo e não vou. Você vai abrir o bico para eles ou vou pegar aonde mais te dói. Estou sendo claro o suficiente?

— Você não...

— Eu faria isso, Paul. Falei para você que não iria ser pego de novo e olha só onde eu estou por sua causa, seu filho da puta.

Sinto mãos me puxando para me afastar de Paul, e a minha relutância não é tão fingida. Ele não se mexe e a expressão de medo não sai do seu rosto enquanto não estou fora do seu quarto.

— O que te deu na cabeça, porra? — Mark rosna assim que estamos longe dos olhos e ouvidos de Paul. — Iria matar quem pode nos ajudar?

— Você sabe que não trabalho assim, Mark. — respondo tranquilamente, acendendo um cigarro. Dou uma longa tragada, exalando a mínima fumaça que sobrou pelo nariz. — Não estou disposto a aguentar esse imbecil por muito mais tempo. Ele sabe de alguma coisa e estou disposto a arrancar isso dele, não importa o que eu precise fazer.

Par perfeito - Livro 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora