O relógio de cuco pendurado na parede contava os últimos minutos para as cinco da tarde. A rústica sala, com as suas paredes de madeira, aparentava alguns sinais de desgaste devido à idade da residência onde se encontrava. No centro da mesma, haviam duas mesa redondas acompanhadas de cadeiras e um candelabro no centro. A chuva no exterior é o único sim existente naquele lugar. Derrepente o cuco começa a cantar, são cinco horas.
Elizabeth se encontrava sentada numa das cadeiras, lendo "The wizard of Oz" enquanto esperava sua companhia. Leitura vai, leitura vem e se passaram dez minutos. Cansada de esperar, a ruiva chama pela governanta. Começa a observar os grandes quadros pendurados na parede e as estátuas que sempre a assustaram, naquele momento eram a sua única companhia.- Menina Berrycloth, chamou-me?- pergunta a governanta.
- Dona Amelia já nos conhecemos à tanto tempo e a senhora insiste em chamar-me pelo sobrenome? Chame-me pelo meu nome, Ellie.- diz com um sorriso
- Sim Ellie, mas duvido que esse seja o real motivo por me ter chamado.
- Ele não vem pois não?- pergunta Ellie com um semblante triste no rosto.
- Sabe que seu pai trabalha muito, então ele não pode vir.- responde com o sorriso mais reconfortante que consegue. Dona Amelia sabe como a menina sofre com a ausência do pai, então procura sempre estar disponível para ela.
- Sim, eu sei. Desculpa ter-te incomodado.
Dona Amelia sorri e sai da sala deixando Ellie a olhar pela porta de onde a mesma saiu. "Sozinha outra vez." pensa a menina, voltando-se para o chá que já estava frio. Suspira e volta para o livro, onde sabe que não estará sozinha.
As velhas páginas por entre seus dedos deixam-na com uma sensação de nostalgia, de delicadeza. Ao ler livros lembra-se de sua mãe, que todas as noites lia para a mesma, lembra-se de como todas as palavras fluem por entre as páginas e como sua mãe com delicadeza contava as histórias. Mas tudo mudou depois dela adoecer, acabaram-se as aventuras, as viagens que fazia com ela por entre o mundo dos livros.
Tudo mudou. Ela estava sozinha, seu pai cada vez trabalhava mais e mais para servir a Inglaterra. Já fazia um mês que não tinha uma refeição com ele.
Tudo mudou.
Ellie sentia-se cada vez mais sozinha, não tinha amigos, só os personagens com quem convivia todos os dias. Fazia muito tempo desde que teve um amigo, no entanto a guerra levou-o para longe. Ele era uns anos mais velho, 4 pra ser exata, era como um irmão mais velho para ela. Mas ela entendia, o mundo percisa dele. As guerras se lutam com armas, mas são vencidas por homens. Ele sempre dizia isso. Steve. "Ele vai ser um grande homem." pensava ela e seria.
- Ellie precisamos de conversar. - pede Dona Amelia.
- Sim, claro.- diz Ellie fechando seu livro.
- Com a guerra a avançar e os bombeamentos a serem cada vez mais frequentes, eu e seu pai conversamos e decidimos que irá passar algumas semanas na casa de um grande amigo de seu pai, onde estará segura. Eu conversei com a minha amiga que é a governanta da casa e ela ajudar-te-á em tudo o que precisares.
- Vou pelo menos poder despedir-me de meu pai?- Ellie nem rebateu, mesmo não querendo ir, pois sabia que com Dona Amelia era impossível faze-la mudar de ideas.
- Receio que não, pois partiremos cedo, mas se tiver sorte ele virá para o jantar.- diz confortando a menina.
- Claro, não faz mal, eu entendo.- Diz dando um meio sorriso. Ter um pai ausente nunca foi fácil para Ellie, ela só queria ter alguém que lhe disse-se que nunca estaria só. E o mais perto que tinha era Dona Amelia e ela era-lhe muito agradecida por tudo.
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Olá Caros Leitores!
Espero do fundo do meu coração que estejam a gostar e que esteja tudo bem com vocês.
Obrigada e não se esqueçam,
Treat people with kindness- nessy
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Fênix - As Crónicas de Nárnia
Random𝓕𝓮𝓷𝓲𝔁 - 𝓪𝓼 𝓬𝓻𝓸𝓷𝓲𝓬𝓪𝓼 𝓭𝓮 𝓝𝓪𝓻𝓷𝓲𝓪 Elizabeth Berrycloth, uma menina que sempre viveu sozinha, habituada à solidão é obrigada a ficar na casa do Sr. Digory devido aos bombeamentos que atacavam a Ingleterra. Atormentada com os demóni...