IV - Nárnia

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Após um longa caminhada no meio da gelada floresta, Ellie e Lúcia chegam à casa de um acolhedor fauno, Sr. Tumuns. A casa era pequena, mas grande o suficiente para o mesmo. O fauno começa, de imediato, a preparar um chã, enquanto as meninas ajudam a por a mesa.

- Que bela visita me fizestes menina Lúcia. E quem seria esta jovem que vós acompanhais?- pergunta o fauno. 

- Esta senhor, é a minha amiga Elizabeth. Ela está a viver comigo e com meus irmãos na casa do Sr. Digory.

- É um gosto conhecê-la menina Elizabeth...

- Barrycloth. Elizabeth Barrycloth. Mas por favor, chame-me Ellie.- responde a ruiva.

- Sr. Tumuns, como já deve ter percebido, é a primeira vez da Ellie em Nárnia e ela não sabe nada sobre o lugar, poderia contar-lhe sobre este mundo?- pergunta Lúcia.

- Mas é claro minha menina.

Sr. Tumuns conta a história de Nárnia empolgado, afinal não é todos os dias que se encontra duas filhas de Eva. Só faltam três, pensava ele.

- ...nunca se deixem enganar pela feiticeira Jadis, ela não é flor que se cheire.

- Porquê?

- Jadis afirma ser a rainha de Nárnia, então congelou as terras e faz da nossa vida um inferno. Vivemos todos os dias com medo de dar de cara com ela e acabar petrificados para sempre.

- Então quem seria o rei de Nárnia?

- Aslam.- responde com calma.

Um sentimento de liberdade invade o corpo de Ellie, o mesmo que havia sentido no sonho. Ouvir o nome de Aslam, sempre lhe trazia confiança e perdia o medo, mesmo que não estivesse sentindo nenhum no momento.

- Muito obrigada senhor, mas acho que já deve estar tarde. Deveríamos ir para casa.- diz a pequena.

- Oh, não faz mal crianças! Voltem outro dia e lhe mostrarei as beldades de Nárnia. Foi um prazer conhecê-la menina Ellie.

- Igualmente senhor.

Lúcia e Ellie deixam a confortável casa de Sr.Tumuns e dirigem-se em direção ao lugar onde saíram do armário. Ao chegarem lá deparam-se com Edmundo, parado a olhar para o nada. Parecia perdido, não, estava perdido!

- Ed!- grita Lúcia em direção ao irmão mais velho.

Edmundo estava completamente mergulhado nos seus pensamentos. Ellie consegui reparar que o mesmo estava com os cantos da boca sujos de manjar turco. "Onde será que ele comeu manjar turco?" Pensava a menina.

- Se soubéssemos que também estarias aqui, teríamos esperado por ti.- sorri a pequena Lúcia.

- Sim, nós até bebemos chá com o Sr.Tumuns, um Fauno.- completa Ellie.

- O que estiveste a fazer até agora?

Edmundo continuava calado e completamente perdido em seus pensamentos. Lúcia rapidamente abraça o irmão e o mesmo fica sem reação. 

A leve ventania que se encontrava presente na floresta, fazia as árvores dançarem. O vento e as árvores sussurravam leves palavras de uma conversa impercetível às crianças. Os passarinhos cantavam delicadas canções. Nada parecia real aos olhos da ruiva, tudo parecia um sonho, um deleitável sonho fruto da sua vasta imaginação, algo digno das histórias dos seus livros de fantasia.

A neve tranquilamente derretia, dando espaço para sensíveis flores nascerem no mesmo lugar e leves melodias ecoavam. O som da esperança nascia nas terras de Nárnia.

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Lúcia sai do armário acompanhada de Ellie e Edmundo ainda estupefactos com todos os acontecimentos daquela tarde, enquanto a mais nova se encontrava com um sorriso radiante em seu rosto. Finalmente seus irmãos acreditariam nela, isso era o que pensava.'

As três crianças correram em direção à biblioteca, onde provavelmente encontrariam os mais velhos. 

- Eu estive lá outra vez!- diz a mais nova no momento em que entra na sala- E desta vez a Ellie e o Edmundo foram comigo!

- É verdade eu estive lá!- acompanha Ellie.

- Onde?- pergunta Susana

- Em Nárnia! A Ellie conheceu o Sr.Tumuns, o fauno!- Lúcia dizia radiante enquanto Ellie só concordava.

- De novo essa história Lúcia? E agora tu também Ellie?- perguntou Pedro

- É verdade, eu estava lá! Conheci o fauno ele era muito simpático, acreditem em nós, por favor!

- Isto é verdade Edmundo?- pergunta Susana

- Não.

Era percetível a indignação na cara de Ellie que levemente girava na direção de Edmundo. Ela era capaz de matar alguém com o olhar que lhe lançou. A fúria que ela sentia naquele exato momento era capaz de incendiar a casa inteira. O sorriso de Lúcia desapareceu lentamente, como as nuvens que cobrem o sol num dia nublado, preparando para chover. Ela ficou desiludida, dececionada, triste, todos os adjetivos e sentimentos de tristeza possíveis.

Mas Edmundo não estava totalmente errado. Ele não havia conhecido o fauno, e preferia mentir para os irmãos em vez de dizer que esteve em contacto com um ser daquele mundo mágico. Ele não poderia dizer que estivera com a feiticeira, não depois do que a irmã lhe havia dito.

- Mas...tu estavas lá. O que fizeste enquanto estavas lá?- pergunta Lúcia.

Uma facada atingiu Edmundo, o que ele haveria de responder? 

- Eu simplesmente entrei no joguinho de Lúcia e ,aparentemente, Alex, mas sabem como é, algumas crianças simplesmente não sabem a hora de parar de brincar.

Não havia um mínimo de empatia nos olhos de Ellie, apenas ódio por Edmundo. Lúcia tinha seu rosto cheio da lágrimas e saiu a correr para seu quarto. Ellie não queria deixar a mais nova sozinha, pois sabia o quanto era difícil suportar toda a tristeza e raiva sozinha, ela havia feito isso durante toda a sua vida. Então ela saiu atrás de Lúcia, mas não antes de dar um último olhar de raiva aos irmãos, que os amedrontou, principalmente a Edmundo que sentiu o olhar a perfurá-lo.

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Olá
Demorei mas aqui está. Talvez ainda poste outro capítulo ainda esta semana ou até mais,mas estou com muito trabalho para a escola.
Beijinhos e abraços virtuais e não se esqueçam,
Treat people with kindness

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⏰ Última atualização: Mar 01, 2021 ⏰

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