1865, Um ladrão em ativa

29 4 0
                                    

Havíamos ido caçar. Eu e meu pai estávamos saindo do rancho, em busca de algum alce. Senhor Bright vivia sonhando com um lombo de alce temperado com tomilho e sálvia.

Como era inverno, era o tempo em que os alces mais apareciam. Fomos em um riacho ali perto, eu montado no meu burrinho e meu pai no seu cavalo. Percorremos todo o riacho e achamos dois alces.

Eu lembro de estar prestes a dar um tiro em um deles. Era um macho e uma fêmea. Estavam deitados, e não haviam ouvido a gente. Até que um deles se levanta, e eu vejo três filhotes de alce. Pequenos, coitados e com frio. Seus pais provavelmente estavam procurando abrigo para os filhotes e para eles mesmos por conta do inverno. Eu fiquei com receio de atirar, e deixar aqueles pequenos filhotes órfãos.

E então, prestes a puxar o gatilho, mesmo com muito medo, meu pai me fala:

"–Vamos filho. Eu dou outro jeito de conseguir uma carne dessas."

Eu simplesmente não questionei. Segui meu caminho junto com ele, e decidimos seguir nosso caminho.

Meu pai andou até encontrar uma casa perto do riacho. Onde ele pediu pra seguir ele, e evitar fazer barulho.

Na hora, eu sabia o que estava acontecendo. Mas não tinha nenhum mal pressentimento.

Meu pai conseguiu abrir a porta daquela casa. E entrou para vasculhar. Ele perambulando com uma arma na mão e cautela, era algo estranho vindo dele.

Meu pai achou uma estante e algumas  comidas enlatadas. Eu vasculhei, e não tinha ninguém na casa.

Procurei em todos os cantos, e achei uma caixa esquisita. Estava trancada com cadeado, e era extremamente robusta. Tive quase que quebrar a arma pra abrir.

Quando abri, tinha uma carta, muito estranha, que dizia:

"Chicago, 13 de outubro de 1862
Exmo Senhor Lincoln, peço-lhe a retomada dos investimentos na Lincoln & Yana Oil Co.
Por causa da quebra da empresa, cerca de 40% das ações de óleo cairão. Peço-lhe a retomada da posse da empresa, tendo em vista que o Senhor Histeinfield não é um chefe exemplar.
Passar bem, Mark Auntler"

Aparentemente, o dono daquele casebre perto de um riacho congelado era dono de uma companhia de óleo falida. Eu ouvia enquanto trabalhava, que essa companhia usava mão de obra escrava para suas atividades. Mas deixei-a de lado.

Quando eu vejo, dentro da mesma caixa, havia uma pepita de cerca de 250 gramas de ouro. Ou seja, o cara era rico.

"–Pai! Vem aqui!" – Eu havia gritado.
"–O que foi filho?"
"–Você precisa ver isso."–Eu respondi.

Ele ficou em choque, e me disse

"–Filho, guarda isso."
"–O que? Por que?"
"–Só viemos em busca de comida, por favor guarda iss..."

"–Isso o que?" – Uma voz misteriosa falou.
"–Merda..." – Meu pai sussurrou.
"–Quem são vocês?" – Falou a voz.
"–Calma senhor, viemos em busca de comida" – Falou meu pai
"–Escravos tem sua própria casa pra alimentação!" – Era um homem. Branco, raivoso e com uma roupa formal. Ele apontou uma arma pra nós.
"–Não somos escravos. Precisamos de comida!" – Eu respondi.
"–Vocês não são escravos? Haha! Essa foi boa." – Riu o homem.
"–Lincoln, né?" – Eu perguntei.
"–Ah? Como você sabe meu nome?" – Perguntou ele.
"–O homem que utiliza mão de obra escrava pra conseguir ouro. Não esperava nada de você."
"–Já chega!" – O homem carregou sua arma, estava pronto pra atirar.
"–Você que sabe!" – Meu pai apontou sua arma de volta.

Atrás De RevancheOnde histórias criam vida. Descubra agora