Corrida Do Ouro - Parte 1

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Passou a noite. Aquele dia foi terrível para os planos da nossa gangue. E sabendo que tínhamos apenas dois dias para criar uma estratégia, roubar um navio com mais de 5 quilos de ouro e muitas outras fontes de renda, soltar o nosso "colega" e dar um jeito com um maluco no acampamento, me deixava extremamente pressionado e com medo. Porque era a hora em que eu botaria tudo o que eu aprendi em ação.

Eu acordei, e na mesa, lá na frente, estavam o Michael, Lincoln, O Senhor Corsi, o Manuel, o Coiote Máximo e seu filho. Com uma planta (planta no sentido de papel de estrutura. Nem me pergunte como eles arranjaram isso) do barco que iriamos assaltar. Eu fui direto a mesa, e quando eu ia cumprimentar a todos, o Lincoln, braço direito e amigo de infância do Senhor Corsi, conheceu ele nos campos da família Corsi, e criou junto com ele a gangue, disse:

"–George! Você vai ser útil. Precisamos de dinamite para explodir a lateral do barco. Consegue algum jeito de arrumar?" -
– Perguntou o Lincoln.

"– Bem..." – O Coiote Máximo e seu filho estavam me olhando, com seus olhos castanhos, cabelos com tranças e uma sensação de curiosidade em seus olhares. E então, decidi cumprimenta-los , justamente para não ser incivil.

"–Saudações, colegas"

"–Próspera seja sua vida, colega." - Falou o Coióte Máximo, e seu filho apenas acenou com a cabeça. Eu não estava muito atento sobre a relação dos membros da gangue com os indígenas. E então, eu apenas disse isso.

"–Você me ouviu, George?" - Perguntou o Lincoln, achando que eu estava parado olhando pro nada.

"–Claro, Lincoln. Seria falta de educação não cumprimentar à todos. E na minha visão, falta de educação é um pecado." – Respondi ao Lincoln, meio irônico.

Ele deu uma daquelas risadas em que apenas solta o ar pelo nariz. Um ar agradável, pois era de manhã em um outono. Onde o ar é agradável, menos úmido e mais seco, pelo menos onde nós estávamos era assim. Porque no rancho onde eu aproveitei os últimos dias com meu pai, era úmido. E então, o Lincoln disse:

"–É garoto. É falta de educação. Você está certo." - Falou o Lincoln, com um sorriso na cara.

"–Aprecio." – Respondi.

"–Enfim, é, você consegue um jeito?" – Perguntou o Lincoln.

"–Eu dou meu jeito. Ainda tenho que conversar com aquele homem. O sem dedo." - Respondi ironicamente.

"–Não dê apelidos pra ele. Pegue aquela fita e enrole sobre o dedo arrancado dele. Talvez você até consiga um jeito de conseguir dinamite com ele." – Pensativo.

"‐Boa idéia, Lincoln." – Respondi.

"–Enfim, tenho que ir. Até mais, pessoal." – Falei.

"–Até mais, George!" – Todos falaram. Menos o filho do Coiote Máximo.

E então, eu passei na barraca da Rose, eu chamava ela carinhosamente de "Curandeira do acampamento" e fui em direção ao sem-dedo. Eu não era nenhum especialista em ser um "curandeiro", mas eu sabia pelo menos enrolar uma fita.

Cheguei perto do palanque em que o homem estava, soltei sua mão ferrada das cordas que o prendiam tão forte, que era capaz de ver suas veias pulsando, pedi para ele me dar sua mão, para enrolar a fita. Ele se recusou, e falou:

"–Eu não quero ser curado por você, seu merda!" – ele claramente estava enfurecido. O que ele estaria se não isso?

"–Olha, eu vim te ajudar. Se você quiser agonizar até morrer, o problema é seu."

Atrás De RevancheOnde histórias criam vida. Descubra agora