Me mudei do rancho em 1865. Sai de lá e fui para a cidade. Mais especificamente San Luis, perto da divisa de Illinois e do Missouri.
Tentei arrumar emprego, e sem sucesso. Perambulei com o Baldwin por toda cidade, tentando achar algo. Balconista, garçom, servente de obra, mas todos me recusavam. Chegou a noite, tive de dormir em uma praça. Estava frio demais, chovendo, e eu lá. Deitado embaixo de um banco. Não consegui me dar o luxo de ganhar um tostão naquela merda de dia.
Achei que ia viver como um pedinte. Porém, chegou a manhã, e ainda estava chovendo. Decidi sair um pouco de San Luis e me distrair com a natureza. Talvez eu virasse um fotógrafo. Aquelas coisas, câmeras. Eram legais até, eu amo a natureza. Achava que servia.
Até eu chegar na saída da cidade. O vento começou a ficar mais forte. Mais forte, mais forte, mais forte. Eu passava por uma ponte bamba, cerca de 8, 9 metros de altura da ponte acima de um riacho. O vento começou a puxar a ponte, e então, o Baldwin se assustou, e me jogou de uma ponte de 9 metros.
Eu cai no riacho, inconsciente. E a correnteza me levou até onde daria. Quando eu acordei, achei que estava no céu. Pronto para encontrar meu pai. Porém, tinham 3 pessoas me olhando. Um homem, alto, branco, sem barba e sem nenhum cabelo, com cara de descendência italiana, Um outro homem, barbudo, gordo e cara de descendente de inglês, e uma mulher. Média, velha e eu não conseguia distinguir suas origens. Eu não sabia quem eles eram, mas ficaram aliviados de me ver vivos. Decidiram me carregar até um hospital em San Luis, só que era caro demais para as condições do hospital. Eu não falava nada, talvez eles achassem que eu era mudo. Tiveram que me levar até Chicago. O que demoraria pelo menos 3 dias.
No primeiro dia, eles me levaram a um acampamento. Cheio de gente, e finalmente perguntaram meu nome.
Respondi que meu nome era George. George Ibori. Apenas isso.
Eles quiseram falar comigo, porém eu não respondia.
Então, essas 3 misteriosas, mas saudosas pessoas, se apresentaram.
O mais alto e careca, se chamava Mauro Corsi. Ele era líder do acampamento. Eu havia acertado sua descendência.
O barbudo e gordo, se chamava Oswald Jeffersson Tyrone Wood. Ele se apresentou com o nome inteiro. E ele era inglês, só que nativo.
A mulher média, Sheila Corsi. Esposa de Mauro.
Eles todos eram uma gangue de crimes. Sim, eu fiquei assustado com isso, mas não quis falar nada. O mais estranho disso tudo, e que, após se apresentar, eles me serviram uma sopa. Eles esperaram que eu ficasse mais tempo lá. Mas eu precisava. Pois estava com dores, e havia perdido o Baldwin. Então, ir até Chicago, com o clima não ameno, horrível daquele jeito e extremamente frio, era minha única opção.
Eu comi a sopa, e logo logo dormi. No dia seguinte, uma mulher veio para cuidar de mim, passando uns remédios nas minhas costas, que estavam completamente feridas. Doía. E muito. E então, após toda essa sessão de dor, Mauro chegou para mim e disse que iriamos partir amanhã. Pois eles me levariam numa carroça, me deixando mais confortável.
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Atrás De Revanche
Historical FictionRevanche, o método mais americano de se usar. Em 1863, um ex-escravo é encontrado morto pelo seu filho enrolado em uma bandeira confederada durante a Guerra De Secessão. O que faz com que George Ibori, pistoleiro profissional que faz parte de uma ga...