A IDADE NÃO ATRAPALHA (Capítulo 5)

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Péricles Azambuja, talvez seja o morador mais experiente de todo o Castanhal. No auge de seus noventa e seis anos, ele tem muita história pra contar, é muita coisa que ele viveu, e sentado no banco da praça central, principalmente aos domingos, jogando xadrez ou damas com os amigos, faz questão de contar detalhadamente suas aventuras e desventuras através do tempo que a vida lhe proporcionou e que ele espera alcançar um século de vida. Ninguém duvida, pois o senhorzinho é realmente muito perspicaz, lucido e saudável, tem uma vitalidade de dar inveja a muito jovens, inclusive da academia que ele frequenta três vezes por semana.

- O cara não é fácil, tem um ritmo muito acima da idade que ele tem, e poucos, mesmo os mais jovens tem fôlego pra acompanhar o veterano, haja saúde. - Relata o amigo e vizinho de longa data, Haroldo Rosa, cerca de vinte anos a menos do que Péricles.

Péricles é viúvo, tem uma família numerosa, e apesar disso mora sozinho numa casa localizada entre a barbearia do Valdoir e o Açougue do Vieira.

Sua esposa, d. Ernestina, faleceu a mais de vinte anos. Desde então, ele teve algumas namoradas, que lhe renderam o apelido de Don Juan, adivinha quem colocou o tal apelido?

Pois bem, de fato, segundo alguns relatos, o apelido lhe coube muito bem. Ele mesmo, não se contrapôs, e até achou divertido, o que cooperou pra que a história se espalhasse bairro afora.

Péricles é muito ativo nas atividades do bairro, é participativo e solidário. Faz questão de respirar tudo o que a vida lhe oferece de bom. Era um esportista voraz até sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo numa partida de futebol, no auge de seus setenta e oito anos. Detalhe: na época, além do futebol, ele também jogava vôlei, tênis e basquete.

JOÃO SEXTA-FEIRA E OUTRAS HISTÓRIAS: CONTOS E CASOS DO BAIRRO CASTANHALOnde histórias criam vida. Descubra agora