Soomi não se sentia uma garota especial.
Se esforçava na escola para passar de ano, não tinha muitos amigos e tinha seus problemas em casa, mas tinha alguém que a achava especial e queria que ela se sentisse assim.
A garota se sente invisível até co...
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Na manhã seguinte, após uma noite de sono conturbada, eu me senti um pouco perdida. Minha conversa com minha mãe durante o café da manhã ainda ecoava em minha mente, deixando-me com uma sensação estranha de incerteza. Ela havia me prometido que resolveria a situação com meu pai, mas ao mesmo tempo me pediu para aceitar aulas particulares. Era difícil entender como ela resolveria tudo isso, e a ideia das aulas particulares só aumentava minha confusão.
Ao entrar na sala de aula, fui recebida pela preocupação de Arim, que se sentou ao meu lado e perguntou se eu estava bem. Sua gentileza me fez sorrir fracamente, mesmo que por dentro eu estivesse longe de me sentir bem.
— Estou tentando ficar. — respondi, agradecendo seu gesto de preocupação. — E obrigada por se importar.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Haeri entrou na sala com uma empolgação palpável, interrompendo nossa conversa. Seus olhos brilhavam de animação enquanto ela se aproximava, deixando claro que ela tinha algo importante para compartilhar.
— O que aconteceu? — perguntei, curiosa com sua energia contagiante.
— Eu conversei com o professor Jackson. — começou Haeri, mal conseguindo conter sua excitação. — E eu consegui convencer ele! — ela bateu palmas, e eu pude sentir a vibração de sua empolgação.
Sua animação era contagiante, mas eu ainda não entendia completamente sobre o que ela estava falando.
— Convencer sobre o quê? — indaguei, esperando por uma explicação.
— Se acontecer alguma coisa com você, eu serei a Julieta! — ela anunciou, sua voz ecoando pela sala.
Fiquei momentaneamente sem palavras. Era reconfortante saber que Haeri estava disposta a me substituir caso algo acontecesse, mas ao mesmo tempo, sua empolgação só aumentava minha própria ansiedade em relação à peça e aos problemas com meu pai.
— Haeri, isso é muito gentil da sua parte. Mas eu realmente espero que nada aconteça comigo. — respondi, tentando sorrir, embora a incerteza ainda pairasse em minha mente.
A troca de olhares entre nós refletia um misto de emoções: a animação de Haeri contrastando com minha preocupação silenciosa. Era difícil prever o que o futuro reservava, especialmente com tudo o que estava acontecendo em minha vida.
Quer dizer, que bom que ela seria a Julieta se acontecesse alguma coisa comigo, mas não era como se alguma coisa que me impedisse de participar fosse acontecer. A não ser que eu tivesse um treco antes de subir no palco ou se meu pai descobrisse que pela primeira vez eu não iria o obedecer.
Porque eu acreditava na minha mãe.
O anúncio inesperado sobre minha ida à diretoria trouxe um frio na barriga que eu não esperava. Olhei para Haeri, que, como sempre, transformava qualquer situação em algo divertido com seu comentário sarcástico. Ela brincava sobre assumir meu papel na peça, mas por dentro eu me perguntava o que poderia ter dado errado para eu ser chamada à diretoria.
