Notas iniciais: EU VOLTEIIIII!!! Finalmente depois de um interminável bloqueio criativo, uma sequência exaustante de vestibulares e ter reescrito esse capítulo mais de cinco vezes eu consegui finaliza-lo. Espero que não tenham me abandonado nesse tempo em que fiquei fora :(
"Você cuidaria
De uma alma quebrada?
Você me abraçaria agora"
Take me home - Jess GlynneAo sair do Banheiro, vestindo apenas uma toalha amarrada sobre minha cintura e com gotas ainda quentes de água escorrendo por meu peitoral, deparo-me com Elena virada de costas, remexendo em algo dentro do meu armário.
Por um momento esboço um sorriso débil pensando que a morena estava buscando por vingança pelo pequeno acidente com a toalha de ontem. Mas o sorriso se desvai tão rápido quanto veio ao finalmente perceber o que a vampira segurava em suas mãos trêmulas.
Um de meus diários, que podia jurar que havia virado poeira junto com os outros quando os coloquei na fogueira há muitos anos, em uma tentativa frustrada de livrar-me do passado.Pelo visto deixei este passar despercebido. Meu sangue ferveu ao pensar em Elena invadindo minhas lembranças mais sádicas e cruciantes. Descobrindo meu lado vulnerável.
Senti-me acuado como aquela criancinha indefesa que fazia de seus diários seu único amigo e confidente novamente.-O QUE ESTÁ FAZENDO COM ISSO? - Gritei em um excesso de fúria, arrancando o caderno de suas mãos abruptamente.
-E-Eu...Sinto muito, Kai. - Ela disse com a voz falha, ainda procurando as palavras certas para expressar-se.
-VOCÊ NÃO TINHA ESSE DIREITO! - Explodi, ainda com um tom de voz elevado. Cego pela ira, arremesso o diário com força contra a parede perto dela, longe o suficiente para não a atingir, mas perto o suficiente para assustá-la. Não sabia como extravasar minha raiva. Queria gritar, destruir tudo na minha frente e sumir, e seria o que faria se Elena não estivesse a minha frente, me olhando com seus olhos negros iluminados apenas pelo brilho de suas lágrimas escorrendo infinitamente por suas bochechas vermelhas. Ela ainda me transmitia calma e impede-me de ser o furacão que geralmente sou.
Eu estava a caminho de sair do cômodo, porque sentia que precisava respirar. As lembranças estavam me sufocando e minha garganta dava um nó.
Entretanto quando estava me encaminhando em direção a porta, Elena voou até mim e abraçou-me por trás, envolvendo seus braços em minhas costas e agarrando firme.Eu não estava esperando por isso e por um longo momento as palavras simplesmente me fugiram a boca, como se nunca tivesse aprendido a pronunciá-las.
-O que está fazendo? - Perguntei relutante, após me recompor. Tentei me afastar de seus braços envolventes, mas isso só a fez me agarrar ainda mais forte. Como se o mundo dependesse daquele abraço. Seu toque era reconfortante e de alguma forma devolveu o ar aos meus pulmões.
-Eu só li a primeira página, e ao final dela eu mal podia respirar. Eu não consigo nem imaginar tudo o que você passou, e você era só uma criança, nunca não teve culpa de nada, não merecia nada disso. Então eu estou te dando um abraço, porque sei que era tudo o que precisava. E ainda precisa. -Ela responde com a voz embargada, fortificando ainda mais seu abraço que me envolvia. Era como se ela sentisse minha dor em cada palavra. Elena é carregada de empatia e compaixão e sua alma é pura feito água cristalina e ela é capaz de enxergar luz, mesmo nas criaturas mais obscuras como eu.
-Pare! Eu vou acabar te machucando. - Pedi com a voz falhada. Eu não queria ter que me afastar de seu toque acolhedor, mas também não podia me deixar machucá-la absorvendo sua magia vampírica. Meu controle havia melhorado durante todos esses anos, mas ainda não era suficiente para um contanto tão direto como este.
-Eu não me importo. - Respondeu banalmente, se recusando a recuar.
Ela talvez não se importe, mas eu sim. Não quero machucá-la. Retiro com força as mãos macias que me envolviam e me viro para olhar em seus olhos.-Por que? Por que se importa tanto comigo? - Questiono indignado. Não havia nenhuma explicação plausível para me fazer entender o que alguém tão doce quanto Elena poderia ver em mim para ter algum tipo de esperança, eu mesmo já tinha perdido a minha há muito tempo.
-Eu não sei. É mais forte do que eu, inevitável. Sinto que preciso de você tanto quanto precisa de mim. - Ela responde puxando meu maxilar e erguendo minha cabeça. Eu sentia o mesmo. Nossa conexão é inexplicável e quando ela está perto, expulsa todas as vozes, traz a paz e silêncio dentro de mim, tudo o que eu sempre sonhei.
Elena me dá esperanças, o que me deixa com medo. Pois até agora tudo o que ter esperança me deu foi uma queda ainda maior.-Eu não posso ser a pessoa que você quer que eu seja, Elena. Elas não deixariam. - Explico cabisbaixo, tentando não sofrer com uma nova avalanche de memórias.
-Elas?
-As vozes. Elas gritam na minha cabeça, me dão ordens o tempo todo. O único jeito de pará-las é obedecendo, exceto quando estou com você. É como se lutasse contra elas inconscientemente. - Chego mais perto e sinto meu coração apostar uma corrida contra si mesmo, deixando minhas batidas cada vez mais céleres.
-Então talvez eu possa te ajudar. - Elena percorreu suavemente minhas largas cicatrizes no peitoral com a palma de seus dedos e subiu lentamente a mão para minha bochecha olhando profundamente em meus olhos, parecendo fazer uma leitura completa de mim.
Ela se aproxima ainda mais, tornando a distância entre nossos rostos quase nula. Sou atraído por seus lábios e corto de vez o espaço que nos separava. Elena me oferece passagem e nosso beijo se torna intenso, sua língua invadia a minha com urgência e eu correspondia com a mesma veemência. A prenso contra a parede sem soltá-la nem por um segundo. Nem mesmo a necessidade de oxigênio importava, eu só precisava provar de seus lábios doces ainda mais. Pela primeira vez eu sentia algo de verdade, cada parte. Queria que esse momento fosse infinito, queria Elena do meu lado pra sempre, me fazendo esquecer quem eu sou e me dando a chance de ser quem eu quero ser.
Deslizo minhas mãos lentamente por sua cintura sem afastar nossos lábios e continuamos os amassos em um ritmo compassado, até que minha paz é interrompida por uma voz solitária que ecoou em minha mente.-Você precisa confiar em mim. Eu posso te ajudar. - Uma voz suave e doce, que não era de Elena, sussurra em minha mente, quase inaudível. A princípio pensei que meus demônios haviam voltado, mas desta vez era diferente.
-Como você fez isso? - Pergunto afastando-a de mim. Eu não queria parar, mas a voz não era plausível de ser ignorada.
-Te beijar? - Respondeu confusa, dando ar aos seus pulmões.
-Não, a voz. Estava diferente dessa vez. Era apenas uma. Uma voz suave e feminina. Disse pra eu confiar nela...
Fim do capítulo 9...
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𝚃𝚑𝚎 𝚜𝚘𝚞𝚕𝚜 𝚒𝚗𝚜𝚒𝚍𝚎 𝚞𝚜 - 𝐾𝑎𝑖𝑙𝑒𝑛𝑎
FanfictieKai Parker é um sociopata que não conhece o amor. Elena Gilbert é uma vampira que perdeu o seu. Quando ele a sequestra para usar sua magia, eles se veem presos em um jogo perigoso de atração e repulsa. Mas o que eles não sabem é que seus destinos es...