Cecília Josephine
Atravesso a porta, ainda com a luz me cegando. Mas assim como a primeira vez, ela se apaga aos poucos.
Abro meus olhos, e agora, estou em uma cabana na floresta, sentada em cima de um tapete de pele artificial.
A lareira esta acesa, iluminando minha pele clara.
Me levanto e caminho até a janela, observo que está nevando.
Um arrepio percorre meu corpo, me fazendo ficar toda arrepiada, me viro devagar, sentindo que não estou sozinha na cabana.
Encaro a silhueta de uma mulher sentada em uma poltrona do outro lado da cabana.
Caminho de vagar até lá, com o coração até errando as batidas. Ela se levanta.
Oh merda.
Meu corpo trava, não consigo ir em frente, muito menos voltar para trás e sair correndo pela porta.
Cada passo que ela dá, mais eu fico com o cu na mão.
Até que ela para, e posso identificar sua face, um doce sorriso estampado em seus lábios, seus longos cabelos castanhos e olhos castanhos claro.
Mamãe.
Abro um enorme sorriso, e sinto meus olhos se encherem de água.
Ela abre os braços, e eu corro em sua direção a abraçando apertado.Alisa meus cabelos, enquanto eu choro igual uma criança.
A única pergunta que eu me faço é, como isso é possível? Tudo está tão confuso em minha mente.
- Está tudo bem meu amor. - Sussurra em meu ouvido.
- Como senti sua falta mamãe! - Digo em um suspiro.
- Eu sei querida, eu sei...- se afasta olhando em meus olhos. - Está linda! Agora é uma mulher. - Sorri.
- Obrigada...Mamãe, esta tudo Tão confuso! Eu morri? - franzo as sobrancelhas ainda chorando.
- Não! Aí meu Deus, claro que não minha filha. Sei que deve estar sendo muita coisa para você, mas eu vou tentar falar rápido o que está acontecendo, não temos muito tempo! - Me puxa para a sala onde eu estava e nos sentamos no sofá de couro.
- O que é isso mãe? - olho em volta.
- De alguma maneira, sua alma foi enviada para cá. Estamos no submundo, é para cá que todas as almas de criaturas sobrenaturais são enviadas após suas longas vidas. Aqui é onde encontramos a paz.
Franzo a testa e a encaro.
- Cecília, não somos apenas humanos inúteis. Eu deveria ter lhe contado a verdade desde o começo...Minha filha, somos bruxas, mais conhecidas como "Filhas da lua" a deusa suprema. Somos a linhagem mais poderosa diante das bruxas, por sermos as primeiras a serem criadas, e também por termos o dom de nos conectar com a natureza a assim dominar seus 4 elementos, Fogo, água, terra e ar. -
Da uma pausa e me olha para ter certeza que estou prestando atenção.
- Como eu ia dizendo, nós podemos nos conectar com tudo, com os animais, com as árvores, com o vento...Mas assim como nós fomos criadas, outras bruxas também surgiram, não sendo tão poderosas, mais ficando em "segundo lugar". São mais conhecidos como, Bruxos de Sangue, pois praticam magia através se sacrificsacrifícios humanos e de animais. São praticantes da magia das trevas - gesticula com as mãos. - Esses são liderados por uma mulher chamada Enedith, eles clamam por poder, e de toda forma, querem ser os mais fortes. Mas para isso, nós precisamos deixar de existir.
Minha menta da voltas e mais voltas tentando encaixar todas as peças.
- Eles tentaram matar todos os Filhos da Lua que já existiram, mas na sua primeira vida, você lançou uma maldição que nos salvou.
- Eu nunca irei morrer, assim como todos os outros Filhos da Lua. - Murmuro e ela assente.
- Isso. Mas com você sabia? - Me encara.
- Eu estive em uma espécie de visão ou lembrança, de minha primeira vida, pouco antes de ser assassinada, eu lancei a maldição.
Encaro minha mãe, que estava me olhando com o olhar zeloso, agora eu entendi. Nessa vida. É nessa vida que irei mudar meu destino!
Olho para mamãe como se uma lâmpada estivesse sido acesa
- Como irei fazer isso? - me levanto e arqueio as sobrancelhas, abrindo os braços.
- Você irá saber na hora certa. Mas agora tem que voltar, sua alma não pode permanecer no submundo por muito tempo, enquanto você ainda está viva, pois corre o risco de não acordar mais, até sua próxima reencarnação.
- Mãe eu não consigo fazer isso sem você! Eu preciso de você! - sinto as lágrimas voltarem a descer.
- Ah mais é claro que consegue! Você pode fazer tudo minha querida. - Se levanta também e seca minhas lágrimas. - Vá até nossa antiga casa, suba no sótão, e procure nas minhas coisas minha caixa de jóia, no fundo falso dela, há um livro antigo de magia, nele esta tudo que você irá precisar saber. Agora acorde. - Me dá um abraço apertado.
- Como eu faço isso? - arregalo os olhos me separando do Abraço.
- Apenas se concentre, e sua alma entrará em contato com seu corpo. - segura minhas mãos. - Eu amo você minha filha!
- Eu também amo você mamãe!
Fecho meus olhos tentando manter a respiração controlada.
Agora eu estou em uma lugar escuro, o completo nada. Uma porta é aberta, mas ela está longe, muito longe.Quando dou o primeiro passo, deixo o lugar escuro e estou em uma montanha, outro passo, e estou em um campo florido.
E então eu corro, tentando alcançar a porta. Estou entendo, esses lugares que ficam diferente a cada passo que dou, são todos os lugares que eu já estive em todas as minhas vidas.
A porta esta próxima.
Ela se abre, e parece sumir aos poucos, mas antes de sumir por completo, eu atravesso a abertura.
💜Notas da autora 💜
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A Prometida
VampireCecília Josephine Guinevere, era uma jovem, muito bonita e alegre. Tudo isso mudou quando passou por grandes traumas, primeiro perdendo duas amigas muito queridas, e depois perdendo a mãe. Sendo ignorada pelo pai e pela madrasta, que por sinal era m...