Dezoito

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Castiel tinha acordado tarde para o trabalho. Ele se apressou o mais rápido possível, mas ainda chegou alguns minutos atrasado. Ele bate três vezes na porta da diretora e abre.

"Oi, Tanya." Ele entra, meio ofegante. "Desculpe o atraso."

"Sente-se." A mulher aponta para a cadeira.

Castiel obedece, achando estranho o olhar que ela o dava e a falta de simpatia. "Tá tudo bem?" pergunta.

"Eu vou te dar as más notícias primeiro." Ela suspira.

"Ok."

"A má notícia é que estão me forçando a demitir dez por cento dos professores."

"Isso é horrível." Castiel franze a testa.

"E a outra má notícia é que você é um deles." Ela mostra os dentes em um sorriso nervoso.

Castiel fecha os olhos e respira fundo. "Isso... Isso n-não é boa maneira de dar uma notícia." gagueja.

A diretora coloca um chapéu mexicano na cabeça e dá um enorme sorriso forçado.

"O que você tá fazendo?" O moreno pergunta, com um rosto confuso.

"Tentando deixar mais divertido." Ela dá de ombros.

"Não." Castiel balança a cabeça.

"É, você tá certo." Ela tira o chapéu da cabeça.

"Tanya, eu sou um bom professor. Eu me importo com as crianças." Castiel tenta. "Eu passei dois meses com uma criança que se chama 'Simas Turbano' e eu não ri nenhuma vez sequer." Sua voz começa a falhar.

"Sinto muito, Cassie, mas o lado bom é que..." Ela pega um bau preto, o apoia na mesa e o abre. "É que você pode pegar o que quiser dessa caixa de achados e perdidos."

"Tá bom." Ele se levanta, desanimado, e olha o baú. Acaba pegando uma miniatura de chapéu.

"Boa escolha." diz Tanya, enquanto fecha a caixa.

"Obrigado pela oportunidade. Foi uma honra trabalhar aqui." Ele segura o choro. "O dicionário define 'Professor' como..."

"Você pode pegar outro." Ela o interrompe e abre a caixa novamente.

Castiel abaixa a cabeça, decepcionado e pega um objeto qualquer, um óculos de plástico colorido.

Ele sai da sala e se senta num banco do corredor. Fica por uns 30 minutos lá, até que liga para Tessa, que chega 10 minutos depois.

"Cas, meu deus, você tá bem?" Ela se senta ao lado dele, totalmente preocupada. "Quanto tempo você tá aqui?"

"Eu surtei e peguei o chapéu." Ele encarava o chão. "Eu deveria ter escolhido o iô-iô ou o bracelete. Agora tudo que eu tenho é esse chapéu estúpido." Ele aponta para o chapéu que tinha na cabeça.

"Sinto muito." Ela o abraça de lado.

"Não, você tá certa. Eu tô exagerando, o chapéu é legal." Ele faz bico. "Você me leva pra casa?"

"Claro. Mas eu não posso subir, por causa do lance com o Crowley." Ela sorri de leve. "Vai ficar tudo bem, tá? Esse é o momento que precede algo incrível que vai acontecer com você. Eu prometo."

Castiel dá um sorriso triste e pega os óculos do achados e perdidos e coloca nos olhos de Tessa.

"Isso te faz sentir melhor?" A garota pergunta, com as sobrancelhas levantadas. Os óculos eram verdes e maiores do que seu rosto.

"Sim." Ele dá um sorriso triste e se levanta, rindo um pouco.

No apartamento:

Ele entra e dá de cara com os meninos reunidos no sofá da sala.

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