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Prólogo

It's funny how a memory turns into a bad dream


I

— Eu simplesmente não consigo acreditar que você vai trocar a nossa formatura por... algumas semanas na Califórnia. — Annabeth fez careta quando mencionou o nome do estado.

— Anna, Anna... — Thalia balançou a cabeça, jogando mais uma camiseta de dentro do armário para a amiga colocar na mala. — Eu vou pra Los Angeles, e são só duas semanas.

— Grover, fala pra ela! — Annabeth apelou para o amigo sentado no beiral da janela.

— É a Thalia, Annabeth. Ela consegue ser mais cabeça dura que você.

Annabeth revirou os olhos.

— Luke?! Por favor, fica do meu lado nessa.

O loiro tirou os olhos do aparelho celular, encontrando o rosto de Annabeth e, em seguida, para a morena de olhos azuis do outro lado do quarto.

— Qual é, loirinha.... Eu e a Lia mal sabíamos que teríamos uma formatura pra ir até algumas horas atrás. — Ele respondeu. — Além disso, se a Thalia quer encontrar o que sobrou da família biológica dela, por mais que eu ache uma grande besteira, — Luke frisou aquela parte — nós devemos apoiar ela. Como uma família de verdade faz, né?

Era injusto. Luke sabia que Annabeth nunca descartaria aquele argumento. Porque eram família. Aqueles quatro adolescentes em um quarto, que cresceram juntos, eram a família dela, e ela era a deles.

Nenhum deles era órfão, não em teoria, mas compartilhavam da mesma negligência e frieza parental. Annabeth era a mais próxima de ter uma figura materna em casa, mas Athena era... complicada, para simplificar. Por isso, Annabeth se sentia em casa quando estava com eles, e mais ninguém.

Além disso, ela quase nunca discordava de Luke, seu garoto de ouro, sua paixão secreta.

— Eu já disse, vocês vão nesse baile e nessa cerimônia ridícula e se divirtam. O Grovs convidou a Juniper, Annabeth você faz companhia para o Castellan. — Os olhos cinzentos de Anna foram diretamente para o rosto do loiro. — Eu já tive a minha dose de Colegial para umas três vidas.

— Ainda assim... — Annabeth insistiu.

— Que foi loirinha, eu seria um par tão ruim assim? — Luke perguntou e Annabeth corou, jogando uma almofada nele em seguida.

— Se for pensar por esse lado... Coitada da Anna. — Thalia riu. — Pelo menos você toma um banho pra acompanhar nossa princesa, ok, Castellan?

— Você não tem uma mala pra arrumar, Grace? — ele cutucou, e voltou a mexer no seu celular.

Annabeth e Thalia trocaram um olhar antes de voltar à tarefa inicial. A morena era uma bagunça, e aquela mala seria um verdadeiro campo pós vendaval se Annabeth não desse um jeito no monte de roupa que Thalia separava.

Havia mais familiaridade naquele momento entre os amigos do que era possível imaginar. Eles quase sempre se reuniam ali, na casa de Thalia, onde tinham o dia todo na maior privacidade possível, uma vez que o pai da garota passava mais tempo viajando do que em casa. A casa de Luke também era livre, e algumas vezes passavam seu tempo lá quando Travis e Connor, os irmãos postiços de Luke, se juntavam ao grupo. Mas Grover detestava o lugar, e o cheiro forte de bebida e cigarro irritava o nariz de Annabeth. Os lugares inacessíveis eram a casa de Grover, porque era longe, e a casa de Annabeth, porque Athena desaprovava completamente que a filha passasse seu tempo livre com eles ao invés de estar com a cara enfiada nos livros de estudo (que ela já havia decorado).

Some Mistakes Get Made | PercabethOnde histórias criam vida. Descubra agora