Capítulo 02

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Acabei de acordar, eu esqueci de fechar a cortina
ontem, então o sol apareceu e iluminou todo meu
quartinho. Levantei e fui em direção ao banheiro, vou tomar um banho e escovar meu dentes.

Preciso comprar um remédio para mim, eu não sei se o papai usou camisinha ontem, não quero ter um bebê, eu não sei nem cuidar de mim direito, imagina de um bebê.

[...]

- Bom dia - falei para mamãe que estava tomando
seu café e lendo o jornal.

- Tome seu café - falou séria - Minha amiga vem
aqui em casa hoje, não quero você nem pintada de ouro quando ela estiver aqui - falou e me olhou.

- Tudo bem - concordei triste - Eu vou sair daqui a
pouco, quer que eu volte que horas?

- Se pudesse escolher, diria nunca - falou fechando o Jornal e subindo as escadas.

Sav não gosta de ser tratada assim, eu gostaria de ser eu mesma e que meus papais me amassem do
jeitinho que eu sou, mas eu sou um problemática e aberração, como a maioria me chama.

Vovó deixou uma quantia de dinheiro antes de virar uma estrelinha, ela havia me dito que não posso contar para ninguém desse dinheiro, se não vão querer pegar de mim.

Considero uma boa quantia de dinheiro. Minha
vovó era mais uma pessoa que me aceitava sem
nenhuma restrição, sempre falando que me amava e que eu era a pessoa mais importante da vida dela, mas ela desenvolveu um câncer e acabou não resistindo.

Eu peguei um pouco desse dinheiro para passar o
dia, vou comprar o meu remédio e vou ficar vendo o lago que têm no meu parque favorito.

[...]

Estou sentada no banco que fica na frente do lago, tem alguns pombos ao meu redor, estou dando pipoca para eles, eu havia comprado para comer, mas resolvi dar para eles.

- Oi tia - um garotinho sentou do meu lado e eu me assustei.

- Oi - falei tímida e voltei a atenção para os pombos.

- Posso dar com a senhora? - perguntou e mostrou a pacote de pipoca que ele tinha na mão.

- Claro - falei feliz - Me chame apenas de Sav, por
favor.

- Tudo bem - disse sorrindo - Tia Sav - sorri com o
nome que ele tinha me dado.

Ficamos conversando sobre diversas coisas, nós
sabemos as cores, comidas, doces, lugares e séries de Tv favoritas um do outro.

- Você está com quem aqui? - perguntei e ele olhou para mim, seus olhos eram extremamente azuis.

- Com meu tio - falou e mexeu os ombros - Quantos anos você tem?

- Eu tenho 18 anin..., Quer dizer anos - falei me
corrigindo rapidamente.

- Eu tenho 8 anos.. - Falou e tocou minha mão.- Você é muito linda tia Sav.

- Ah, muito obrigada, você também é muito lindo -sorri pela fala dele.

- Você quer namorar comigo?-arregalei os olhos e
depois ri divertida - Quer?

Antes que pudesse responder, nós escutamos um
homem gritando o nome dele.

- LÉO - gritou e correu em nossa direção - Léo, você não pode fazer isso cara - o homem de olhos azuis e braços musculosos falou.

- Mas o senhor não quis me dar atenção, só fica nesse celular trabalhando - falou de braços cruzados e um bico bravo nos lábios.

- Mas você não pode sair de perto de mim sem
avisar - falou e me olhou sério, fiquei com medo - E ainda por cima falar com uma desconhecida.

- Não é uma desconhecida - falou bravo e veio do
meu lado e me abraçou - É a Tia Sav.

- Que Tia Sav o quê - falou bravo e pegou Léo no
colo, eu gostaria que me pegassem como um bebê
no colo.

- Não seja mal educado Tio Josh - falou - Vovó não
gostaria de saber que você foi mal educado com a
Tia Sav.

- Primeiramente, sua vó nem sabe quem é essa
mulher - falou e olhou para mim, desviei meu olhar triste - Segundo, desculpa, estou lotado de serviço e acabei não sendo educado com você - falou e eu apenas concordei ainda sem olhar para ele -Satisfeito?

- Sim

- Dê tchau e vamos embora, você precisa almoçar,
sua mãe vai me matar se souber que você não
almoçou na hora - falou e deixou Léo no chão.

- Tchau Tia Sav -me abraçou apertado, o primeiro
abraço carinhoso que ganhei depois de muito tempo - Até outro dia - falou e saiu seguindo o tio dele, o mesmo acenou para mim e eu retribui.

Léo deve ser muito feliz. Já são 18 horas, eu tentei ligar para mamãe, mas ela desligou e falou que não era para eu ligar de novo.

Já está escurecendo, e eu não gosto de ficar até
tarde na rua, eu li várias histórias assustadoras que aconteceram durante a noite, então não gosto
É melhor eu jantar logo, tenho certeza que meus
papais não vão deixar nada de comer para mim.

- Boa noite - falei sorrindo paro o atendente e ele
retribuiu

- Boa noite, o que a Senhorita deseja? - perguntou e me entregou um cardápio.

Li tudo rápido e voltei a atenção para ele.

- Qual é o mais simples? - perguntei.

- Bom temos esse aqui - apontou um que só vinha
pão, carne e queijo - E temos essa opção que você
monta o seu lanche.

- Vou querer só um pão, carne e queijo - falei
decidida.

- Ok, espere só um pouquinho e trarei seu
hambúrguer - concordei e ele se retirou.

[...]

Estou voltando para minha casinha, estou muito
cansada, já são quase 21 horas, acho que a amiga da mamãe já deve ter ido embora.

Abri a porta de casa e entrei, deixando o sapato no tapete.

- Boa noite mamãe - falei e olhei para ela, vi sua
amiga do seu lado.

- O que faz aqui Savannah? - perguntou brava e sua amiga me olhou com nojo - ARNALDO - minha mãe gritou meu pai, depois de alguns segundos, papai apareceu na sala - Dê um jeito nessa garota.

Encolhi meus ombros com medo e senti papai me
puxando para o quarto mais afastado da sala.

- Hora de me satisfazer - falou fechando a porta e
começando a beijar meu pescoço.

- Por favor papai - falei chorando e recebi um tapa no rosto.

- Cala a boca - falou e tirou minha blusa, tentei
correr mas ele foi mais rápido - Acha que vai
escapar? Mas ontem foi tão bom - desabotoou meu sutiã e jogou para longe - Gostosa.

- PARA PAPAI - gritei e ele me deu um murro na
barriga, fazendo eu cair no chão.

Ele tirou o short e a calcinha que eu usava, eu
tentava me debater mas era impossível, a cada
soluçou era um tapa mais forte.

- Ahhh - gemeu quando penetrou em mim.

[...]

Estou deitada na minha cama, chorando, meus
olhinhos ardem pelas lágrimas recém caídas

- Eu não aguento mais

Me levantei da minha caminha e vesti minha roupa, peguei meu ursinho e minha pepeta, coloquei ela no bolso, e fui até o andar debaixo.

Minha mãe e a amiga dela me olharam, mas
voltaram a conversa.

Fui até a porta e coloquei meu sapato. Quando saí
de casa, levei minha chupeta até a boca e comecei a andar sem rumo.

- Eu não gosto disso, isso tá machucando a Sav, eu
quero acabar com essa dor - falei sussurrando
abafado por conta da minha pepeta - Acabar com
isso.

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Pretty Babygirl || BeauvannahOnde histórias criam vida. Descubra agora