Capítulo 23

606 69 35
                                    

Hoje Savannah não acordou bem, digo, não acordou feliz como sempre acorda quando me vê. Está triste e não me olha direito, mas sei que isso deve ser o nervosismo para hoje.

Estamos tomando nosso café da manhã. O julgamento será as 16h, um pouco depois do almoço.

- Está gostoso?-perguntei acariciando sua bochecha.

- Sim - falou em um completo sussurro e voltou a atenção à jarra de suco de laranja a sua frente.

- Quer conversar comigo?-perguntei passando a mão
em seu cabelo levemente arrebitado, porque acabará de acordar.

- Não - falou e mordeu um pouco do seu pão italiano.

- Bom, eu vou alí ver um filme bem legal na sala de
cinema - falei e vi seu olhar começar a mudar - E queria uma companhia bem legal, para que pudesse assistir comigo - falei e pela primeira vez no dia ela me encarou curiosa.

- Você quer que eu assista com você? - perguntou e vi em seus olhos que pediam que eu concordasse.

- Me diga você, quer assistir um filme bem legal para te
tranquilizar? - perguntei sorrindo e ela sorriu tímida.

- Quero.

Sorri me levantando da mesa e pegando ela no colo, que deitou a cabeça no meu colo, mas antes deixando um beijo na minha bochecha. Segui para a sala de cinema.

- Quer ver que filme?

- Não sei - falou e senti a falta dos seus apelidos carinhosos, que sempre termina uma frase dela - Você
pode escolher.

- Escolhe você, princesa - falei e vi suas bochechas
pegarem um tom mais avermelhado.

- Cinderela? - perguntou e a olhei, seu olhar se encontrava em meu peito.

- Pode ser - falei procurando o filme no telão a frente -
Pronto.

[...]

O filme já devia estar na metade, e a falta do calor de Sav sobre meu corpo era grande.

- Amor - a chamei e ela me olhou - Quer mamar?-
perguntei e vi seus olhos brilharem.

- Por favor - pediu afobada e eu tirei minha camisa.
Logo em seguida, Savannah começou a sugar meu mamilo e a sensação estranha de algo saindo do seu peito era existente - Eu estava só esperando você falar.

- Não precisa disso, se você quiser mamar, apenas pedir - falei e acariciei suas costas - Linda - falei beijando sua
cabeça e voltando a prestar atenção no filme.

- Obrigada.

[...]

Eu e Savannah estamos se arrumando. Ela está tensa. Falou que não precisa e não queria tomar banho comigo. Até meu beijo ela recusou.

Ela terá que ir em um carro separado, pedido feito pelo
tribunal. Além de eu ser um acusado, Sav está envolvida nisso tudo. Então acaba que eu terei que fazer o máximo para tentar cumprir minha parte.

- Vai dar tudo certo - falei sorrindo e ela concordou séria entrando no carro junto com alguns seguranças.

Os jornalistas estavam circulando meu apartamento.
O barulho de gritos, e pedidos para que pudesse me
entrevistar, não ajudava no meu nervosismo
imagina no da minha pequena.

- Vamos Senhor - um segurança falou me empurrando
de leve até o carro que se encontrava atrás do da minha princesa.

Não tenho medo do que vai acontecer. Eles não podem
levar ela, eles não tem provas concretas para que vença
esse processo. Eu tenho.

[...]

- Todos sentem-se - ouvi a voz do juiz soar por aquele imenso tribunal.

Os pais da Savannah estão de um lado, e eu estou do outro. Minha princesa se encontra tensa no centro dessa divisão.

- O Senhor Joshua Kyle Beauchamp foi acusado por
sequestro e abuso da Senhorita Savannah Clarke Bardot - falou me encarando e depois olhando para Savannah - Pelos Senhores Joseph Arnaldo filho Clarke e Antonella Matilda Clarke - falou e encarou aqueles miseráveis.

- Senhor Meretíssimo, posso interver? - o advogado dos
pais dela falou.

- Intervenção aceita - o juiz falou e olhei para Noah, que encarava tudo atentamente.

- O Senhor Joshua Kyle Beauchamp usou de uma garota... - falou

- Senhor Meretíssimo, posso interver? - Noah pediu e o
juiz o encarou.

- Intervenção aceita

- A Senhorita Savannah Clarke Bardot, não pode ser
tratada como garota. Primeiramente por parecer que está se tratando de uma mulher menor de idade - falou sério e andou um pouco - Savannah Clarke tem 18 anos de idade, por tanto é maior de idade e pode muito bem escolher o que fazer...

- Senhor Meretíssimo, posso interver? - O Advogado dos
miseráveis perguntou.

- Intervenção negada, pode continuar Senhor Noah Urrea - o Juiz falou sério e vi minha princesa engolir seco.

- Savannah Clarke Bardot é uma pessoa infantilista -
falou e vi o juiz soltar um suspiro surpreso - Apesar de
ser infantilista, tem total escolha do que fazer - falou e
ligou o projetor que tinha alí, dando acesso a que estavam assistindo o julgamento, que estava sendo passado ao vivo nas televisões - Aqui podemos ver que Savannah Clarke estava andando sozinha, durante a noite, com medo dos toques que recebia dos mendigos.

- Savannah Clarke Bardot - o Juiz falou e a encarou -
Tem algo a dizer sobre esse dia?

- Eu sai de casa porque a mamãe estava com uma amiga, e ela não gosta que eu fique a atrapalhando, sempre me julgando como aberração - falou séria, com a voz um pouco fechada, encarando o juiz a frente dela - Nesse dia meu pa-pai - ela tremeu - O Senhor Joseph me abusou, ele me estuprou - falou e vi uma lágrima cair do seu olho.

Quero correr e poder abraçar ela e falar que ficaria tudo bem. Poder ninar ela e dormir agarrado a ela. Sentido ela mamar meu no peito.

- SUA MENTIROSA - ouvi um grito estridente da "mãe" dela.

- ORDEM NO TRIBUNAL - o juiz falou sério - Não queira
complicar para seu lado, Senhora Matilda. Continue Savannah Clarke.

- Eu queria acabar com tudo que me rondava. Eles me
culpavam pela morte da minha irmã. Ela foi encontrada morta no quarto dela, e nunca me contaram o motivo...

- Posso interver? Senhor Meretíssimo - o advogado deles falou.

- Intervenção negada, continue Savannah Clarke - falou e os olhares voltaram a ela.

- Eu não queria acabar com tudo, mas era o único jeito
que a Sav tinha achado para parar de sofrer - falou e não ligou por ter falado em terceira pessoa - A Antonella já me bateu, bateu forte com materiais pesado que machucaram muito meu corpo. E quando me levavam para o hospital, pediam para que eu criasse histórias diferentes do acontecido para contar aos médicos.

- Que materiais foram utilizados?

- Cabo de vassoura, colher, pedaço de cabos - falou e as
lágrimas já caiam - Ela já tinha me quei-queimado com
ferro de passar roupa - falou soluçando - Eu cansei, Senhor Meretíssimo.

- Quer dar uma pausa para poder respirar? - perguntou
sério.

- Sim, por favor.

Pretty Babygirl || BeauvannahOnde histórias criam vida. Descubra agora