Capítulo Seis

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*Gif do Mick

Os amigos dos meus pais vão almoçar na nossa casa de novo no domingo. Mamãe disse que o próprio Mick quem insistiu para vir. Pelo visto, ele gostou de mim, comentou minha mãe, cheia de sorrisos – é claro. Durante toda a semana, mamãe só falou do Mick, como ele era um rapaz bonito e educado, tecendo um milhão de elogios para o bom partido que ele é. Obviamente ela não percebeu o que tinha acontecido debaixo daquela mesa, o que me fazia desconfiar muito desse “bom partido”. Mas claro que eu não iria destruir as ilusões da minha mãe, que claramente sonhava em juntar nossas famílias casando os filhos.

Pela primeira vez na semana faz calor, e minha mãe não deixa de aproveitar a oportunidade para almoçarmos lá fora. Mais uma vez, eu me sento ao lado de Mick – não por escolha própria – e nossas mães se põe a trabalharem se cupidos. “Eles não ficam lindos juntos?”, “sempre achei que eles fossem ficar juntos”, “eles tem tanto em comum”.

Estava ficando difícil aguentar aquele almoço.

Mick aceitava tudo com um sorriso cálido, sem demonstrar se aprovava ou não aquela forçassão de barra. O único que parecia realmente incomodado com essa história de namoro, era meu pai, que olhava feio para minha mãe e Karen. Eu ainda sou sua garotinha e quase desejei que ele intervisse por mim.

No entanto, quem acabou me salvando dessa emboscada foi o próprio Mick.

- Com sua licença, mas eu gostaria de dar uma volta pelo jardim com a senhorita Perrie, para fazer a digestão – ele diz, após o almoço – se ela não se incomodar, é claro.

Todos na mesa olharam para mim. Minha mãe e Karen cheias de esperança. Por um segundo, fiquei relutante em ir. E se Mick estivesse mesmo interessado em mim? No fim, achei que valeria a pena para fugir daquelas duas.

- Claro, sem problemas – afasto a cadeira e me levanto, pedindo licença a todos da mesa.

Mick me oferece o braço, como um cavalheiro e eu aceito, me contendo para não revirar os olhos.

Nos afastamos para a extremidade mais distante de todos, onde não podemos mais ouvir a conversa da mesa. Olho para trás, e mamãe e Karen estão olhando para nós – sem surpresas.

O jardim da nossa casa não tem muitas coisas para se ver, além do pequeno canteiro de rosas da minha mãe, então não entendo porquê Mick quis que passeássemos pelo o jardim. Foi uma desculpa bem esfarrapada para sair da mesa. E acho que nossas mães sacaram essa. Mas elas devem ter levado para o outro. O lado que eu não queria que Mick estivesse levando.

- Não sei se você percebeu, mas nossas mães estão tentando nos juntar – Mick comenta, ao pararmos em frente as rosas da minha mãe, de costas para os pais, como se estivéssemos as admirando.

- Se eu percebi? Só sendo cego e surdo para não perceber – eu digo, ainda frustrada com essa história.

- Minha mãe acha que você seria uma boa namorada para mim – ele continua, com uma mão dentro do bolso da calça. A outra nas minhas costas.

- Não sei se estou a altura dos seus padrões – retruco, lembrando do discursinho que ele deu na primeira vez em que nos vimos.

- Pois eu acho que você se encaixa perfeitamente – ele alisa minhas costas com um pouquinho de intimidade demais, descendo a minha lombar e chegando perigosamente perto da minha bunda.

Minha pele se arrepia de forma inevitável, me recordando dele me tocando por baixo da mesa. Hoje ele não tentou nem colocar a mão na minha perna, e atribuí isso ao fato de ter mais pessoas – meu pai e o dele – na mesa.

Sue Me - Volume 3 | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora