Capítulo 3 - "Espécies diferentes"

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Era muito bom estar livre de novo. Iwaizumi podia estender suas asas, tomar sol, comer o que quisesse e finalmente seguir com sua vida. Depois que Oikawa foi embora levando o tesouro, ele sentiu como se finalmente estivesse livre de verdade. Nem todo o ouro do mundo valia sua liberdade.

Ele poderia muito bem ter se lançado no mar e procurado saber se havia mesmo ou não algum outro dragão como ele ainda vivo. Ele poderia usar da noite para voar longe e buscar um lugar diferente. Ele poderia fazer o que quisesse.

Mas ele não escolheu nada daquilo.

Quando vieram buscar Oikawa com o que ele aprendeu se chamava helicóptero, ele fez o que Tooru tinha pedido e se escondeu. Observou de longe como os homens ficaram quase dois dias carregando todo o ouro da caverna para uma caixa gigante. Viu também que cuidaram bem de Oikawa e do joelho dele, apesar das constantes brigas verbais e alegações de que ele estava louco por ter dito no rádio que viu um dragão de verdade. Quando foram embora voando na máquina barulhenta, ele sentiu um pouco de tristeza, mas estava confiante.

Os dias passaram e ele esperou.

Conheceu a ilha, identificou suas marés, suas fontes de água. Era um bom lugar para se viver, não se importaria de passar o resto de seus dias ali. A solidão era o que mais incomodava, e por isso ele esperou.

Oikawa voltou sozinho num helicóptero quase duas semanas depois. Com o joelho curado e uma aparência renovada, Iwaizumi não conseguia se conter de alegria por ele ter voltado mesmo.

- Continuam dizendo que eu sou louco, mas agora eu sou um louco podre de rico, posso fazer o que eu quiser.

- E é isso que você quer? - Iwaizumi o questionou duvidando.

- Mais ou menos. Eu tenho um plano muito bom.

Oikawa explicou que definitivamente não compartilharia a existência de Iwaizumi com o mundo humano moderno, não era seguro. Hajime precisou concordar. Não seria pacífico se quisessem prendê-lo de novo, não depois de tanto tempo preso.

- Eu comprei essa ilha, Iwa-chan. Ninguém sabia que ela sequer existia, então não foi difícil. - Tooru informou feliz. - Vou construir uma casa e colocar toda a estrutura necessária para viver aqui. Como é muita coisa pra trazer, estão vindo de navio. Vão demorar ainda uns três dias para chegar.

Num primeiro momento, Iwaizumi não entendeu o porquê dele fazer tudo aquilo, mas agradecia profundamente. Sua esperança de encontrar alguém de sua espécie era mínima, e a ideia de ficar sozinho lhe abominava.

- Obrigado, Tooru... eu... obrigado. Obrigado por me salvar. - ele disse sorrindo.

- Não me agradeça.

E como se repetissem seu primeiro encontro, eles ajeitaram um lugar para acampar e passaram a se conhecer, mais e mais.

_____________

- Você é mais maluco do que eu imaginava. - Makki disse enquanto o abraçava para se despedir. - Morar nesse fim de mundo sozinho. Só você mesmo...

- Eu tenho meus motivos. - Tooru disse simplesmente. - E eu tenho internet via satélite, você não vai ficar muito tempo sem ouvir de mim.

- A casa ficou linda também, acho que posso vir te visitar se você pagar pela viagem de helicóptero.

- Vou pensar no seu caso, acho que estou precisando economizar.

Entre risadas e mais um abraço amigável, ele se despediu dele e do resto da equipe que tinha feito o trabalho incrível de erguer a casa na ilha. O navio finalmente zarpou, permitindo que Oikawa voltasse praticamente correndo pelo novo caminho de madeira que ligava a praia até a entrada da sua nova casa.

Nem Todo o Ouro do Mundo [IwaOi]Onde histórias criam vida. Descubra agora