Capítulo 2 - "Bem vivo e bem rico"

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Foi na segunda noite que o joelho de Tooru pareceu atingir o inchaço mais intenso. Ele latejava e doía sem parar, deixando ele irritado e frustrado. Ainda não tinha conseguido tempo suficiente para tentar contatar Makki pelo rádio, e Iwaizumi se mostrava cada vez mais preocupado com ele.

- Eu conheço uma planta que faz a dor ir embora. Vai bagunçar um pouco sua cabeça, mas a dor vai passar. - ele ofereceu.

- Você quer me drogar, Iwa-chan? Esse é seu plano?

- Estou tentando ajudar. - ele respondeu irritado, mas em seguida suavizou. - Não quero ver você sofrendo.

- Tudo bem, eu vou aceitar... Mas só porque você está insistindo.

Iwaizumi revirou um tanto os olhos antes de se afastar e sair. Oikawa tirou o sorriso debochado que tentava manter no rosto apesar da dor, e se apressou para tentar o rádio de novo.

Se tivesse sorte, localizar a tal planta não seria tão fácil pro dragão como caçar e ele teria um tempo maior. Chamou algumas vezes na frequência que tinha combinado com Makki até que ele finalmente obteve uma resposta.

- Oikawa, seu desgraçado, achei que estivesse morto. - a voz de Hanamaki ressoava falhada.

- Eu estou bem vivo e bem rico, obrigado pela confiança.

- E maluco, isso sim.

- Não, Makki, era tudo verdade. Eu não tenho muito tempo, você precisa acreditar em mim. Eu estou nesse momento numa caverna recheada de ouro por todos os lados. Preciso que você mande um helicóptero desses que consegue erguer um container de navio.

- Você não está falando sério?

- Não é só isso! Tudo é real. O dragão também.

Com aquele pedaço de informação Makki repetiu algumas vezes que ele estava completamente louco, mas Oikawa insistiu e o comprou com promessas de montanhas de ouro se ele providenciasse tudo.

Mesmo a contragosto, Hanamaki concordou e se comprometeu a ir resgatá-lo com um container vazio e disse que Matsuwaka levaria um rifle com tranquilizantes de elefante. Prometeu que chegaria em dois dias e que se fosse mentira, eles arremessariam Oikawa no oceano. A conversa se encerrou depois que Oikawa passou as coordenadas de onde estava.

Iwaizumi demorou mais algum tempo para chegar, mas quando chegou, tinha praticamente um buquê de flores ainda não desabrochadas. Cada botão ainda estava bem verde e longe de se abrir.

Como bom arqueólogo que era, Oikawa imediatamente reconheceu a papoula de ópio. Na medicina moderna usava-se aquela planta para produzir morfina, um analgésico super potente mas que também causava alucinações. Daquela maneira natural, Oikawa sabia que povos antigos usavam em rituais e outras cerimônias, basicamente como uma droga.

- Eu tomaria umas três ou quatro mas... acho que você deveria tomar só uma primeiro.

- Me dê o suficiente pra eu dormir, você não vai querer lidar com meu eu drogado.

- Eu quem decido isso.

Iwaizumi se aproximou dele com um dos botões na mão e com toda a delicadeza que conseguiu, o espremeu para que o líquido branco escorresse. Oikawa cerrou os olhos pelo gosto horrível, amargo e pegajoso. Parecia uma seiva, algo que grudava em sua língua e céu da boca, algo que definitivamente não era feito para ser consumido. Nem se quisesse cuspir tudo fora conseguiria.

- Arhg... Espero que valha a pena, pois isso foi horrível.

- Deite-se e durma.

- E perder todo o barato?

Nem Todo o Ouro do Mundo [IwaOi]Onde histórias criam vida. Descubra agora