Contos de um cordeiro

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Ponderou Itachi por um breve momento.

- Então ele precisou ser um herói para ser amado pelas pessoas, para não ser mais desprezado... É inquietante, entretanto. - é inquietante saber que foram capazes de desprezar uma criança só por ser órfão, a falta de empatia fora gritante.

- Ah... realmente, todavia ele os perdoou em silêncio. Ele era bondoso demais, não guardava rancor em seu gentil coração.

Um silêncio se instaurou, cada um em seus próprios conflitos internos. Pequenas luzes amarelas começaram a aparecer naquele jardim, os vagalumes brilham em toda parte, iluminando consequentemente o local, assim como a luz prateada da lua. Itachi, que os fitava em cima do lago, virou seu rosto para cima encontrando Sakuya compenetrada nas luzes flutuantes, irradiando luz em seu rosto. O tom rosado de seus fios ficaram mais escuros, a tez meio dourada e os olhos mais brilhantes que o normal, concentrando-se melhor ele conseguia ver as luzes dos vagalumes refletindo em suas íris.

Sentiu suas bochechas ficarem quentes e resolveu virar seu rosto para o lado contrário, para não ser pego em flagrante. Seria muito desconcertante caso ela o visse naquele estado, patético.

- Conte-me outra história - graças ao bom Kami sua voz soou firme, houve mais uns segundos até ouvir sua voz melodiosa, porém parecia distante.

- "Há milênios atrás existiam os cinco grandes deuses celestiais: o deus do sol, o deus da lua, a deusa do chakra, o deus da terra e enfim o deus do universo paralelo. Assim como os demais deuses, esse último, mais conhecido como o rei deste, zelava é claro, por cada mundo paralelo mantendo a ordem num todo. Ele era um homem poderoso, trazendo consigo a disciplina e integridade. Era um rei com ótima saúde e aparência apesar dos anos que vivia nos céus, no seu reino. Contudo, precisava de um herdeiro para tomar seu lugar e por mais que amasse de forma exorbitante o seu trono, já estava um tanto quanto cansado e também não queria que qualquer pessoa ficasse em seu lugar e acabasse por não alcançar suas expectativas. E quando isso começou a martelar desenfreadamente em sua cabeça, decidido, resolveu então casar-se com uma mulher que fosse atraente, além de boa o suficiente para carregar em seu ventre um herdeiro digno do trono, além deste vir com poderes divinos."

"O tempo passou e a criança nasceu, uma hime saudável e forte, para a alegria do rei e de seus súditos. Desde o início o rei não se importava com o sexo da criança, com tanto que viesse saudável estava de ótimo tamanho. A criança nasceu destinada a ser herdeira de todo o trono, de todos os mundos paralelos, todavia, só não contavam que ao mais tardar aquela bela flor tivesse um fim trágico pelas mãos de seu próprio pai.

Respeitada por todos e desejada por muitos, a hime vivia para cima e para baixo com o filho do sol e o filho da lua desde a tenra idade, como se fossem um time, a hime era o alicerce dos dois. Naturalmente e como qualquer outra pessoa a hime se apaixonou, e tudo ocorreria em harmonia se a mesma não tivesse se deitado com o homem que foi seu primeiro e único amor.

O rei descobriu e com isso se enfureceu... o deus sempre pacífico de enfureceu pois, sua única filha e única digna do trono depois do mesmo não poderia possuir os poderes do rei se não fosse pura. Não poderia herdar o trono sem possuir tais poderes em um ritual de sangue.

Deserdada pelo seu pai, a hime fora mantida aos seus plenos vinte anos de idade num local onde somente seu pai conhecia e tinha liberdade para visitá-la quando quisesse, mas isso nunca aconteceu.

Como castigo, a hime era obrigada a assistir sua história de amor em várias realidades paralelas lá na terra através de seus sonhos, a cada vez que dormia ela assistia seu romance com um final trágico ou até mesmo em realidades que não se conheceram verdadeiramente, outras que não puderam ficar juntos e seguiram suas vidas com outras pessoas ou quando a morte vinha visitar um ou outro. A cada realidade a sua personalidade era diferente, seus pais não eram os mesmos que os da hime, mas sempre eram os mesmos personagens. Algumas realidades eram de guerreiros, outras em eras medievais, outras com uma vida comum e corriqueira e por fim tinham outras várias realidades com ninjas e samurais. A sua sorte no meio da tormenta que sua vida virou, era poder fazer uma pequena interferência, quando conseguia, em algumas das realidades, fazendo por consequência que um final feliz acontecesse.

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