Saigo no Yume

O lobo e o cordeiro invasivo

Ela mordeu os lábios, visivelmente em ansiedade pelo que ele pediria. As maçãs do rosto coradas, o brilho nos olhos, o tom de voz consideravelmente sensual, ele já viu aquele comportamento em várias mulheres que praticamente se jogavam para cima dele e isso o deixava incomodado, de certa forma, e isso se aplicava a moça em sua frente. Não que ele não gostasse do sexo feminino, afinal, a única mulher que teria algum acesso, e vice versa, a ele já estava morta a muitos anos atrás. Mas um contato muito quente isso nunca aconteceu, também nunca sentiu tal necessidade para e com Izumi em tão tenra idade. Por mais que desde tão jovem já era um garoto mais astuto e forte que quase qualquer outro shinobi adulto por aí, ele ainda era um garoto puro e sem qualquer malícia povoando em sua mente como qualquer adolescente normal de sua idade. Além de todo o respeito para com as mulheres que sua mãe o ensinou desde jovem, treinar e passar um tempo com seu irmão era bem mais interessante do que ficar namorando por aí.

- Hai, Itachi-San. - o que veio a seguir foi um balde de água fria na jovem, deletando todas as suas expectativas para com ele.

- Quero que saia daqui, quero que me deixe sozinho apenas.

- C-Como?

- Este é meu pedido. Quero ficar sozinho - sem esperar por uma resposta ele lhe deu as costas, voltando a se sentar no degrau da pequena escada do lago. Nunca se cansaria daquela beleza exorbitante.

Por outro lado, ela não desistiu e logo o alcançou se sentando de maneira graciosa ao seu lado. Os pequenos pés mergulhando no raso do lago e encharcando a barra de seu longo kimono.

- Minha presença o incomoda? - enquanto ele admirava a paisagem, sentia os olhos de Sakuya pesarem em si. Os longos fios soltos do homem o deixavam mais belo do que já é, se isso fosse possível.

- Lie - respondeu num sopro. Ela riu, divertida.

- Então não sairei deste lugar. Ficarei ao teu lado, Itachi-San.

Ele iria refutar, porém, acabou desistindo e optou por ficar em silêncio, esperando também que ela o respeitasse por isso.

Ledo engano.

- Ahhhh... o dia está lindo, né, Itachi-San? - ela balançava os pés na água enquanto ouvia o canto dos pássaros - (...) Hmmm... - ela o olhou novamente. Os braços fortes e suas veias aparentes, seu peitoral másculo e seu abdômen com vários gominhos, inconscientemente ela mordeu os lábios. Desceu o olhar para sua entrada em V fazendo-a suspirar levemente, desceu mais uma vez seu olhar descarado e a vermelhidão atingiu suas bochechas assim como a quentura nelas, sentiu seu sexo pulsar e a respiração pesada. A calça branca e úmida não ajudava em nada a esconder a intimidade de Itachi, deixando-o marcado e fazendo brotar besteiras na mente de Sakuya.

Ela pigarrou e se levantou, atraindo a atenção dele consequentemente.

- Está calor aqui, não? - se abanava enquanto olhava para qualquer canto que não fosse a expressão confusa que se fez presente em Itachi, que estranhou o comportamento súbito da moça.

- Hai - limitou-se a dizer. Os longos e finos dedos dela segurava seu queixo delicado e fino, a face estampava uma expressão pensativa enquanto murmurava em silêncio, Itachi a fitava de soslaio se perguntando que mais peripécia se passava em sua cabeça, "temendo" algo súbito vir daquela mulher de personalidade peculiar. Esclarecimento se fez em sua face após longos segundos de reflexão, ela o fitou com um sorriso gentil e sincero - muito diferente do sorriso malicioso que outrora lhe deu -, inocente até. As duas jades grandes brilhando em sua direção.

- Oh! Tive uma ideia. Fique aqui por favor, eu já volto, Itachi-San! - antes que pudesse lhe responder, o corpo da mulher se desfez em pétalas de cerejeira que cobriram a pequena escada e um pedaço do lago, o deixando sozinho.