Últimas lágrimas

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Sorrindo de canto, Sakuya lhe respondeu:

— Aaaah… ele falhou. — com o silêncio dele, ela continuou — Certa vez seu irmão caçula entrou, abruptamente, super triste e com uma expressão de velório, em seus aposentos, o que deixou o mais velho preocupado com seu otōto. Até o sentimento de ódio se alastrar nas veias como uma peçonha ao escutar o lamento do irmão caçula: “Nii-san… eu vi… eu a vi aos beijos… e-ela de agarração e… e sem pudor algum com um amigo dela, nii-san! E-Eu nunca irei conseguir esquecer…” — Sakuya tentava interpretar com uma voz masculina a cena, foi de certo modo engraçado e o deixou curioso para saber o resto.

Ela riu com as mãos tampando a boca, e estranhamente Itachi ficou desconfortável com o beijo da hime em outro homem.

— E então? O que o herdeiro da lua fez?

— Primeiramente ele acalmou seu irmão, até o mesmo dormir como uma criança nos aposentos do mais velho… Por fora, o príncipe da lua carregava a mesma expressão de sempre em seu rosto perfeito, por mais que tentasse não demonstrar nada, uma aura negra emanava de seu corpo. Mas por dentro… por dentro ele explodia como um vulcão do inferno.

“A hime se assustou com sua aparição repentina e sem motivo aparente, mas podia sentir em seu coração que ele não estava nada bem, se sua aura obscura e o agarre firme, mas sem machucar, em seu braço fossem um indicativo. Instantâneamente seu coração começou a disparar dentro do peito enquanto o fitava intensamente, era como se só existissem os dois no universo inteiro… sem se verem por sete semanas, a saudade era exorbitante. Ela queria agarrá-lo e abraçá-lo, beijá-lo com toda a necessidade que sentia, perguntar se ele estava bem, dizer que sentiu saudade e que o ama ardentemente. Entretanto sua expressão endureceu rapidamente, ao se lembrar do porquê não estarem mais juntos. Ao perguntar o que ele fazia ali, com toda a aspereza guardada em seu interior, herdada de seu pai, o herdeiro da lua foi ousado ao questioná-la sobre o “parasita” que a mesma, pega no flagra pelo caçula, se agarrou pelos cantos do castelo. Disse ele que por culpa dela seu irmão estava sofrendo em silêncio, que ela não deveria se comportar de maneira tão leviana.
A resposta que ele recebeu foi um belo e sonoro tapa em seu rosto, este que nem se moveu do lugar. Em fúria, a deusa disse que o odiava, que seu erro era amá-lo como louca… ela o chamou de covarde e gritou para que sumisse de sua frente.”

Sakuya parou novamente e lhe encarou, curioso com a próxima cena, ele perguntou:

— O que ele fez? Ele foi embora? — não queria que a resposta fosse um sim.

— Hum… ele a calou.

— A calou? Como assim?

— Com isto — e então, Sakuya selou seus lábios nos dele.

Instantaneamente o coração de Itachi acelerou pela adrenalina, as mãos soaram e as bochechas começaram a pegar fogo, como se brasas quentes caíssem em sua tez já sutilmente vermelha. Foi tão rápido que sentiu a maciez dos lábios dela, lembrando um pêssego docinho, como tão rápido ela se separou, o suficiente para o rapaz nem ter tempo de fechar os olhos. Mas ela continuou ainda próxima, tão próxima que podia sentir seus narizes se tocando e a respiração dela bater tranquilamente em seu rosto. Dos olhos dela, ele desviou sua atenção para seus lábios entreabertos, enquanto sentia ela o fitando com o costumeiro brilho nos olhos — … e de novo… — encostou novamente depois de sussurrar resvalando seus lábios nos dele, e dessa vez ele se entregou.
Entreabrindo seus lábios, suas línguas se tocaram, permitindo Itachi em sentir um leve choque gostoso e um arrepio se alastrar em sua nuca a eriçar seus pêlos imediatamente, compactuando com borboletas em seu estômago e pontadas sutis em sua virilha. O gosto adocicado dos lábios dela são como a parte rosa com sabor de cereja do seu doce preferido, como dangos deliciosos e viciantes… O perfume sutil de pêssego que emanam do corpo dela é inebriante e a mão pequena dela lhe tocando em seu peito — enquanto que com a outra acariciava seus cabelos — é quente e reconfortante.

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