Ana Luísa Machado
Eu estava feliz em saber que em breve um menininho estaria em meus braços. Sei que seria muito difícil ser mãe nesse momento da minha vida, eu não tinha conquistado nada ainda, morava de aluguel e tinha medo de como as coisas seriam daqui pra frente, mas não queria encher minha cabeça de preocupação, meu único foco agora tinha que ser Bernardo.
Meu celular tocou e vi o nome de Diego aparecer na tela, peguei o aparelho e o atendi com o sorriso no rosto. Eu sentia tanta falta da presença dele e nesse momento seria importante tê-lo aqui comigo, mas eu sabia que ele não podia e também tinha receio de como reagiria a notícia, por isso estava adiando. Sempre que Di me ligava conversávamos mais sobre como estava sendo sua vida no novo estado, meu irmão estava bem e feliz com tudo e sua felicidade era a minha também.
Conversamos por uma meia hora e soube que em algumas semanas ele pretendia vir me visitar. Eu só sabia que até lá tinha que criar coragem e contar sobre a chegada de seu sobrinho.
Assim que desligo a chamada, começo a me sentir mal. Estava tonta e enjoada, tento levantar para buscar um corpo d'água, mas sinto minha vista escurecer. Penso logo no meu filho e começo a me preocupar.
Pego meu celular e busco o contato de Thiago, era a única pessoa próxima que podia me ajudar agora. Ligo pra ele, mas o celular só da fora de área, mando mensagem, mas sequer chega em seu aparelho.
Sinto uma ânsia de vômito e como se minha cabeça estivesse girando rapidamente.
Olho minha curta lista de contatos, buscando por alguém que pudesse me ajudar agora, até ver o nome de Théo. Ele havia sido tão solícito comigo da última vez que nos encontramos, talvez pudesse me ajudar se não estivesse ocupado.Ligo pra ele que apenas no segundo toque atende.
— Alô?
— Doutor Théo?
— Ana Luísa? É você? Está tudo bem?
Como ele soube que era eu Tão facilmente?
— Sou eu. Estou passando mal, pode me ajudar?
— Sim, claro! — diz de imediato e ouço uma movimentação e barulho de chaves. — Onde você está?
— Em casa.
— Estou indo aí agora.
A ligação é desligada e permaneço no sofá, minhas vistas escurecem novamente e dessa vez acabo desmaiando.
Não sei quanto tempo passou até que eu sentisse braços fortes me segurarem e uma mão ser passada no meu rosto. Abro os olhos devagar para me acostumar com a claridade e vejo a expressão de alívio vindo do rosto de Théo.
— Como se sente? — sua voz portanto, ainda é de preocupação.
— Melhor do que antes.
— Você teve uma queda de pressão. É normal durante a gravidez, mas vou pedir mais uma vez para que faça exames para garantir que sua saúde está boa. — assinto compreendendo.
Théo me entrega um copo de água e me ajuda a sentar. Bebo o líquido e pouso uma das mãos sobre a barriga, sob o olhar do homem a minha frente.
— Tive sorte do porteiro permitir que eu subisse. — falou tenso e se sentou ao meu lado. — De verdade, Ana Luísa, não pode morar sozinha.
— Não tenho tantas opções. — suspiro. — Já te falei que meus pais são do interior e meu irmão se mudou.
— E o pai do seu bebê? Desculpa ser invasivo dessa forma, mas onde ele está? — seu olhar sustenta no meu por alguns segundos.
— Ele... morreu. — me mexo desconfortável e olho pra baixo, antes vendo Théo arrependido.
— Me desculpa, Ana Luísa. Eu... não podia imaginar.
— Tudo bem, não ia fazer diferença. — dou um sorriso fraco a ele. — A única pessoa que pode vir me ver com mais frequência é o Thiago, mas ele é amigo do meu irmão e não demoraria pra que Diego soubesse do sobrinho.
— Sendo assim, como médico, me sinto na obrigação de verificar o bem estar de vocês. A partir de hoje pode esperar visitas, mensagens e ligações. E quero que me ligue se precisar.
— Eu agradeço, mas não há necessidade. Eu sei que vocês médicos são atarefados, cheio de pacientes, não se preocupe comigo.
Imaginava o quanto a vida de Théo era corrida e não queria ser um peso pra ele.
— Esqueceu que você é minha paciente? Não adianta argumentar. Pelo menos até o fim da sua gestação acompanharei vocês de perto. — garantiu e mais uma vez não tive como recusar. Théo me parecia muito firme quando tomava uma decisão.
— Ok, Doutor Théo. Muito obrigado pelo cuidado com a gente. — seguro em sua mão, enquanto acaricio minha barriga e o vejo sorrir pra mim.
Mesmo não querendo incomodá-lo, me sentia mais segura em saber que teria a quem gritar caso precisasse de socorro.
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Perfeito Acidente
RomanceDesde seus 18 anos, Théo dedicou a vida em sua carreira de médico, deixando de lado sua vida pessoal, inclusive a amorosa, mas tudo muda quando Ana Luísa pisa em seu consultório. Théo se encanta com a bela mulher, mas se desanima ao descobrir o moti...