You'll never be alone...

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A ansiedade não era algo constante em mim, mas naquela noite em particular ela estava presente, eu jamais tinha beijado um garoto e sair de casa escondido por ele em um único dia... Eu olhava para a única vela que flutuava iluminando vagamente o cômodo onde eu estava, o silêncio lá fora só me deixava mais nervoso.
Peguei o relógio de bolso e olhei os ponteiros

-Onze e cinquenta- sussurrei colocando o relógio novamente no bolso

Me levantei da cadeira pegando meu sobretudo e olhei uma última vez para a escada que levava para os quartos no andar de cima, abrir a porta devagar olhando a rua vazia e silenciosa, me certifiquei que não haveria ninguém nos lugares escuros e sair fechando a porta devagar.
Caminhei o trajeto rápido mas da forma mais silenciosa que eu poderia fazer, a noite não estava tão escura já que a lua estava alta e muito brilhante.

- Nunca mais aceite fazer isso - sussurei quando vi ao longe uma silhueta, provavelmente alguém bêbado saindo da taverna, desviei o caminho entrando em um beco escuro e continuei andando mais rápido

Quando cheguei ao cemitério ele ainda estava sem a presença de Gellert, encolhi os ombros enquanto olhava para a pequena capela ao lado, eu não costumava ir a igreja na adolescência, enquanto criança meus pais nos levavam algumas vezes para nos enturmar com as crianças dos trouxas que moravam por ali por perto.
Caminhei até o túmulo de Ignotus e fiquei olhando o símbolo, me encolhi um pouco no sobretudo quando sentir um leve vento gelado bater e me virei para trás, ele havia enfim chegado e eu soltei o ar pela boca quando ele caminhou até a minha frente tirando o capuz e passando a mão nos cabelos para organiza-los

- Você estar atrasado - falei baixo olhando para o seu rosto

-Batilda não dormiu cedo hoje - ele coçou o canto da boca - Tive que apagar ela

- O quê? - O olhei incrédulo e ele abaixou a cabeça levantando logo em seguida

- Foi um feitiço leve - ele pôs o dedo na boca em sinal de silêncio - ela tá bem

- Tem certeza? - apertei minhas mãos uma na outra

- Sim, meine Liebe - Ele sorriu pequeno puxando meu queixo e me beijou rápido - Agora vamos ver o túmulo

Concordei com a cabeça e nos viramos para olhar a lápide, observei Gellert passar as pontas dos dedos sobre o símbolo das relíquias os descendo até o nome de Ignotus, fechando os olhos e abrindo a boca levemente por um momento

- Quem dera se as relíquias fossem enterradas com eles três aqui - Ele me olhou

- Sabemos que estão com seus descendentes, precisamos seguir os rastros deles - falei olhando para fora do cemitério

- Eu sei... Mas seria tão mais fácil - ele falou batendo devagar no túmulo

- Você realmente acha que Ignotus, Cadmo e Antíoco Peverell estivessem com as relíquias no túmulo iria ser fácil tirar deles? - Continuei olhando para fora do cemitério

- Poderia não ser, mas nós dois aprenderiamos um jeito não é? - sentir ele segurar minha cintura juntando com a dele - Vamos encontrar elas?

- Sim - respondi dessa vez olhando para ele enquanto ponho minhas mãos na sua cintura - Nós vamos encontrar as relíquias sim

- Você é fantástico - ele me abraçou - Vem, vamos para casa eu já vi o que tinha que ver aqui - Ele me puxou pela mão até fora do cemitério

- Vou te levar até em casa - Ele pôs o capuz e entrelaçou nossas mãos

- Espera, você me fez sair escondido de casa para vim até aqui no meio da noite para passar míseros 10 minutos alí? - apontei para dentro do cemitério - Poderíamos ter vindo de manhã

Don't Go... - Grindeldore Onde histórias criam vida. Descubra agora