Caramelo quebrado

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Capítulo 2 - Por Alessandro

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Fato de 2018...

Terminar um relacionamento é algo doloroso e a ferida não sara se você convive diariamente com essa pessoa. Se bem que de uns dois meses pra cá, eu creio que a ferida sarou e posso perdoá-lo por me permitir terminar com ele.

Não sei por que estou falando desse safado. Porque todos os dias eu penso nele, quando do meu lado, na cama enorme king size, eu tenho um homão que me trata como um príncipe, me dá tudo que eu quero e ainda me encoraja a não desistir de meu negócio, pois adora esfregar na cara do meu ex, que tenho um homem que PODE mais do que ele. Eu também adoro fazer isso, porque não consigo passar por cima do fato de que ele não me impediu de ir embora naquela noite...

Por que eu estou falando dele outra vez?

Chega, Alessandro. "Você precisa olhar para o gordinho branquinho e gostoso do seu lado..."

Sinceramente, não que eu ainda ame o Talisson, porque não amo mesmo, mas sinto falta de melanina, do brilho da pele, do calor do abraço, do cheiro maravilhoso dele... Chego sentir um frio na barriga só de lembrar seus atributos, a voz então, chegava ser erótica de ouvir. Resumindo, um homem perfei...

Ah é tudo a mesma coisa.

Onde eu tô com a cabeça? Que absurdo invadir meus pensamentos o tempo inteiro! Vou bater nele, vou socar, vou sim. Ele não toma jeito! Tá aqui dentro e de novo eu penso no fulano.

Se acalma, Alê, seca a lágrima, sorria. Você é feliz, amado e merece tudo isso.

— Que foi? — Quando o Cauan me olha, eu sei que ele sente algo forte por mim. Afinal passou por cima do preconceito da sua família para se relacionar comigo. — Bom dia...

— Já levantei e fiz café. Acordei dez para as seis hoje.

— O que tá te preocupando? Andou chorando?

— Eu? Chorando? Tava com uma coceira nos olhos.

— Tá... Ei, tira uma folga hoje, manda o teu sócio à merda e fica na cama comigo. Não vou te soltar. 

Realmente, Cauan é perfeitamente romântico, bem possessivo, gosta que eu ostente roupas de marca, tênis e qualquer item tecnológico de ponta, perto do ex. E adora quando me escapa algo negativo sobre o Talisson. Vez ou outra, Cauan me força a ficar em casa, quando ele não tem horário para aparecer em seu próprio negócio largado nas mãos de meia dúzia de empregados.

— Não aperta tanto, Cauan. — consigo me desvencilhar do homem que cola em mim enquanto estou mijando, fica olhando enquanto estou sacudindo o "artefato" antes de guardar — Minha privacidade é zero. 

— Ah eu não me importo.

— Eu sim. É estranho pra mim. Pensa, tem intimidade que não fica bem compartilhar.

— Eu gosto de compartilhar tudo, até um pum. Hahaha...

— Meu Deus! Sai! Me solta...

Meu humor azedou como era de se esperar. Eu sei que me afobei para morar com ele logo após uns poucos meses de namoro, mas tinha demorado tanto para abrir o coração que imaginei que havia encontrado um substituto à altura do ex. Pois, eu andava meio pra baixo e o motivo vinha de novo na cabeça e isso me acontecia há pelos menos dois anos, desde que eu saí do seu sobrado simbolizando o final do namoro de oito anos.

Talisson nunca falava claramente se tinha outra pessoa ou qualquer interesse amoroso e por mais estranho que seja pra mim, isso era algo que me incomodava muito mais do que se eu o visse com alguém. 

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