Caramelo pequeno

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Capítulo 6- Por Alessandro

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No começo de 2016...

A situação andava tensa entre eu e o Talisson, mas nos agarrávamos a nossa própria história e pelo menos eu, relembrava tudo o que passamos juntos.

Havia mais ou menos três anos que fiz as pazes com meu pai e dava muito valor a isso, queria ser feliz com Tali, mas com minha família também.

Na época em que assumi meu namoro com Talisson, levei um tapa na cara de minha mãe que ao mesmo tempo segurou meu pai para que não me atirasse uma cadeira, tal era o seu ímpeto de me agredir fisicamente, que na falta disso, disse-me todas as piores e mais doentias palavras que me endureceram bastante o coração.

Sem tanto para contar sobre esse evento, todas as memórias seriam no mínimo desagradáveis de narrar, a lembrança me faria muito mal e enterrei boa parte desse ódio que tinha dele quando me procurou pessoalmente e pediu se eu o perdoaria. Segundo o senhor João Paulo, meu pai, sua consciência nunca parou de perturbar e depois, ele soube que eu estava bem, tinha um negócio próprio e isso merecia seu respeito. Conversa vai, conversa vem, ele nem esperou muito para pedir se eu empregava minha irmã do meio que tinha seus problemas em permanecer em empregos e que por insubordinação, fora demitida por justa causa.

O motivo, segundo ela então, era a perseguição por parte do seu chefe. Como eu estava voltando aos poucos a ter contato com essa irmã e o pai, a princípio acreditei nela e tentei ajudar um pouco, convidei para que fosse morar alguns meses comigo, já que ela dramatizava inventando, quando eu ainda não estava acostumado com suas mentiras, que nosso pai era tremendamente injusto com ela, não crendo nas coisas que ela jurava que passara e que somente minha mãe ainda a defendia.

Eu caí igual um pato tonto, ajudei financeiramente, tentei aconselhar, deixei que morasse comigo e com isso acabou afastando meu namorado aos poucos, logo eles discutiram e por isso ele parou de me visitar, eu quando o visitava tinha que aguentar as milhares de regras para me locomover em seu apartamento, após oito anos juntos. Isso era absurdo. Eu sentia que Talisson estava muito mais distante a cada dia, o desgaste começou a aparecer porque primeiramente a paciência era dosada com conta gotas, os filtros não funcionavam então nos magoávamos com facilidade, a convivência por tanto tempo não amenizava mais as divergências que antes eram nosso tempero.

Eu juro que não queria terminar, porque na verdade queria morar junto, chamar de marido, sentir a proteção dele e protege-lo igualmente. Todas essas coisas que um casal de longa data deseja para a transição de namoro para a fase de morar juntos. Era o que eu mais queria, ele parecia não estar muito afim e isso cansou tanto o meu lado que comecei ensaiar, mesmo que chorasse no chuveiro, as palavras que lhe diria caso chegasse ao ponto de terminarmos.

— Nosso lucro ficou baixo nesse segundo trimestre... — ele comenta querendo falar sobre a empresa, usando muito o artifício quando não quer entrar nos nossos assuntos — Deu sessenta mil no trimestre passado, agora deu quarenta e dois... divide entre nós dois e depois por três meses...

— Ai por favor, Talisson, só falta me dizer que compensa trabalhar como empregado. Olha o tanto de coisas que conquistamos, eu estou pagando um carro e aquele terreno grande...

— Devia priorizar a compra de um imóvel que te livrasse do aluguel, igual eu fiz.

Tinha alguns momentos que essa veia de rapaz empreendedor me irritava. Era a razão em pessoa, beirava a soberba só pelo fato de ter comprado um pequeno imóvel. Sim, eu digo que era uma gracinha, mas pensei até o último minuto que ele ia me chamar pra morar junto e colecionei mais essa amargura. Talisson para fechar, comentou aos sorrisos que "negócios" à parte, o namoro era melhor assim, cada um no seu canto para ter sua privacidade, ter suas coisas, seus momentos de solidão pra pensar, poder convidar um familiar, uns amigos para tomar um café, não precisar pedir opinião para alterar o que for dentro do seu espaço e eu simplesmente não conseguia olhar as coisas da mesma maneira que ele. Porque pra mim, quem se ama, se curte e está junto há oito anos com alguém, deveria estar louco para casar com esse alguém. Eu penso assim.

Essa divergência foi desde o começo, mas nunca "gritou" tanto quanto nos últimos meses de namoro. Esse foi o oficial início do fim.


***

há relações que se desgastam, até comigo já aconteceu, mas passamos por cima, então há chances do casal acima, refazer o relacionamento... ou não...

ah, que capítulo miudinho, né, mas não tenho um padrão neste conto

deixo muitos beijos e abraços bem grudentinhos de suor, ai que calor kkk

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2021 ⏰

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