Dezessete

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          Enquanto isso, Hardin ainda está em sua cama de pijama, quando Daniel entra de repente, segurando uma xícara branca.
     -O que é isso? Soda Cáustica? –Hardin pergunta.
     -Não! É uma bandeira branca! –Daniel dá um gole na xícara para provar que não há nada de mais e entrega a Hardin.
     -Veio implorar por clemência? –Hardin olha para ele enquanto toma o que Daniel trouxe.
     -Não...por nós! O que estamos fazendo? Por que estamos brigando? –Daniel se senta na cama de Hardin –Como era os seus amores do passado?
     -Era...tudo ou nada! Pura adoração ou ódio cego! –Hardin encara Daniel com um olhar triste –Tudo parecia um antro de sombras, o Salles era a minha única luz...é...ele foi embora e as sombras voltaram...e você veio e agora parece que vai desaparecer!
     -Mas eu não desapareci! Eu estou bem aqui! E, talvez, não seja tarde demais! –Daniel segura as mãos de Hardin.

          Na empresa, Mari chega e Theo pede para ela esperar um momento enquanto ele termina de servir o café, ele vai enchendo a xícara e mostra o endereço da pessoa que ligou reclamando de barulhos estranhos, Theo acaba se atrapalhando e a xícara transborda.
     -Ai, droga! –Theo xinga.
     -Opa! –Um dos editores fala –Cuidado aí, Theozinho, cuidado! –Ele dá risada –Servir um café é uma coisa muito difícil!
     -É desse jeito que eles te tratam? –Mari sussurra.
     -Você ainda não viu nada!
     -Precisamos sair daqui agora para podermos conversar!
     -Como? Estou no meio do expediente, eles nunca vão me liberar mais cedo! –Theo diz.
     -Eu tenho um plano! –Mari pega a xícara –Onde é a sala do chefe?
          Mari vai até a sala do chefe, bate na porta e entra com a xícara de café, o chefe a estranha, pois nunca tinha a visto.
     -Aqui, prontinho! Com leite e duas colheres de açúcar!
     -Muito obrigado! Mas quem é você? –O chefe pergunta.
     -Sou Mariane...a namorada do Theo! Eu queria pedir uma coisa! Será que um dos outros funcionários poderia buscar o almoço hoje?
     -Eles tem outras funções...
     -Eu sei, é que...eu preciso muito que o Theo vá ao médico comigo...eu estou com uns...problemas femininos! –Após Mari dizer isso, o Chefe quase se engasga, mas dá a permissão para Theo sair mais cedo.
     -Mari, olha, eu não sei se isso é uma boa ideia... –Theo diz ao sairem.
     -Jura? Porque eu acho que foi a melhor ideia que eu já tive! –Mari se refere em investigar o telefonema que Theo recebeu.
     -Não! Eu só acho que não custa pedir permissão ao chefe!
     -O custo de perguntar é o chefe falar "Não!" Vamos pedir desculpas e não permissão! E se a matéria for boa como eu acho que vai ser, o seu chefe nem vai ligar, na verdade, vai agradecer!
     -Ou a pessoa que ligou é maluca, a matéria sai pela culatra e eu sou demitido! –Theo diz.
     -Aí você não vai mais precisar trabalhar nesse buraco!
     -Você não está entendendo, Mari! Eu não posso ser demitido, eu preciso dessa grana! Eu preciso mesmo dessa grana! –Theo se senta em um banco de praça.
     -Calma, Theo! Não é o fim do mundo! Você pode conseguir outro emprego, aliás, isso nem deve ser a sua prioridade agora! Eu sei que os seus pais não querem que você trabalhe para poder focar no vestibular para a faculdade! E só deixaram você pegar esse empego por ser de meio período!
     -Estamos passando por uma situação difícil em casa e eu sou o único que pode resolver! –Theo passa a mão pelos cabelos –Mas isso está acabando comigo...como passamos de joelhos ralados para isso?
     -Não precisa passar por isso sozinho!
     -O que eu posso fazer? –Theo pergunta.
     -Tive uma ideia louca...

Música: Seventeen (Heathers: The Musical)

           Após isso, Theo e Mari decidem investigar o telefonema, porém mais tarde, pois eles querem aproveitar a tarde juntos. Eles vão para a Lanchonete e Pizzaria do Dante para jogar conversa fora e comer um pouco, já que os dois estão famintos. Quando chegam lá, eles escolhem uma mesa e Dante tira o pedido deles, enquanto esperam:
     -Agora, me conta exatamente o que está acontecendo! –Mari diz.
     -Bom, de início, eu só estava procurando um emprego de meio período, só para conseguir uma grana e poder comprar minhas coisinhas... –Theo conta –Por isso aceitei qualquer emprego que me ofereceram!
     -Aquele emprego não é nem um pouco digno para você...ou para qualquer pessoa!
     -Ninguém merece aquela humilhação... –Theo fala –Se fosse por mim, já teria saído na primeira provocação!
     -Por que não saiu ainda? –Mari pergunta.
     -Meu pai Nicholas não estava recebendo o salário certinho e logo a minha família entrou numa crise financeira...meu outro pai, Anthony, trabalha em uma loja da parte da família dele, mas as vendas estão fracas e ele mal está recebendo lucros, então, meu pai Nicholas estava sendo a única fonte de renda lá em casa com um salário fixo e, para piorar a situação, ele foi mandado embora da empresa e, agora, eu sou o responsável pelo sustento de casa, se eu perder esse emprego, já era, não vamos ter mais nada! –Theo diz.
     -Theo... –Mari segura a mão dele –Você tem dezessete anos, isso não deve ser o seu problema, seus pais estão fazendo o possível para resolver essa situação, isso é o dever deles, não estou dizendo que você não deve ajudar, estou dizendo que você não pode carregar toda essa responsabilidade nos seus ombros! O fato de você estar abrindo mão do seu dinheiro para ajudar nas despesas da sua casa, já é algo grande! E você não vai passar por isso sozinho! Eu vou te ajudar...e sei a pessoa certa para fazer isso! –Mari arqueia uma sobrancelha e Theo fica confuso.

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