10- Delirium

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Oioi mores! Como vocês estão?
Espero que bem!
Mais um capítulo pra vocês e eu espero que gostem, votem e comentem.
Boa leitura!❤️

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Nada te acorda como acordar sozinho...

Louis abre os olhos trêmulos e pesados. A cama está fria e o vento entra pela persiana fazendo um barulho sombrio.

Três dias... três fucking dias.

No primeiro sentiu que podia ignorar da mesma maneira que era ignorado, algo dentro dele dizia que era questão de tempo, para, como das outras vezes, Harry ligar ou mandar uma mensagem. Ele conseguiu performar uma sanidade completamente crível e se sentiu tão satisfeito, que teve certeza que poderia passar a vida inteira sem olhar as notificações do celular a espera de algo que viesse dele.

No segundo dia ele tinha certeza que o dia anterior inteiro de auto controle era suficiente pra que Harry procurasse por ele. Mas nada veio, nem um sinal, nem uma notificação, nada.
A frustração queimou seu estômago a medida que a noite caia e o silêncio tampava seus ouvidos, cada vez mais ensurdecedor.

O terceiro dia drenou qualquer gota de esperança e de energia de seu corpo, até suas bochechas pareceram ganhar a cor das nuvens do céu de Londres.
Dois dias foram o máximo que ele conseguiu represar a enxurrada de sentimentos, de angústia e vazio.
As horas levaram seus últimos minutos de força, então ele se afogou nas lágrimas e no suor frio até sua garganta começar a arder.

Já tarde da noite, sua cabeça latejava de pensamentos que ele não queria ter e a pele ganhou novas marcas no lugar daquelas que haviam desaparecido nos seus dias melhores e algumas mordidas arroxeadas nós pulsos em tentativas de conter seus gritos. Os cigarros acabaram deixando seu corpo mole e pesado, as pálpebras fechando mas ainda vidrado na tela do computador, vasculhando, esperando.

Constatar que a rotina normalmente desorganizada de Harry permanecia completamente igual doeu mais fundo do que ele esperava.
Talvez ele nem tenha notado quando Louis foi embora da última vez, talvez tivesse esquecido sua própria saudade dentro de Louis, pra que ele tivesse que lidar sozinho com os dois vazios e então seguido em frente e se esquecido até mesmo de mandar uma mensagem.

Louis não sabia se Harry era um cretino idiota por não se importar com alguém que ele chamou de amigo, ou se ele mesmo era por não ter enxergado ou ouvido todos os sinais e os avisos que Styles lhe deu. Zayn também lhe avisou, mas seus sentidos entorpecidos só viam o que queriam ver afinal, nada de novo sob o sol.

Zayn tem ligado só algumas vezes, pra saber se o amigo ainda está respirando. Não é como se ele não se importasse, mas ele se sente irritado por Louis não enxergar o que ele mostra e não lhe dar ouvidos nunca, ele simplesmente não pode mais amarrar Louis em casa, não pode impedir mais do que ele tenta.

Louis encara um foto que eles tiraram a uns dias atrás... Zayn está no colo de Liam, nada surpreendente, Niall está mordendo uma fatia de pizza sentado no chão enquanto pisca um de seus olhos impressionantemente azuis, e Harry está segurando Louis, apertando seu ombro de leve, mantendo seu corpo perto, quente.

O frio se espalha na barriga de Louis e ele arranha a coxa em punição, deixando pequenos veios vermelhos onde suas unhas curtas fincaram.
Ele encara seus próprios olhos, vulneráveis sob o toque de seu vício, enquanto Harry parece não sentir nada, inabalável.
O coração de Louis se espreme no peito até doer. Aquela realidade o acerta um tapa...ele nunca mexeu com Harry, nem mesmo um pouquinho, ele é entediante, previsível, tudo que Styles disse sobre ele e talvez Louis tenha sido realmente tonto pra não perceber que nada nunca passou de um jogo onde ele era o "café com leite" mas ninguém lhe contou, ele só ganhava quando Harry permitia, por pena ou por comodismo, mas nunca porque realmente valia a pena.

"OBSSESSED" - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora