15.2 - Undertow

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Att duplaaa!!
Porque não achei justo demorar tanto, matar vcs na primeira parte e não libertar a segunda  kkkk
Votem e comentem!
Espero que gostem e tenham uma boa leitura! ❤️

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Ressaca: "é o movimento anormal das ondas do mar sobre si mesmas na área de rebentação, causada por rápidas e violentas mudanças no tempo".

Harry se sentia preso na arrebentação, enquanto varria com os pés, de um lado para o outro, o corredor estéril do hospital.
O tempo mudou violentamente, fazendo aquela bagunça, agitando o mar e agora, Harry não conseguia se mover, não fisicamente, mas emocionalmente, estava lutando contra as ondas que quebravam umas sobre as outras e sobre ele, lavando-o  àquele estado impotente e desesperado de sufocamento.
O tsunami de Louis o arrastou pro fundo de sua mente, prendendo-o em um looping de lembranças esquecidas.

O sangue estava em tudo e, por vezes, ele acreditava estar vendo tudo em tons de vermelho e azul. Era como se tudo que ele toca sempre virasse vermelho, sangue, dor e lágrimas, um rei Midas as avessas.

"Você não precisa mais ficar triste" foram as últimas palavras que Skyler disse a Harry, mas desde então ele simplesmente não se lembrava de ser plenamente feliz até Louis brilhar para ele.

Era como se ele fosse a personificação daqueles miosótis...como se de alguma forma, a própria Sky tivesse entregado seu presente a Harry através dos olhos daquele garoto.
É uma ironia que o significado da flor azul seja recordação, fidelidade e amor verdadeiro, o que atribui a singela erva seu outro nome,  "Não me esqueças".

Mas Harry esqueceu, ele esqueceu o preço de se negar o amor, esqueceu de abrir os olhos e o peito para ver além, além das aparências, das palavras, dos gestos. E agora lhe restaram apenas olhos para a culpa, uma culpa que ele não deveria ver, mas dentro d'água, com ondas de ressaca lhe cobrindo os olhos, todos os sentimentos torna-se turvos, nebulosos e a dor do sal nos pulmões e na garganta, apenas permitem que se exponha o sofrimento em carne viva e é tudo que você pode ver e sentir, a culpa sai por aí.

As semelhanças entre os fatos de sua vida, só torna a causalidade mais eminente. Com se provasse a veracidade da contingência.

Harry sente as lágrimas secas irritarem sua pele e isso o desperta. Ele sequer notou que havia chorado desde que apertara as toalhas brancas de Louis em seus punhos com força e apoiara cabeça do garoto em seu colo, implorando em silêncio sobre o corpo inerte, chamando Louis baixinho, como se pudesse fazer sua alma, que ameaçava se esvair entre seus dedos, ouvir e ficar.

Ele se mantinha ali, contando as respirações cada vez mais fracas e lentas de Louis, uma a uma, se agarrando naquele sopro de esperança, até a ambulância chegar e tirá-lo dele e dessa vez, foi ele que se sentiu a ausência.

O hospital é um espaço de tempo confuso. Talvez pelas luzes sempre acesas, pela ansiedade, ou pelo risco. O tempo parece não passar, mas ao mesmo tempo, muito tempo se passa.

—A quanto tempo estamos aqui Niall? Já não era para termos tido notícias dele?

—Eu vou buscar informações... Talvez Zayn e Liam saibam algo. – o loiro acariciou as costas do amigo gentilmente, se levantando e indo em direção a outro corredor que levava a outro canto da recepção.

Liam estava lá com Zayn, afastado, simplesmente porque Malik não suportava estar perto de Harry naquele instante e Harry também não suportaria vê-lo agora, não com aquele olhar de raiva e de culpa que ele, na verdade, sabia que merecia, por ter sido tão cego e fechado para Louis, por ter sido egoísta e narcisista ao ponto de achar que ele era o x da questão, quando na verdade ele era apenas a droga, em todos os sentidos possíveis para essa palavra.

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⏰ Última atualização: Nov 05, 2021 ⏰

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