15.1 - Tsunami

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Hei nenes, como estão? Espero que bem!
Eu sei que tô demorando pra atualizar, mas tô tendo pouco tempo pra escrever, desculpa...
Esse capítulo tá curtinho porque eu senti necessidade de terminar ele naquele momento e acho que ficaria estranho de outra forma.
Então é isso, espero que gostem, votem e comentem.
Boa leitura!!❤️

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(Contém gatilhos de depressão, mutilação e tentativa de suicídio)

Quanto tempo leva para uma folha cair? Um sorriso pra abrir, um filho pra nascer? Quanto tempo leva pra lágrima escorrer? Pra um rio secar e encher?

O tempo...será mesmo que ele é um artifício numérico, contavel, visível e palpável?

Me diga porque quanto mais velhos nos tornamos mais rápido o tempo passa? Quanto mais triste estamos, mais ele se arrasta?

Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos. Se eu lhe disser que isto equivale a um ano fará tanto sentido para vocês?
Pra mim não faz... é raso demais.

Me conte de quantos amores você viveu, quantas lágrimas derramou, o quanto de sol queimou sua pele, quantos bebês você ouviu gargalhar e gatinhos ronronar. Me diga quantas vezes chorou sozinho de soluçar e quantas outras foi colo pra um amigo, ou viu filmes nos domingos frios.

O tempo não é feito de minutos é feito de momentos reais e existe um abismo sufocante entre o tempo cronológico e o tempo psicológico e no momento em que Louis se deparou com o real ele se perdeu no limbo, ele caiu nesse abismo.

Não há exatas possibilidades para descrever a forma como o tempo passou para Louis naquele momento, mas se o tempo flui como a água, podemos dizer que no vazio ele se derramou.

O tsunami não começa na praia.

Ele começa anos antes, com movimentos lentos, cumulativos, no que há de mais profundo no organismo da terra, quando um dia, algo se move de forma mais brusca, despertando a calmaria, agitando onde antes era suave, a base sólida estremece e o mar sente, a água recua como se na defensiva, se junta, cresce, cresce, cresce, até não poder mais, até se tornar muito maior e muito mais forte e então, destruir tudo...a praia é o fim.

Louis viveu o tsunami, todos os processos de tempo cronológico longo e uma fração de seu tempo psicológico.
Talvez porque a anos atrás, aquilo já tivesse começado a se formar, com a sequência de perdas e abandonos que uma criança órfã pode vir a experienciar em sua vida, ou talvez por Louis se permitir experiências sempre intensas para além de seus limites, se deparar com a ausência massiva de Harry, por mais que fosse esperado, abriu um buraco em seu interior e sem estrutura a base tremeu e tudo desabou.

Ele negou, sentiu raiva e barganhou, fazendo a água recuar, e então ele se odiou deixando que aquele sentimento crescesse como um monstro como uma onda gigante que não para de crescer e ocupa todos os espaços do seu ser, sua garganta que aperta, sei nariz que arde, seus olhos que vazam e por fim seus pensamentos que ficam nublados, escuros, afogados.

Ele sente a água tomando seu corpo lentamente, grita sons mudos como se de fato estivesse se afogando, cada vez mais fundo, mais longe da superfície.
Depois de tentar ligar para seus números e mandar mensagens confusas e suplicantes em um desespero alucinado, ele percebeu que ninguém nunca viria, e o vazio o engoliu. Ele sentiu quando sua consciência virou dor, sentiu quando sua existência virou inútil, ele sentiu. Sentiu em sua carne o peso que ele próprio era para todos a sua volta, e sentiu aquilo rasgar as costuras de seu coração fazendo-o sangrar por dentro, uma hemorragia.

"OBSSESSED" - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora