[N/A: Descobri um amor enorme pelo DAY6 e escrever essa história fez eu me apaixonar tbm pela discografia maravilhosa. Essa fic sempre foi uma espécie de desafio pq eu queria tentar escrever de uma forma diferente, mais descontraída, mas o que me deixou mais feliz foi ela ter saído do meu controle. A ideia era ter 500 palavras, só que isso se mostrou impossível e ainda assim eu não quis estender tanto pois fugiria muito da proposta. Enfim, deixei uns links com as músicas e guitarras mencionadas ao final de cada capítulo. Boa leitura!]
— Jae, não faz assim... — o moreno suspirou e rolou os olhos.Estava há mais de dois minutos praticamente falando com um pedaço de ferro meio enferrujado e amassado, denunciando que havia levado uma pancada forte. A coordenadora esclarecera que foi resultado de uma briga entre alunos do terceiro ano anterior. Infelizmente, a distribuição se dava por sorteio e naquele ano o mais velho não teve muita sorte.
Finalmente, bateu a porta, trancando o armário e encarando o outro.
— Qual foi, Kang? Volta lá 'pro seu amiguinho, vocês estavam se divertindo tanto... — Jaehyung soltou, áspero, com o queixo elevado. — Se acha que encontrou uma versão melhor de mim, porque inclusive leva o mesmo sobrenome e toca o mesmo instrumento, vai lá ficar com ele.
O rapaz ajeitou os óculos para que não caíssem e saiu caminhando na direção oposta. Pisava com tanta força na cerâmica xadrez que por pouco não vacilou, machucando o tornozelo. Younghyun sabia que não conseguiria obter muito progresso perseguindo o mais velho sem uma estratégia. Mas ele fora pego totalmente de surpresa, em flagrante!
Assim parecia quase um delinquente...
É válido destacar que não estava a fazer nenhuma coisa errada. Tocar música se tornou crime? Kang sentia que sua vida não teria sentido se esse fosse o caso. Ocorrera apenas dele ter arranjado um amigo um tanto inseguro e ciumento, com alguns traumas no passado quando o assunto era amizades da escola.
Por esse lado, a reação de Park era sim bastante previsível. Ele gostava muito de discutir, com isso, não tinha dificuldades em pegar um um fato trivial e transformá-lo em um debate prioritário. Agora de nada serviria lamuriar-se diante da confusão já formada. Jaehyung defenderia sua tese com unhas e dentes enquanto fosse possível.
— Vamos, Dowoon! — o loiro olhou em sua direção de soslaio.
Yoon estava encolhido na outra parede do corredor desde o início. Não queria se meter no desentendimento dos amigos que se conheciam há muito mais tempo quando ele mal havia terminado seu primeiro ano! Ainda que se recusasse a escolher um lado, Jaehyung julgou-o inocente depois de alegar estar muito ocupado com as provas para prestar atenção com quem Younghyun falava ou deixava de falar. Quando Park estava mais distante e, portanto, de costas, Dowoon lançou um sorriso de consolo para o moreno. Ambos sabiam que o outro estava de cabeça quente e merecia tirar um tempo para si.
— O que vai fazer agora? — Enquanto eles entravam na fila do self-service, suas palavras tinham a calmaria exigida por um soldado que andava por um campo minado.
— Como o quê? — Jaehyung arregalou os olhos. — Estudar, ora! Tenho prova de Física daqui a pouco e a professora de Filosofia passou um fichamento para compensar a nota, porque eu fui o único que faltou. Inclusive, você pode me fazer companhia já que não tem integral hoje.
No momento em que fez a proposta, eles já estavam com seus pratos em mãos e Park balançava uma faca na direção do calouro. Bastante convincente, este pensou. Realmente, Dowoon, por ora, passava o dia inteiro na escola na segunda e quarta-feira, estudando as matérias obrigatórias. Para além disso, teve que escolher uma eletiva e optou por Artes Visuais, a qual fazia-o ir embora também algumas horas mais tarde na quinta-feira. Mas não naquele dia, não em plena sexta-feira!
— Hyung... — A boca dele arqueou para o lado em um sorriso torto. — Eu sinto muito, mas esse fardo é todo seu.
A mão direita dava tapinhas nas costas do loiro. Dowoon costumava ser bastante prestativo, gostava de ajudar os amigos, no entanto, ele havia passado duas semanas i-n-t-e-i-r-i-n-h-a-s sem tocar ao menos nas baquetas da bateria de segunda mão que ficava guardada na garagem de sua casa. Estivera desde cedo pensando nisso, alimentando a ansiedade, então não contava em desfazer os planos com si mesmo.
— Você está desculpado. Não por mérito próprio, mas por uma circunstância externa... — Jaehyung estendeu os braços para a mesa buffet.
Sem perceber, ele dobrou um pouco os joelhos, resultando em uma pose mais esquisita do que aquela que planejou rapidamente, com os neurônios que ainda não haviam abandonado-lhe desde a primeira prova do dia. Assim, o mais novo ficou somente parado, mirando-o, tentando decifrar o significado por trás daquela repentina cena. Se fossem parte de uma animação, haveria um macaquinho na sua cabeça, batendo pratos em forma de tic-tac.
Adjacente aos dois, estava uma das cozinheiras, dirigindo-lhes um olhar impaciente por causa, em sua opinião, da lerdeza dos garotos. Ela não tinha tempo para aquilo! A empresa colocava metade dos funcionários para o turno da manhã, metade para o noturno e no horário de almoço, quando era mais cheio, todos precisavam trabalhar. Naquela semana, a senhora de meia-idade estava escalada para ficar até às dez da noite e não queria passar mais tempo do que o necessário encarando aqueles rostinhos de pele esticada e cheios de cravos.
Jaehyung bufou em frustração pelo amigo não ter captado a mensagem.
— O prato especial de fim de semana, Dowoon! — Apontou de novo, agora sem demais teatralidades. — Hoje é ramen...
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Você é tipo minha palheta da Fender
Fanfiction[ONESHOT] No domingo, exatamente véspera de sua semana de prova, Jaehyung tem uma crise de alergia, que dentre tantas já nem sabe mais o que a causou. Mas com a boa mãe que tinha, preocupada com o futuro do filho, na sexta-feira ele é obrigado a ir...