i kissed her

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Camila Cabello

Eu estou fervendo por dentro, não consigo acreditar em tudo o que está acontecendo. Aí estou eu, Camila, completamente fora de mim, irritada por ter sucumbido ao impulso de beijar S/n, a garota que eu jurava detestar. E como se não pudesse ficar pior, descubro que minha melhor amiga, Ally, contou para a ex de S/n sobre essa história absurda de nós sermos almas gêmeas. Como ela pôde fazer isso comigo?

S/n se aproxima, tentando acalmar a tempestade que ela sabe que causou dentro de mim. Ela coloca as mãos em meus ombros, tentando me fazer olhar nos olhos dela, mas eu me desvencilho. Não quero sua calma, não agora. Sua presença só me lembra do erro que cometemos.

-- Camila, por favor, me escuta -- S/n implora, sua voz um misto de preocupação e calma. -- Eu sei que está chateada, mas podemos resolver isso juntas. Renée é alguém confiável, ela não vai espalhar isso

Como ela pode estar tão tranquila? Eu mal consigo me concentrar com a raiva que sinto. Então, Ally aparece, visivelmente nervosa, tropeçando em suas palavras enquanto tenta explicar o inimaginável.

-- Camila, eu... Eu não queria que isso saísse daquele jeito. Eu só estava conversando com a ex de S/n e acabou escapando. Eu juro que não foi por mal. E porra, é a Renée, a última coisa que ela faria seria espalhar isso...

Eu olho para S/n, depois para Ally, tentando processar a confusão de emoções que estou sentindo.

-- Como vocês esperam que eu fique bem com isso?-- Eu praticamente cuspo as palavras, minha voz trêmula de frustração. -- Isso não é algo que se possa simplesmente 'deixar escapar', Ally. E você -- eu me viro para S/n -- não acho que temos nada para 'resolver juntas'.

Eu me sinto confusa e, surpreendentemente, um pouco vulnerável. Neste momento, eu só quero fugir dessa situação, mas algo dentro de mim sabe que essa confusão toda entre mim e S/n, de alguma forma, mudou algo dentro de mim. E isso me irrita ainda mais.

-- você agora vai agir como se a culpa do que aconteceu fosse minha?-- S/n pergunta indignada -- em momento algum vi você recuar, pelo contrário, você me puxou bem pra perto. Se Ally não tivesse chegado e interrompido, duvido muito que iria querer parar. Não jogue a culpa em mim, quando você também quis isso, beleza? Você já é bem grandinha pra isso, não temos mais oito anos

Ela passa por mim, esbarrando em meu ombro e subindo as escadas em passos rápidos.

A resposta de S/n me atinge como um soco no estômago. Suas palavras reverberam na minha cabeça, e por um momento, eu fico sem palavras. Como ela ousa colocar a culpa em mim também? Mas, no fundo, eu sei que ela tem um ponto. Eu não recuei, e em um momento de pura insanidade, eu a puxei para mais perto. A realidade daquela admissão faz meu coração bater mais rápido, e eu me sinto ainda mais irritada, não só com ela, mas comigo mesma.

Assisto enquanto S/n sobe as escadas, seu gesto de esbarrar em mim deixando uma marca física e emocional. Sua indignação e suas palavras diretas me deixam atordoada. Eu quero retrucar, gritar para ela que ela está errada, mas algo dentro de mim sabe que não posso. Ela expôs uma verdade que eu não queria enfrentar: eu também quis aquele beijo, talvez tanto quanto ela.

Meu orgulho está ferido, e a frustração borbulha dentro de mim como um vulcão prestes a entrar em erupção. Eu me sinto perdida, confusa, com raiva de S/n por ter a coragem de dizer essas palavras, mas também com raiva de mim mesma por não poder simplesmente negá-las.

Eu respiro fundo, tentando acalmar a tempestade dentro de mim. Eu não posso deixar que S/n veja como suas palavras me afetaram. Eu preciso de um momento para processar tudo isso sozinha, longe dela e de Ally.

A verdade é que essa situação toda é mais complicada do que eu queria admitir. E as palavras de S/n, por mais duras que sejam, forçam-me a olhar para dentro e enfrentar sentimentos que eu preferiria manter enterrados. Eu estou irritada, sim, mas agora também estou confusa, confrontada com a realidade de meus próprios sentimentos e ações.

Eu me viro, decidindo dar a mim mesma o espaço de que preciso. Preciso de tempo para entender o que realmente aconteceu entre eu e S/n e o que isso significa para mim. Mas uma coisa é certa: essa conversa está longe de acabar.

-- Camila... -- Ally me chama e eu nego com a cabeça

-- agora não Ally... Preciso pensar um pouco... -- eu saio da casa da garota o mais rápido possível. Não ligando nem para minhas coisas que ficaram lá

S/n

Subindo as escadas depois de confrontar Camila, sinto meu coração acelerado e minha mente girando. A verdade é que eu não esperava que as coisas chegassem a esse ponto, mas quando vi Camila ali, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão defensiva, algo dentro de mim estalou. Eu precisava dizer a verdade, mesmo que isso doesse em nós duas.

Eu me sinto frustrada, sim, mas há algo mais profundo acontecendo dentro de mim. Uma mistura de alívio e medo. Alívio por finalmente ter dito o que sentia, por ter tirado esse peso de mim. Mas há também um medo palpável do que isso significa para o futuro. Como Camila vai reagir? Será que ela vai me odiar ainda mais depois disso?

Enquanto continuo a subir as escadas, posso sentir a tensão em cada passo. Minhas palavras para Camila foram duras, talvez até mais do que eu pretendia. Eu disse a verdade, sim, mas também revelei mais sobre meus sentimentos do que estava preparada. A admissão de que ambos queríamos aquele beijo me deixa vulnerável, uma sensação que não me agrada.

Há um turbilhão de emoções dentro de mim. Estou irritada com a situação, com o fato de Ally ter contado para a Renée sobre Camila e eu, mesmo que seja a Renée, ainda me sinto extremamente irritada com isso. Mas, mais do que isso, estou irritada comigo mesma. Por que eu beijei Camila? Por que eu permiti que esse momento de fraqueza acontecesse? E por que, apesar de tudo, parte de mim não se arrepende?

Eu me sinto confusa. A verdade é que nunca esperei sentir algo por Camila além de uma antipatia mútua. E, no entanto, aquele beijo... Ele mexeu comigo de uma maneira que eu não quero admitir. Mas agora, diante da reação dela, eu me pergunto se fiz a coisa certa ao confrontá-la. Será que eu só piorei as coisas?

Quando chego ao meu quarto, fecho a porta atrás de mim com um suspiro. A solidão do meu quarto me dá espaço para respirar, mas não alivia a confusão que sinto. Preciso de tempo para pensar, para entender o que realmente sinto por Camila e o que isso significa para nós. A última coisa que eu queria era complicar ainda mais nossa relação, mas parece que foi exatamente isso que fiz.

Agora, resta-me enfrentar as consequências das minhas ações e das minhas palavras. E, de alguma forma, encontrar um caminho para resolver essa bagunça que nós duas criamos.

Dream With You (Camila Cabello/You Gp!)Onde histórias criam vida. Descubra agora