she's here

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Camila

Aqui estou eu, deitada no sofá em uma posição que parece mais uma tentativa frustrada de contorcionismo, buscando algum alívio para essa dor que insiste em me assombar. Minhas mãos alternam entre segurar firme a barriga e buscar conforto em uma bolsa de água quente, que se tornou minha fiel companheira nestes momentos. Cada onda de cólica me faz franzir o rosto e suspirar fundo, tentando convencer meu corpo a relaxar, mas parece que ele tem vida própria. O controle remoto está ali, jogado ao lado, mas até mesmo a ideia de esticar o braço para pegá-lo parece um esforço hercúleo. A TV está ligada, mas o barulho do programa que eu nem sei qual é se mistura ao fundo com os meus murmúrios de desconforto.

-- Por que eu?-- eu me pergunto, enquanto dramatizo um pouco mais, pensando em como algo tão natural pode ser tão dolorosamente incômodo. Eu sei que vai passar, sempre passa, mas nesse exato momento, eu me permito ser um pouco teatral sobre toda essa situação.

S/n havia me chamado para ir ate sua casa hoje para nadar na piscina, eu recusei pois estou a beira de minha morte, não acho que seja um clima bom para piscina. Depois de minha recusa, e eu ecplicar o motivo, S/n desapareceu. Talvez esteja aprendendo a lidar com a dor de ter perdido sua namorada por uma morte tão trágica...

A campainha soa alto pela sala. Gemendo em frustração e dor, eu me levanto do sofa, ao abrir a porta dou de cara com minha namorada, ela parecia ofegante

-- tentei vir o mais rapido possível... Trouxe remedio, chocolate, sorvete, pipoca... Trouxe essas coisinhas que as garotas passam na cara, eu vi no tiktok que distrai, talvez você esqueça um pouco a dor ate o remédio fazer efeito... Eu tambem trouxe refrigerante, eu tentei encontrar aqueles bolinhos que você gosta, mas não achei eles... Por que esta chorando?-- ela dispara a falar, seus olhos pareciam desesperados ao ver que eu estava chorando -- merda... Calma... Eu vou achar os bolinhos, posso procurar em mais um mercado -- ela coloca as sacolas ao lado da porta e se prepara para sair novamente

-- eu... Eu te amo... -- digo me aproximando e encostando minha testa em seu ombro. Um pouco desajeitada, S/n me abraça apertado

S/n me segura com uma força que parece querer compensar toda a dor que sinto com o seu carinho, e eu posso sentir o seu coração batendo acelerado contra o meu. Por um momento, tudo o que existe é esse abraço, essa conexão que parece transcender as palavras e até mesmo a dor física que eu sentia minutos atrás.

-- Eu estava tão preocupada, você não tem ideia. Quando você disse que estava mal, eu... Eu só conseguia pensar em como fazer você se sentir melhor. -- Sua voz é um sussurro carregado de emoção, e eu posso sentir o quanto ela está aliviada por estar aqui, comigo.

-- Você já fez, só de estar aqui. -- Respondo, permitindo-me relaxar nos seus braços. Sua iniciativa de trazer todas essas coisas para me confortar, mesmo que eu inicialmente tenha recusado sua oferta de passarmos o dia juntas, mostra o quanto ela realmente se importa. -- E eu estava chorando porque... Porque eu me senti muito amada, de uma forma que eu não esperava. Não precisamos dos bolinhos.

Ela se afasta um pouco, apenas o suficiente para olhar nos meus olhos, um sorriso tímido se formando nos seus lábios.

-- Eu sempre vou tentar fazer você se sentir amada, mesmo que eu tenha que revirar a cidade inteira atrás de bolinhos ou qualquer coisa que faça você sorrir. -- Ela diz, e nesse momento, eu sei que não importa o quão difícil a vida possa ser, com ela ao meu lado, eu sempre encontrarei um motivo para sorrir.

Nós nos encaminhamos para o meu quarto, primeiro minha namorada guardou o sorvete no congelador. Ao chegarmos no quarto, S/n tirou seus sapatos e se sentou na minha cama, com as pernas esticadas. Eu analiso as "coisinhas que as garotas passam na cara", identificando varios produtos de skin care. Eu pego os produtos e me sento na cama, espalhando os produtos ali, depois me sento no colo de S/n, de frente para ela

-- posso fazer em você?-- pergunto e ela concorda com a cabeça

-- hoje você tem o direito de fazer o que bem entender comigo, desde que isso te ajude a se sentir melhor -- responde e eu sorrio beijando seus lábios.

A dor parece diminuir, não só a física, mas qualquer vestígio de solidão ou tristeza que eu pudesse estar sentindo antes. E enquanto começamos a desfrutar das coisas que ela trouxe, eu me dou conta de que é exatamente isso que o amor faz; ele transforma os momentos mais difíceis em lembranças de cuidado e conexão. Eu realmente tenho sorte de ter alguém como S/n na minha vida.

Dream With You (Camila Cabello/You Gp!)Onde histórias criam vida. Descubra agora