Dream With You (Camila Cabello/You Gp!)

proximity

S/n

-- mamãe e papai mal voltaram, e já vão viajar novamente -- diz tediosa

-- ja me acostumei com o fato de que moramos sozinhas -- respondo e ela ri fraco concordando

-- pelo menos você ganhou seu carro de presente de aniversário -- responde e eu faço careta

-- não é a mesma coisa de receber um "feliz aniversário filha"-- respondo e ela concorda com a cabeça -- acho que eles me adotaram para fazer companhia para você

-- não fale isso

-- o que?! É verdade-- ela suspira

-- se você prefere pensar assim... O que acha de aproveitarmos que moramos sozinhas e fazer festinha do pijama?-- Ally pergunta e eu dou de ombros

-- sabe que eu não tenho ninguém para convidar... Se quisere fazer sua festinha tudo bem -- respondo

-- você tem Camila para convidar -- eu riu fraco com sua mini provocação

Camila Cabello

Chego mais cedo na festa do pijama de Ally, ansiosa pela noite de diversão e para tentar me aproximar mais de S/n, mesmo que internamente ainda esteja navegando por um mar de incertezas e sentimentos conflitantes. Ao abrir a porta silenciosamente, esperando encontrar Ally em algum preparativo de última hora, meu olhar cai imediatamente sobre a figura desleixada de S/n sentada no sofá, completamente absorta em um filme.

Ela está ali, vestindo um moletom que parece grande demais para ela, o cabelo preso de maneira descuidada em um coque frouxo, com algumas mechas teimosas enquadrando seu rosto de forma despretensiosa. Há uma tranquilidade nela, uma genuína despreocupação com a própria aparência que, de alguma forma, só a faz parecer ainda mais encantadora aos meus olhos.

Por um momento, fico parada na entrada, observando-a. O jeito como ela está completamente entregue ao filme, com os pés descalços jogados sobre a borda do sofá e uma tigela de pipoca ao lado, me faz sorrir sem querer. É uma visão tão diferente da S/n que estou acostumada a ver na escola, onde ela sempre parece tão composta, tão em controle. Aqui, neste momento, ela é apenas... real.

Engulo em seco, nervosa por interromper, mas também impaciente para que ela note minha presença.

-- Oi -- digo, minha voz soando mais suave do que pretendia. S/n se vira, surpresa, o controle remoto caindo de suas mãos enquanto seus olhos se arregalam ligeiramente ao me ver.

-- Camila? Você chegou cedo -- ela diz, um sorriso cauteloso se formando em seus lábios enquanto se recompõe um pouco, ajustando-se no sofá para me dar espaço. Aceno com a cabeça, fechando a porta atrás de mim e me aproximando, ainda meio incerta sobre como deveria agir.

-- É, eu... queria ajudar a Ally com os preparativos -- explico, embora parte de mim saiba que a verdadeira razão é a chance de passar um momento a sós com S/n. -- imaginei que ela fosse precisar -- Convido-me a sentar ao lado dela no sofá, mantendo uma distância respeitosa, embora cada fibra do meu ser deseje diminuir esse espaço entre nós. -- Que filme você está assistindo?-- pergunto, tentando parecer casual, enquanto meu coração bate mais rápido pela simples proximidade dela.

-- as crônicas de Nárnia... Ja assistiu?

-- acho que ja, mas não me lembro de muita coisa. Eu era criança -- respondo dando de ombros

-- esse filme é incrível! A trilogia inteira é perfeita -- ela começa a me explicar sobre o filme, e eu me mantenho atenta a cada palavra. A forma como S/n se ilumina ao falar sobre o filme, seus olhos brilhando com entusiasmo, me faz perceber o quão pouco sei sobre suas verdadeiras paixões, seus interesses fora daquela complicada teia de emoções que temos tentado desembaraçar. E enquanto ela volta sua atenção para a tela, convidando-me silenciosamente a compartilhar daquele momento com ela, sinto uma onda de gratidão por esta oportunidade inesperada de conhecer S/n de uma forma que nunca imaginei ser possível.

-- prometo assistir todos os filmes quando eu tiver a oportunidade -- digo e ela sorri pra mim

-- você pode vir mais para cá se quiser... Esta literalmente na ponta oposta a minha do sofá... -- diz rindo baixinho. Surpreendida pela oferta, sinto meu rosto esquentar levemente com o rubor da timidez e da antecipação. O convite casual de S/n, combinado com seu riso baixo e acolhedor, dissolve qualquer hesitação remanescente que eu possa ter.

-- Ah, claro -- respondo, tentando manter a minha voz estável, enquanto deslizo pelo sofá para diminuir a distância entre nós.

Conforme me aproximo, noto como o sorriso de S/n parece iluminar a sala, mesmo sob a luz baixa, focada na tela da TV. Há uma qualidade magnética nela que sempre me atraiu, mesmo nos momentos em que tentei negar a mim mesma. Agora, sentada tão perto dela que posso sentir o calor de seu corpo, essa atração se torna quase palpável, um zumbido suave de energia que preenche o espaço entre nós.

-- Isso é melhor para você?-- pergunto, um pouco brincalhona, tentando aliviar a tensão que sinto crescer dentro de mim, mesmo que a situação não pareça tensa para ela. Meu coração bate um pouco mais rápido, esperando por sua resposta. S/n me lança um olhar rápido, seus olhos brilhando com um misto de diversão e algo mais que não consigo decifrar.

-- Muito melhor -- ela confirma, e há um calor em sua voz que me faz querer me aproximar ainda mais.

No momento em que S/n me abraça de lado, uma onda de calor percorre meu corpo, partindo do ponto onde seu braço envolve meus ombros. Meu primeiro impulso é de rigidez, uma surpresa inesperada que me faz prender a respiração. No entanto, à medida que o calor de seu corpo se infiltra no meu, sinto-me derreter contra ela, a tensão inicial se dissipando rapidamente.

Por um segundo, o filme na tela se torna um mero ruído de fundo, minha atenção totalmente focada na sensação do abraço de S/n, na proximidade de nossos corpos. Há algo tão reconfortante e ao mesmo tempo eletrizante em estar tão perto dela, um misto de sentimentos que até agora eu tinha tentado, em vão, compreender.

Eu me acomodo melhor em seu corpo, envolvendo sua cintura em meus braços e deitando minha cabeça em seu peito, escutando seu coração batendo forte e rápido, denunciando que não sou a única a estar levemente nervosa com a proximidade

-- você não veio para ajudar Ally, ne?-- pergunta rindo, iniciando um carinho suave em meus cabelos

-- não... Na verdade eu nem cogitei essa possibilidade -- adimito rindo também