أحلام سيئة

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Lurin Muhammad bin Zayed bin Al Nahyan | Point Of View

— Novamente chegando sem os sapatos, Lurin. – A voz severa do meu pai me fez parar imediatamente e procurar ele com os olhos. — O que eu te disse sobre ser vulnerável? – O encontrei o alto da escada me lanchando seu olhar severo. — Você achou que chegar de fininho me impediria de saber que novamente você deixou que aquelas crianças te manipulassem?

— Papai eu... – Tentei argumentar mas ele não deixou.

— Calada! – Recuei sob o grito dele. — Ser vulnerável só vai fuder ainda mais com a sua vida, você é diferente minha filha. As pessoas vão cometer as piores atrocidades com você, se você continuar sendo esse garotinha indefesa. – Meu pai brandou descendo os degraus da escada.

— Me desculpe. – Eu estava bastante chateada pela situação.

— A partir de hoje você vai estudar em casa, vai permanecer aqui dentro até que aprenda a ser caçador e não caça. – Ele disse o que eu mais temia, me causando um pouco de desespero. Tentei falar mas novamente ele não deixou. — Não tente argumentar! – Ele apertou meu rosto com a mão me fazendo olhar em seus olhos. — Essa é a minha decisão e ninguém deve questioná-la. A partir de hoje você só sai dessa casa quando aprender que não deve ser fraca em hipótese alguma.

Acordei um pouco desorientada pelo sonho que havia acabado de ter, era mais uma lembrança dolorosa da minha infância que eu queria esquecer. Olhei para o lado e Hades me encarava com cuidado, ele sabia que eu havia tido um sonho ruim.

— Está tudo bem amigão, foi apenas um sonho. – Disse mais para mim do que para ele.

Meu fiel escudeiro me empurrou levemente com a cabeça e lambeu meu ombro, eu me virei abraçando ele de lado.

— Relaxa amigão, vamos dormir... Ainda está muito cedo. – resmunguei vendo que ainda estava de madrugada.

Na verdade, Hades foi o único que voltou a dormir. As lembranças me enchiam a cabeça de modo que não conseguia fechar os olhos de voltar a dormir, por isso passei as duas horas restantes até que meu despertador tocasse, acordada olhando para o teto.

Como de costume meu despertador tocou uma hora antes da primeira oração do dia. Farj a oração da alvorada logo começaria, eu precisava desse aviso já que a minha casa é bam distante da Mesquita e por esse motivo não escutaria o aviso para lembrar os muçulmanos das orações.

Antigamente uma pessoa, o muezim, se colocava no alto das torres das mesquitas (os minaretes) e se punha a chamar os fiéis. Hoje em dia, o muezim costuma ser substituído por uma gravação. As orações seguem textos e gestos padronizados. Buscam uma comunhão pessoal com Deus, louvando-O e agradecendo-Lhe.

Apenas no dhuhr e asr eu conseguia ouvir o muezim por estar mais próxima da Mesquita, que é a oração ao meio dia e a do meio da tarde. As demais que são maghrib ishaa que são ao por do sol e a noite, eu quase sempre necessito de um aviso prévio do meu celular.

Me levantei deixando Hades deitado em minha cama, fui ao banheiro me preparar para as orações. Esse era um ritual que eu preciso fazer antes de toda e qualquer oração, precisava ficar apresentável e pura para falar com Alá.

As abluções como chamamos essa limpeza do corpo, são passagem quase obrigatória antes da oração. Que consistem em lavar com água as mãos, as narinas, os braços até a altura do cotovelo, a face, a cabeça, as orelhas e ouvidos e os pés, de uma determinada maneira.

Comecei o pequeno ritual lavando minhas mãos, seguindo para boca e o nariz, depois o rosto, a cabeça tentando sempre um pouco de dificuldade graças ao meus longos fios. Segui lançando as orelhas e o ouvido, para então finalizar lavando os pés. Tendo o cuidado de repetir cada processo no mínimo três vezes, para me ajudar a depertar por completo.

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