Quatro

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acho que, de todos os capítulos, esse é o que mais mudou, mas eu realmente gostei dele! espero que vocês curtam também.

A casa de Neji ficava praticamente no centro, o que não era lá muito longe se considerarmos que Konoha é do tamanho de um feijão, mas quanto mais tempo eu passava sozinho, mais eu pensava na situação desgraçada em que havia me metido. Eu, honestamente, acho meio injusto que a gente não possa escolher nossos interesses românticos; a minha vida seria 200% mais fácil se eu tivesse controle absoluto do meu coração filho da mãe. Mas eu não tenho, vejam bem, e isso significava que eu precisaria pedir conselhos à Neji Hyuuga, e mesmo que tivesse plena consciência de que essa era a pior ideia possível perante a situação, eu não tinha para onde correr. Itachi só se mete nuns rolos bisonhos, Shisui é um babaca que adora rir da minha cara, e Madara e Obito, bom, são Madara e Obito.

Nos tempos de Otogakure, eu tinha um amigo, Juugo, que, apesar de ser um dos caras mais bizarros que eu já conheci na vida, dava uns conselhos amorosos animais. Claro, dependia do dia. Quando ele estava de bom humor era só rajada de glória com aleluia, e aí ele ficava todo fofo e good vibes e dava palestras sobre vegetarianismo para Deus e todo mundo. Quando ele estava de mau humor... só vou dizer que eu fui parar no hospital numa das vezes em que isso aconteceu. Apesar de tudo, Juugo é um conselheiro mil vezes melhor do que Neji somente pelo fato de que ele não é um desgraçadinho sádico que sente prazer genuíno na dor alheia. Aquele maldito burguês safado, de vez em quando eu me pergunto por que diabos eu ainda entroso com Hyuuga.

Chegando enfim na frente da casa do desgraçado, rezei para todas as entidades existentes antes de bater na porta, porque eu realmente precisava de ajuda. Os filmes e séries adolescentes fazem parecer fácil se apaixonar pelo seu melhor amigo, mas confia em mim, leitor, é simplesmente horrível, especialmente quando você não tem a menor ideia do que ele curte. Não que eu ache que o santo Naruto Uzumaki me julgaria, longe disso, mas é que o climão é quase que inevitável, convenhamos.

— Quem é? — Uma voz cortou os meus pensamentos neuróticos, e eu não reconheci quem era, portanto parti do pressuposto de que era Hanabi, a irmã mais nova de Hinata.

— Sasuke.

— Sasuke o quê? — Ela respondeu, a porta ainda trancada.

— Sasuke Uchiha.

— Ah, é?

— É.

— Não vai entrar não.

— Perdão? — Indaguei, em um misto de confusão e ultraje porque, qual é, eu nem sou uma má influência tão grande assim, vai. E não é como se Neji Hyuuga fosse lá muito melhor, ouviram? Aquele lá é um dissimulado dos bons, não deixem o rosto esculpido pelos deuses dele e o seu maldito porte atlético que faria qualquer um salivar enganar vocês. Só uma dica de profissional.

— Mas que porra, Hanabi! — Dessa vez eu fui capaz de reconhecer a voz de Hinata. — Sai, sai.

A porta foi finalmente aberta e uma Hinata no mínimo puta apareceu. Meu cérebro estava dando voltas, tentando entender como aquela garota que falava num volume quase que negativo de tão baixo e ficava coradinha por qualquer coisa tinha se tornado nessa adolescente revoltada. À título de curiosidade, porém, vou confessar para vocês que o glow up caiu bem na menina; gente com atitude é sempre um tesãozinho, não vou mentir. Especialmente se o tal indivíduo é dotado da genética abençoada dos Hyuugas e está deveras charmoso com seus shorts jeans e blusa decotada. Com todo o respeito, claro.

— Desculpa por isso, Sasuke. — Ela disse, abrindo caminho para que eu pudesse entrar. — A Hanabi 'tá naquela fase chata que gosta de contrariar todo mundo, sabe? Enfim, o Neji 'tá terminando de fazer o almoço, você vai comer com a gente?

Um lance não verbalizadoOnde histórias criam vida. Descubra agora