Multiverse Through My Eyes

O mestre das artes místicas retorna

(POV Stephen) - 29 de setembro de 2023
Sexta-feira - 10:15 a.m.

– Wong! WONG! Aonde é que esse cara se meteu?! - Saio pelo Sampton a procura da Adele, enquanto vou catando os livros que o Wong deixou espalhado por aí. Então me deparo com ele deitado na cama.  - Wong, pelo amor de Deus. Estou te chamando tem quase uma hora e você ainda está dormindo.

– Estranho, será que eu posso dormir em paz por um tempinho? - Ele diz com a cara enfiada no travesseiro.

– Nope. Nós temos muito trabalho à fazer. Hoje e pra sempre por causa daquela berinjela destruidora de planetas. - Tiro os lençóis de cima dele e abro as cortinas da janela.

– Aí, eu que queria ter estalado os dedos na cara dele aquele dia. - E finalmente ele levanta.

– É, teria sido bem melhor mesmo. Aí eu não teria que dar uma de babá de um cara de quase 50 anos nas costas.

Olá, caso você não saiba quem eu sou. Me chamo Doutor Stephen Strange mas todos me chamam de Estranho, mesmo sem eu nunca ter autorizado isso.

Bem, como todos já sabem há mais ou menos uns 9 meses os Vingadores, os heróis mais poderosos da Terra e blá blá blá, reverteram o estalo do Thanos e trouxeram de volta metade do universo que tinha sido apagado da existência. Eu fui um dos que viraram pó, mas eu já sabia de tudo e só estava esperando para que aqui desse lado eles não errassem.

E agora, 9 meses depois, estamos tendo que lidar com as pessoas que voltaram e ainda estão meio desnorteadas e os que voltaram e estão sem ninguém. Eu como o Mestre das Artes Místicas estou atento a qualquer outra ameaça cósmica que possa querer nos exterminar novamente. Mas tem um coisa que está me incomodando tem algumas semanas, sinto que algo maior e pior está por vir. E foi logo depois que eu disse estas exatas palavras que tudo começou...

– O Estranho, essa caixinha de vidro não para de tocar. Será que você pode... pode fazer ela parar?! - Quando eu olho, vejo na mão dele o meu celular que estava a procura desde ontem e não fazia ideia da onde tinha ido parar. Agora eu sabia.

– Essa 'caixinha' é meu celular. Nem isso você sabe o que é? - Digo isso pegando o celular da mão dele.

– Acontece que EU levei a sério o lance de me desapegar do mundo material. Você também deveria fazer isso. - Dou uma revirada de olhos.

– Às vezes eu tenho uma vontade gigantesca de socar sua cara. - Olho para o meu celular e vejo que o número é desconhecido. Eu geralmente não atendo, mas aquela sensação estranha só aumentou, então eu resolvi atender. - Alô?

– Hã, é o Doutor Estranho? - A voz até então desconhecida diz.

– Isso depende. Quem fala? - Dou uma leve inclinada na cabeça ao pergunta.

– É, eu me chamo Ned senhor. Estou ligando porque as coisas não andam bem aqui no Queens, e nós precisamos da sua ajuda. Tipo agora.. - Ele parecia bem desesperado do outro lado da linha.

– Ok Ned, mas nós quem? - Franzo a testa.

– O senhor lembra do Homem-Aranha? Vocês dois foram pro espaço juntos com o Tony Stark e depois ele ficou preso lá por dias e depois... morreu pra salvar todo mundo.

– Tá Ned, eu me lembro. Mas o que tem o Homem-Aranha? - Pergunto ficando um pouco mais irritado.

– Então, mês passado ele enfrentou um carinha aí chamado Mistério, que no início nós achávamos que ele era um cara legal mas depois se mostrou ser o vilão da história. - Aí meu deus até quando isso vai durar?! - E depois do Peter ter detido ele, ele ainda teve tempo de editar um vídeo e enviar pra um blogueiro que divulgou em todos os lugares que o Peter tinha matado ele e revelou a identidade secreta dele. - Aí que ótimo, era só o que me faltava. Vou ter que ser babá de outra criança?!

– Escuta só Ned, o que eu tenho a ver com isso?!

– Então senhor...

– Nã, nã. Para de me chamar de senhor, meu nome é Stephen.

– Stephen. Enquanto nós estávamos fugindo dos paparazzis, pessoas querendo o autógrafo do Peter e outras querendo matar ele. Do nada uma garota caiu na nossa frente e o Peter com o instinto de herói dele quis ajudar. - Quando ele disse que essa garota misteriosa apareceu eu comecei a me interessar.

– Caiu?

– É! - Ele diz gritando - Ela caiu de uma altura um pouco maior que um metro e foi de dentro de um portal muito parecido com os que você conjura mas a diferença é que ele era vermelho. - O meu Deus. - Stephen?

– Sim Ned.

– Você vai vir ajudar a gente?!

– Estou a caminho!

[Uns 10 minutinhos depois]

Sobrevoamos alguns bairros de Nova York por um tempo até chegar no Queens. Ned nos deu a localização deles e como tinham várias pessoas na porta do prédio aonde o Peter morava, Wong e eu entramos pelo terraço. Descemos as escadas e chegamos ao apartamento onde eles estavam.

Chegando lá vejo um bando de adolescentes e uma mulher de meia idade na cozinha. O baixinho barrigudo se levanta e vem até mim. Imagino que esse deva ser o o Ned.

– Doutor! Que bom que você chegou, eu sou o Ned. - Ele se apresenta apertando a minha mão e a do Wong. - Esses são MJ, Tia May e o Peter você já conhece. - Peter se levanta do sofá e vem na minha direção.

– Oi Doutor. A quanto tempo. - Diz com as mãos nos bolsos de trás da calça jeans.

– 9 meses só garoto, nem foi tanto tempo assim. Mas pelo o que seu amigo me disse vocês tem andado ocupados. Cadê a garota misteriosa que caiu do céu?!

– A Lia tá no quarto. Faz uns dias só que isso aconteceu e desde lá a gente não saiu mais daqui. Só a May que sai pra ir no mercado e trabalhar. - Ele conta enquanto nos encaminha para o quarto aonde essa Lia está.

– Que mau lhe pergunte, mas... aonda vocês estavam indo quando ela caiu na sua frente?!

– Eu tinha marcado horário com um cara chamado Matt Murdock, ele é advogado e parece ser dos bons.

– Pra resolver essa sua situação da identidade secreta?

– Exatamente. Tem sido horrível desde que voltei da Europa. Eu só queria tirar umas férias e tudo deu errado. - Ele parecia chateado.

– Heróis não tiram férias Peter! - Ele me olha sério. Então abre a porta do quarto para entrarmos.

A garota chamada Lia estava dormindo. Não sei o que as pessoas, especialmente adolescentes, tem contra acordar cedo. Dormem até meio-dia, 13h00 da tarde e perdem o tempo a mais que usariam para serem produtivos.

– Lia acorda! - Peter a chama com o tom de voz baixa. Ela o olha e ele continua - Você tem visita. - Ela llentamente senta na cama, olha para nós e pergunta:

– Quem são eles?

– Ele é o Doutor Estranho, o mago que te falei que poderia te ajudar. - Mago, serio? - E esse é o assistente dele.

– O garoto vê se me respeita. - Wong fica incrédulo com o que Peter falou.

– Me desculpa!

– Então Lia, eu me chamo Doutor Stephen Strange. Sou um 'mago' para todos os efeitos. E eu estou aqui porque eu preciso saber como você chegou aqui. - Digo olhando fixamente para ela.

– Olha Doutor, como eu vim parar aqui eu não sei. Mas de uma coisa eu tenho certeza. - Olha para todos antes de concluir. - Desse mundo eu não sou!