Capítulo 1

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A chuva fina comum do Tsuyu caia sem nenhuma menção de que iria parar enquanto o loiro descia de seu Ford Mustang preto, o modelo clássico de 1970, desde que ele saíra de casa horas antes.

Os modelos clássicos eram uma de suas paixões, não fosse contido certamente teria uma coleção com diversos exemplares os quais admirava desde a infância. Naquele momento, porém, contentava-se apenas com dois em sua garagem, o que agora usava e um Shelby Cobra azul metálico, que beirava a quase preto, do ano de 1986, sem dúvida um de seus conversíveis antigos favoritos.

Apesar do cuidado que tinha para com ambos, sequer se deu ao trabalho de trancá-lo ao saltar do veículo, sabia não haver a menor necessidade daquilo ali. Caminhou tranquilamente pelo caminho cimentado que o levava da área recuada, coberta de cascalhos, até a porta da frente da mansão. Calmamente alisou seu blazer creme da Maison Martin Magiela e, por fim, bateu usando a aldrava.

O mordomo que o atendeu, ele notou, trajava um fraque preto, típico uniforme de sua profissão; luvas perfeitamente brancas que indicavam que ele não se envolvia com a organização da casa, apenas com a administração; a postura elegante denunciava seu alto treinamento para o cargo como funcionário de um dos maiores empresários de Tokyo e, possivelmente, do Japão. O sotaque leve foi facilmente percebido como prova de que já estava no país a tempo suficiente para dominar com facilidade a língua e, automaticamente, o loiro deduziu que se tratava de um inglês.

Sem muita demora ele logo foi encaminhado para um escritório aos fundos da sala principal, cômodo que logo lhe chamou a atenção para decoração austera, composta basicamente por móveis em preto, branco e cinza. O gabinete de seu cliente não era muito mais colorido, mantinha-se na mesma sobriedade, porém entre diversos tons de marrom diferentes, devido à grande quantidade de madeira presente nas prateleiras lotadas de livros e na grande mesa central.

O homem a sua frente tinha mais que o dobro de sua idade, as rugas ao redor dos olhos denunciavam seu alto nível de estresse constante, suas feições firmes inspiravam respeito e até certo temor, as olheiras delatavam seu cansaço e falta de sono (provavelmente agravadas pela situação que o trouxera até ali).

- Detetive. – A voz soou surpreendentemente firme, mais do que o loiro esperava.

- Pode me chamar apenas por Naruto, Sr. Hyuuga.

- Como queira. Sente-se, por favor. – E indicou-lhe a poltrona vazia à sua frente, do outro lado da mesa.

- Obrigado. – Disse sentando-se.

- Aceita alguma bebida?

- Não desta vez, tenho baixa tolerância à álcool e gostaria de me manter em meu perfeito juízo para esclarecer melhor este caso.

- Sendo assim, está dispensado Henry.

Naruto ouviu o som da porta se fechando poucos instantes depois e, automaticamente direcionou seu olhar a Hiashi. O bem-sucedido empresário vinha de uma das família mais tradicionais do país e carregava em sua genética uma herança ocular raríssima e curiosa. Os olhos estreitos, porém, dificultavam uma análise bem feita do tom lilás de sua pupila.

- Imagino que tenha obtido grande parte das informações que precisa através do e-mail que lhe enviei.

Era bem verdade que o e-mail de Hiashi havia sido bem detalhado, pela precisão das palavras e urgência com que ele tratava o assunto Naruto esperou por alguém mais desesperado do que ele aparentava. Embora o Hyuuga estivesse visivelmente preocupado, ainda demonstrava uma calma inabalável.

- Li seu relato com atenção, mas algumas coisas não me pareceram claras o suficiente.

- Como o quê, por exemplo?

À Procura De Uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora