Capítulo 2

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O apartamento de Naruto na Nakameguro, apesar de bem organizado, era razoavelmente pequeno, pelo menos para os padrões de sua antiga casa. Aquela região também não era a das mais elitistas, mas ele gostava das Sakuras ao redor do rio Merugo; vê-las criando chuvas e mais chuvas com suas flores rosadas durante a primavera causava-lhe certa paz e ele sempre parava um pouco para admirar aquele espetáculo.

Da varanda ele observava o rio, pensativo; em sua mão uma taça de seu vinho favorito, um Andresen. Ao contrário do que havia dito a Hiashi no dia anterior, era mais resistente ao álcool do que a maioria pode se gabar, porém negar a bebida sem nenhuma justificativa teria sido falta de respeito de sua parte, e ele sabia como famílias como a Hayuuga levavam esse tipo de coisa a sério. De qualquer forma, o teor alcoólico mais elevado dos Vinhos do Porto o agradava, além, é claro, do próprio sabor da bebida.

A noite estava fria, com ventos gelados vez ou outra atravessando seu moletom, mas ele mal se importava, raramente notava quando isso acontecia. Naquela noite ele estava concentrado demais em seus próprios pensamentos. Sempre que pegava um novo caso tornava-se distraído pensando nos fatos e evidências, gostava do jogo de gato e rato que praticava com as verdades que buscava, ou, nesse caso, com a pessoa que procurava.

Só notou que alguém estava à sua porta na terceira vez que a campainha fora tocada e, sem nenhuma pressa foi ver quem era, embora já tivesse quase certeza da identidade de seu visitante.

- Você nunca abre essa maldita porta antes de me fazer ficar pelo menos dez minutos esperando? – Sasuke mal o esperou dar espaço para ir entrando no apartamento.

- E você nunca fica de bom humor?

- Eu estou de bom humor.

- Está? – Deixou a taça sobre a mesa de centro e sentou-se na poltrona ao lado do sofá onde o moreno se esticava preguiçosamente.

- Vou ser breve. Vim lhe fazer um convite.

- Convite? Não estou afim de ir em nenhum dos jantares que você organiza com Sakura para me fazer encontrar uma namorada. – Já disse de prontidão.

- Não era esse o convite, dobe. Se bem que, agora que você falou, já faz um bom tempo desde o último jantar, deveríamos providenciar um novo. Sakura tem muitas amigas.

- E não me interessa nenhuma delas. Já basta o fracasso com Ino, Tenten e Temari.

- A quarta tentativa sempre é a melhor.

- Já disse que não. Mas não desvie o assunto, se não era esse o convite qual era?

- Bem... – Ele começou sem jeito. – Eu finalmente pedi Sakura em casamento e, obviamente, ela aceitou. Gostaríamos que fosse o padrinho.

- Por que não me disse que ia pedi-la em casamento? – O encarou levemente irritado.

- Porque eu não quis. – Deu de ombros. – Você ia me pressionar com todos os seus detalhes e sua neurose com relacionamentos.

- Não tenho neurose nenhuma! Sou apenas cuidadoso. Mas você sabe que não teria isso com vocês dois, eu sempre disse que você estava demorando demais para fazer o pedido.

- O que importa é que eu fiz e que ela aceitou. Agora me responda! Vai ou não aceitar?

- É claro que vou! – Sorriu abertamente. – Quem melhor que eu para isso?

- Quer que eu faça uma lista? – Provocou.

- Teme! – E jogou-lhe uma almofada. – Vamos comemorar!

- Não hoje, Barbie. – Disse sentando-se. – Tenho trabalho para fazer e é urgente, mas Sakura e eu marcaremos um jantar comemorativo e lhe avisaremos com toda antecedência do mundo.

À Procura De Uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora