Capítulo 6

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Voltar para Tokyo foi como se, de repente, tivesse sido despertado de um sonho. Mal Hinata havia partido, levantou-se decidido a não permanecer ali, preso nos perfumes espalhados pelo quarto ou perdido na bagunça que, juntos, haviam feito.

Aquela sensação estranha de frustração lhe perseguiu por dias, nunca havia se sentido daquela forma e nem poderia, jamais havia se apaixonado assim.

O silêncio do apartamento há dias lhe parecia uma tortura. Desde que Hinata partira nada mais parecia no lugar, tudo lhe era uma bagunça e a cada novo segundo sentia-se mais perdido nela.

Quando Hiashi veio lhe procurar querendo saber se ele havia encontrado algo que pudesse denunciar o paradeiro de sua filha, Naruto apenas negou e disse que o máximo que havia encontrado foram algumas evidências de uma possível viajem da Hyuuga para os Estados Unidos.

Não diria nunca que a havia encontrado na França e com mais certeza ainda sabia que não lhe daria nenhuma pista certa sobre o lugar onde Hinata estava.

Não teve mais notícias dela, nenhuma ligação ou mensagem. Hinata acabou por se tornar apenas uma memória constante que insistia em lhe atormentar e tirar-lhe o juízo.

Desejava, mais que tudo, voltar a ir atrás dela, tomar-lhe mais uma vez para si e beijar os lábios mais macios que já tinha conhecido por toda uma noite. Queria inebriar-se com o perfume doce que ela exalava e se perder, não mais na confusão que ela causara, mas nas incríveis curvas de seu corpo esbelto.

Sentia nas veias o pulsar de seu desejo por ela, a saudade que esmagava o peito e as lembranças que dilaceravam-lhe o coração. Certa vez, enlouquecido por tamanhos e desconhecidos sentimentos, dirigiu-se até a mansão Hyuuga sob o pretexto de visitar Hanabi.

Não era mentira que havia se afeiçoado a criança, mas sua intenção ali era maior do que apenas testemunhar o atual estado da garota.

Quis vê-la porque pensou que se visse alguém parecido com Hinata se acalmaria, que a saudade se tornaria mais branda. Maldito engano.

Ao ver a caçula Hyuuga sentiu-se ainda mais frustrado, por mais parecidas que pudessem ser, nada se comparava a beleza de Hinata, ao mistério de seus orbes lilases, a leveza de seus movimentos ou ao hipnotizante rebolado de seu corpo toda vez que andava ou dançava.

Nada se comparava a ela.

- Teve notícias de sua irmã? – Perguntou tentando disfarçar o interesse.

- Nada. – Respondeu simplesmente. – Hina não me contatou desde que foi embora... – Suspirou. – Sinto a falta dela.

"Eu também", quis responder.

- Imagino o quanto...




E como o relógio não se aquieta e o transitar dos dias não espera a ninguém, as semanas corriam nervosas e as horas implacáveis.

Passaram-se cerca de dois longos e, simultaneamente, rápidos meses desde a última vez que Naruto havia visto a morena de seus sonhos, dona maior de seus pensamentos e desejos.

Certa tarde porém, a caminho da casa de Sasuke, enquanto passava pelo parque avistou, de longe, uma Hanabi sorridente que brincava com as flores ao seu redor. Estranhou a presença da pequena ali, mas como não poderia se atrasar, prosseguiu em seu caminho e fez nota mental de investigar melhor a possível melhora da Hyuuga.

Como o casamento de Sasuke e Sakura se aproximava e seus deveres como padrinho ocupavam grande parte de seu tempo, limitou-se a endereçar uma pequena carta a mansão da garota e esperou por qualquer resposta, que não tardou em chegar.

À Procura De Uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora