🌕
Da janela do meu dormitório, eu vejo às luzes da ambulância desaparecendo.
Logo depois, silêncio.
A sensação do acontecido me domina. Há uma mistura de sentimentos, e o principal deles é: Preocupação e pavor.
A imagem do rosto do homem volta átona. O sangue e o corte profundo, as roupas rasgadas e o olhar sinistro que ele me lançava que só foi interrompido quando o colocaram dentro da ambulância. E nada me faz esquecer do rosto dele.
Observo meu reflexo no vidro da janela, meu estado não é dos mais agradáveis, porque além de encharcada e o cabelo bagunçado, há uma mancha pequena de sangue na minha bochecha.
Então, é aí que eu me toco.
No bolso da minha calça que eu passo às mãos várias vezes, existe um segundo celular. O celular dele.
Dentre os segundos paralisada com o celular em mãos, trincado e ainda com vestígios de sangue, eu procuro não entrar em desespero.
Em pensamentos, minutos atrás, naquele cenário que o encontrei e chamei ajuda, séria, nos meus planos, um dos primeiros e últimos encontros que eu iria vê-lo. Errada. Eu estava errada, de novo.
Soltei o ar preso dos pulmões, coloquei o telefone na mesa e fui direto para o banheiro. Eu mal conseguia pensar em outras coisas, só em devolver o maldito celular para o dono que eu só sabia do primeiro nome.
Agora, o meu objetivo seria descobrir qual dormitório ele mora. E o pior das minhas expectativas: E se ele não fosse universitário?
Busquei na minha cabeça o que poderia me ajudar encontrá-lo.
Fechei os olhos.
Uma idéia.
Descartei.
Hange.
Não. Quer dizer, séria se eu não tivesse esquecido o número de telefone dela. Há não ser que...
- Eu não vou fazer isso. - Com um sobressalto, eu me afastei da cabeceira.
Tendo consciência do meu juízo, à minha ação foi deixar o celular ali, desbloqueado, sobre à cabeceira de madeira. E, falando sério, às consequências disso seriam imensas.
Sem querer, eu trouxe esse maldito celular para casa, e consequentemente, agora eu estou mexendo na privacidade de outra pessoa.
O celular não tem um bloqueio, nenhum PIN ou Impressões digitais. Nada. E o wallpaper da tela inicial, à primeira vista, é bem comum.
A foto não tem uma qualidade ótima, mas o brilho que a lua tem é bem chamativa.
Um gosto legal para quem gosta de brigas.
Na verdade, não é apenas o papel de parede que é legal, o som de seu despertador é uma música, e eu me pergunto quem acorda com música, especialmente está.
Another Love começa.
O despertador marca quatro e quarenta da manhã.
E não é isso que me pega de surpresa, mas sim o nome do alarme: A Lua.
Assim eu fiz, caminhei até a janela e senti meus olhos se arregalarem.
A Lua estava ali. E ela era simplesmente deslumbrante.Sem perceber, eu sorri; a sensação de sentir os lábios desgrudados, os dentes se tocando e o estômago embrulhado era magnífico.
Eu nunca me senti assim; como uma garota normal da minha idade.
Muitas coisas não mudam hoje em dia, continuam prosseguindo e prosseguindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desconhecidos com memórias
Fiksi Penggemaruma única ação juntou dois jovens universitários a criarem memórias juntos, e sobreviverem com às consequências disso