Capítulo 2 - Sinal Verde

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"Por algum motivo estranho
Você vem me agradando como se estivesse tudo certo
Como um permanente deixado há muito tempo
O resultado é que não vai dar certo"

GUSTAVO

Eu não me lembro de ter tido férias tão rápidas como esta. Eu curti, descansei, viajei, mas porra já to eu aqui de novo dentro da sala de aula me esforçando pra prestar atenção no que o professor Vieira ta falando e, pela minha dificuldade nisso, já sei que esse semestre vai me massacrar com toda certeza.

A volta para o trabalho? Ok, eu não podia ser filho da puta de reclamar porque trabalhava em uma empresa muito flexível. Consegui esse trabalho com o amigo de um amigo do meu pai que é engenheiro civil. Embora me visse daqui uns anos trabalhando com restauro de edifícios não posso negar que gosto muito de desenho de mobiliário que é o que faço hoje. Então no trabalho o dia passou voando.

Eu me obrigo a prestar atenção quando escuto o Sr. Vieira dizer "Se esforcem e se dediquem como se fossem jogadores escalados para Copa ok? Este trabalho é responsável por metade da média final de vocês"

Mais que caralho, a gente voltou de férias hoje. Por que os calouros escutam sobre quebra gelo e a gente escuta sobre como foder sua média final?

- Eae cara, vou dar um salve na mesma galera do trabalho anterior bele? – Minha revolta estudantil é interrompida pelo Luca. Nós não somos melhores amigos, quer dizer, Luca tem o pessoal dele e eu o meu e de vez em quando juntamos nosso pessoal e só, mas desde o primeiro ano fazemos trabalhos no mesmo grupo e já nos salvamos várias vezes, ele é um dos melhores.

- Combinado, na divisão de tarefas me coloca contigo... se tiver que passar minhas sextas obrigando o Carrara trampar eu soco a cara dele e fodo "metade da média final" – digo a última parte na mesma entonação que o professor Vieira e Luca ri.

- Fechado man, sexta na minha casa? – Quando ele diz isso eu só penso que eu queria estar marcando um date com uma gata divertida.

- Sim Juliana Paes, sexta na sua casa.

- Juliana Paes? – ele me olha confuso.

- O convite me pareceu sensual cara e sabe, até que to precisando.

- Sai dessa – Luca diz me dando soco na mão, o típico cumprido distante, mas informal que criamos e caminha em direção a porta. 

***

MABEL

- Que fique claro que não estamos acostumadas a morar com um cara e suas "manias", então se você puder colaborar enquanto estiver aqui nós seremos gratas.

Quando digo nós quero dizer eu por que Bia, que dividi o apê comigo, cedeu nosso sofá para nosso amigo sem nem me consultar depois de Luca aparecer aqui com cara de cachorro pidão dizendo "meu apto esta interditado por problemas de encanamento, juro preciso só de uns dias". Quer dizer, eu obviamente não sou contra ele ficar, mas teria falado com ela antes de dizer qualquer coisa para ele e sei disso porque não tenho uma paixão mal curado pelo Luca.

- Sobre morar com um cara, hm... tenho uma visitinha hoje se vocês não se importarem é que – antes dele terminar a frase eu vi Bia transformar sua feição de bondosa para furiosa.

- VISITINHA? Eu purifiquei o apartamento todinho hoje pela manhã, você não pode trazer suas ficadas que tem outras ficadas para poluir nosso ambiente com energias sexuais desconhecidas.

- O que ela ta falando? – Luca olha pra mim meio que pedindo socorro.

- Ela não quer que você passe DST para o nosso sofá, alias nós não queremos. – Simplifico porque mesmo não tendo paixão mal curada pelo Luca, ta fora de cogitação ele fazer nossa sala de motel.

E foi assim..Onde histórias criam vida. Descubra agora