Capítulo 1 - Música secreta

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"E faz tempo que eu percebo que o que o universo manda
É só para rir e te fazer crescer
E que piada engraçada do universo me mostrar
Que dentre tantos aprendi com você"

MABEL

- Chama o Luca – Meu Deus, depois de dois anos que entramos na faculdade todo mundo sabe que o Luca não é gay mas nem por isso namora comigo ou com a Bia. Ou seja, ir com ele não vai queimar o filme dela com nenhum garoto, alias com O garoto.

- Ir com o Luca vai queimar meu filme, quer dizer, o que o Arthur vai pensar quando me vir passando pela porta de uma festa, em plena sexta a noite, com um cara bonito.

Era como se eu tivesse previsto esse argumento e somente pra pontuar, o Arthur não pensaria nada, porque duvido que ele se permita executar o mais difícil dos exercícios, pensar.

- Qual é Bia, o Arthur vai pensar o que tudo mundo um dia já pensou e se você não ficar babando nele como fazia no início do primeiro ano, ele logo vai entender que já passou.

- O problema não é só esse. Não tem graça falar mal dos outros para o Luca, ele odeia fofoca e pouco acredito que ele vai falar de caras bonitos comigo.

- Nossa, você superou mesmo.

- Mabel, o que custa? – ela ignora meu comentário da superação - Sério, não é como se fosse odiasse festas e nunca fosse em alguma. Eu to ti falando faz uma semana, você pre ci sa ir. Eu to sentindo.

Odeio quando ela tem um ponto, ainda um ponto quase irrevogável, não é o sentir da Bia que é o ponto e sim ela ter me falado a uma semana. Ei, eu também tenho um ponto. Meu ponto é EU NÃO QUERO IR.

- Ai, ta ai o motivo de eu não querer ir.

- Ué eu estar sentindo que você deve ir é motivo pra você não ir?

- Ah não, EU estar sentindo que não deva ir é o motivo.

- aaaaa agora você acha que sensitividade e intuição é confiável e não é besteira né?

- Eu só to cansada. Finalmente estamos de férias. Eu passei o semestre inteiro ajudando minha mãe na clínica, meu pai no escritório, procurando estágio então eu meio que tava planejando terminar de ver minha novela turca esparramada no sofá.

- A gente faz isso amanhã e não me conta sua história triste Mabel, não me convence. Eu durmo no quarto do lado e to ciente de tudo. Você não me deixa outra alternativa, eu vou jogar baixo. Você me deve uma então tem que ir.

E a lembrança me golpeia. Mês passado eu estava presa no trânsito e precisava buscar o cachorro do meu pai no veterinário as 18:00 e bem, quando me lembrei disso já eram 17:40. Então a salvadora da pátria, Beatriz, o buscou para mim. Parece pouco para ficar devendo uma, mas Bia morre de medo do Hades, mesmo dopado ao que tudo indica.

- Você não pode me jogar essa. Era vida ou morte e por Deus Bia, o cachorro estava operado.

- Sim, vale ressaltar que a vida ou morte no caso era sobre a MINHA vida porque se aquele rottweiler imenso acordasse dentro do meu carro era o meu fim.

- Beatriz, ele estava dopado.

- Mabel, ele ainda era um rottweiler.

- Ok Beatriz, ok. Eu vou me trocar e vou nessa droga de festa e eu espero que você faça jus a minha ida e volte trançando as pernas precisando se apoiar em mim, por que eu juro que se eu for, pra você ficar bebendo num canto babando no Arthur isso vai se tornar uma. Você vai me dever uma.

***

Todo mundo que já estivesse na faculdade a mais de 3 meses já tinha ouvido falar pelo menos 10 vezes do Gustavo ou do Arthur então em dois anos, eu já tinha ouvido muito pode apostar, mas agora, eu estava novamente em uma festa deles (do Arthur pra ser mais exata, o novo crush da Beatriz) e isso soa estranho porque sei que fui convidada mesmo sem ter sido. Quer dizer, na festa deles todo mundo ta mais do que convidado mas nunca é um deles que faz o convite.

E foi assim..Onde histórias criam vida. Descubra agora