🥊
#JiminQueLute
Logic — 44 Bars
Kendrick Lamar — PRIDE.
Russ — Ride SlowMesmo que possuísse uma imagem clara do distrito de Buk, nada poderia preparar Jimin para o calor que subia pelas pontas dos dedos e se alojava no coração.
Era fim de tarde os treinos no quintal já haviam cessado, além das gravações e entrevistas. Ele dividia o espelho do banheiro do hotel com Namjoon e Taehyung, ajeitando o cabelo antes de dar espaço para o irmão cuspir a pasta de dente. Se sentia levemente ansioso, um pouco atento também, e sabia que se dava ao fato de que andaria em seu bairro natal naquela noite novamente.
Os lutadores do quintal organizaram uma confraternização com Jeongguk em um bar famoso do distrito, por conta do sucesso das lutas no quintal, e os rapazes da equipe de jornalismo foram convidados para passar a noite com eles. De primeira, o loiro achou que seria um bom momento para fazer anotações de como os rapazes funcionavam fora do quarteirão onde Jeongguk morava, contudo ele não conseguia pensar em nada além de que toda aquela situação se tornava cada vez mais envolvente e estranha para ele. Isto é, nunca imaginou que seria tão bem recebido, muito menos que trocaria mensagens com Jeongguk em vários horários do dia ou que, principalmente, seria algo de interesse mútuo com o lutador.
Certo, seria mentir se dissesse que não queria impressionar o Jeon mais novo ou pelo menos ser notado, até porque ele tinha plena noção de todo o flerte indireto que as conversas deles rendiam. Porém, não queria soar óbvio, principalmente pelo motivo de não saber se realmente era recíproco ou se, bem, se não era uma loucura.
Ao mesmo tempo, seu corpo todo reagiu ao que parecia ser mais um desafio contra suas paranoias intermináveis e a autodepreciação. Até porque Jimin pensava muito no assunto, claro, mas não o suficiente para evitar de ir ou desviar da situação.
[...]
Conseguia sentir o calor que emanava de todos ali com extrema facilidade.
O jeito como passavam as mãos calejadas e grandes nos ombros uns dos outros e se olhavam com todo o carinho do mundo, puro afeto. Eram uma família enorme, algo que ele achava incrível, único e não conseguia ao menos imaginar como era ter. Jimin realmente sentia e acreditava que eram como as famílias de filmes, aquelas que se escolhe sem pensar na ligação sanguínea, na aparência, nas similaridades.
Porque claramente não importava se o bar não era grande coisa, se as luzes amareladas não iluminavam tão bem e se havia uma máquina caça níqueis ilegal nos fundos. Não mesmo. Ele sabia que só de ter os lutadores ali, o local já era diferente e tão excepcional. Talvez a presença deles transformasse o lugar, talvez o lugar transformasse eles.
Ele tentava fotografar mentalmente todos os detalhes daquela noite. Levou seu caderno consigo, mas Jimin queria ter as imagens na cabeça, assim como os tons de voz e as risadas altas demais para pessoas aparentemente tão duras e cruéis. Isto é, era muito difícil conectar aquela noite no bar com uma tarde no ringue, por exemplo. Era quase impossível.
Então, estavam sentados nos fundos do bar, na área onde era possível juntar as mesas e criar quase que um corredor de cadeiras onde os lutadores sentavam, rindo alto e conversando sobre vários assuntos de uma única vez. E Jimin tentava entender, mas acabava distraído com a imagem de Jeongguk do seu lado, comentando certas conversas ali e iniciando novos tópicos aqui.
Sua mente se nublou também toda vez que sentia a mão grande de Jeongguk contra sua coxa, deslizando vez ou outra para acariciar seu joelho quando não repousava na parte interna da perna. Parecia um toque singelo e superfícial, de fato era, mas o corpo de Jimin não conseguia reagir com menos de um forte suspiro toda vez que se lembrava da temperatura alta que parecia transbordar por entre os dedos do lutador.
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Do Outro Lado Do Ringue | kook+min
RomanceAo ser designado para entrevistar Jeon Jeongguk, um dos participantes de lutas ilegais de fundo de quintal em Busan, o jornalista Park Jimin acaba encontrando seu próprio passado, um lutador preocupado com a comunidade carente onde mora e a realidad...