🥊
#JiminQueLute
¡Mayday! — Last One Standing
Kendrick Lamar — m.A.A.d city
Kendrick Lamar — Sing About Me
Westside Gunn — 327Sentia que estava preparado para aquele momento desde sempre.
Como se tivesse nascido para lutar, sentia a energia, adrenalina, a loucura. Jeon Jeongguk não trocaria aquilo (levar um soco ou dar uma surra) por nada, mas talvez porque ele realmente não enxergasse qualquer outra coisa. Quando decidia entrar naquele ringue improvisado, o rapaz de fios escuros com as pontas pintadas de azul não via nenhuma outra opção além daquilo, da luta.
— Atenção, rapazes. — Jaebum, o homem que estava no centro do ringue não muito grande bateu as mãos, espalmando-as nos troncos dos dois lutadores que se encaravam. — Esta é uma luta só com punhos. A luta pode terminar de três jeitos: nocaute, ordem do árbitro ou desistência. Nada de bater na nuca, nem na virilha. Alguma pergunta?
Os olhos bem desenhados do árbitro foram para o lado direito, fitando o homem careca de pele bem clara e um cavanhaque preto. Ele apenas negou enquanto os punhos estavam cerrados na frente do rosto. Jaebum virou-se para o lado esquerdo e recebeu a mesma reação de Jeongguk, seu irmão, fazendo-o empurrar ambos os corpos de leve. — De volta para o canto.
Jeongguk olhou para seu adversário, mordendo de leve o protetor bucal preto encaixado nos dentes superiores enquanto o homem careca apenas o encarava de volta, dando pequenos saltos para aquecer as pernas.
— Estão prontos?
Depois que ouvia o grito do árbitro, não existia mais nenhum som que pudesse parecer barulhento demais dentro da cabeça dele. O corpo se mexia de forma automática, avançando na direção do adversário que parecia tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo.
Sentia o coração acelerando disparadamente e era uma sensação que se equiparava a falta de ar que Jimin sentiu assim que conseguiu chegar perto o suficiente do ringue.
Os olhos pequenos procuraram JK por todos os lados até encontrá-lo ali, brigando.
E lá estava ele. Parecia brilhar apesar de ter sangue escorrendo do corte recém aberto no supercílio e grama amassada nos joelhos e coxa. O cabelo estava semi preso, com os fios do fim da nuca soltos porque eram curtos demais, contudo, quanto mais ele se mexia para esquivar-se dos golpes alheios, mais os fios se soltavam e caíam nos olhos, combinando com as íris extremamente escuras. O corpo era ágil, musculoso e com tatuagens perdidas em pontos aleatórios. Jimin o fitava à procura de algo que não transbordasse indignação ou raiva, mas era só o que podia ser encontrado no semblante focado.
Além disso, ele era realmente bom no que fazia. Pelos vídeos na Internet, já era possível perceber as habilidades de Jeongguk, mas pessoalmente tudo se tornava intenso e insano. As pessoas ao redor do ringue, improvisado com cordas pretas envolvidas em uma fita de isolamento vermelha, gritavam afoitas à medida que JK esquivava para então socar, parecendo não respirar ao menos uma única vez.
Existia um pouco de deboche nele, também. Apesar dos dentes cobertos pelo protetor bucal preto, Park sabia que ele estava se divertindo com o fato de que estava ganhando. Teoricamente ganhando.
Quando o homem careca decidiu segurar-se nas cordas para recuperar o fôlego, Jeon não perdeu um segundo sequer antes de avançar na direção dele e o encurralar contra o canto do ringue. O público foi a loucura e os fios suados do lutador escondiam cada vez mais o rosto dele que, por sua vez, desprendia socos até que o homem acabasse deitado.
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Do Outro Lado Do Ringue | kook+min
RomanceAo ser designado para entrevistar Jeon Jeongguk, um dos participantes de lutas ilegais de fundo de quintal em Busan, o jornalista Park Jimin acaba encontrando seu próprio passado, um lutador preocupado com a comunidade carente onde mora e a realidad...