Acordo no meio da noite, vejo Edgar observando o lado de fora da casa por uma janelinha redonda da qual passava a luz da lua, a visão era viciante, um homem com uma expressão séria e pensativa, com o luar atingindo seu rosto e deixando seus cabelos negros igual a carvão, mas a pequena brisa fazia parecer que ele era a coisa mais leve e conforme a luz batia em seus cabelos as pequenas mechas se faziam parecer brilhos de estrelas que foram esquecidas, mas sempre estiveram lá. De toda e qualquer forma, era encantador se ele não tivesse me notado enquanto eu estava o observando.
- o que foi? - indagou confuso com o meu jeito.
- me levantei rápido demais - disfarcei me erguendo do chão, tentando ficar de pé com uma tontura realmente acontecendo. Minha visão escureceu assim que eu levantei, não enxergava nada e então senti uma mão no meu braço me segurando.
- deveria tomar mais cuidado com isso, então - ele falou enquanto minha visão começava a voltar ao normal, percebi que ele estava mais perto do que ele imaginava, fazia um tempo que as pessoas não se aproximavam tanto de mim e ai acabei me acostumando com a distância tanto que eu acabei esquecendo como se dizia obrigada, me levantei e então ajeitei-me para a minha parte da ronda noturna.
- vai dormi, eu dou conta - falei pra ele me escorando do lado da cadeira em que ele estava sentado e observando os raios luminosos da lua e as estrelas dançando com seu brilho.
Sinceramente, estava tudo tão calmo que eu havia esquecido que estavamos em perigo e novamente me lembrei da época em que não tinha monstros pra nos preocupar e sem perceber fechei os olhos e cai em um sonho ao qual eu nunca pensei que fosse sonhar novamente.
Meu pai, minha mãe e eu estavamos saindo do restaurante após uma noite divertida e comemorativa por eu ter sido aceita no curso de astronomia, os rostos dos meus pais mal apareciam ou estavam com os olhos apagados ou estavam com o rostos embarcados quase como se estivesse esquecendo deles.
- nos estamos sentindo sua falta já - mamãe falou com um sorriso tristonho em seu rosto e por um segundo o cenário havia mudado, mas retornou assim que pisquei os olhos.
- nem sai e vocês estão fazendo drama - eu brinquei e de longe eu vi algo estranho, dois corpos conhecido correndo em minha direção de uns 200 metros pra frente e se aproximando desesperadamente - vocês conhecem aqueles caras? - perguntei inquieta por que apesar de eu reconhecer, eu não me lembrava deles.
- são seus amigos, filha - meu pai falou sereno como somente ele conseguia. Em minha visão periférica já tinha pessoas correndo para fora e fazendo festa, dançando, cantado e do nada a rua estava enfeitada com varias de coisas de festa junina, mas não era festa junina e aquilo parecia divertido - você tem que seguir em frente meu amor - meu pai me falou se aproximando perto de mime acariciando meu rosto e novamente a visão dos dois cheios de cortes e sangrando com mordidas e olhos arrancados veio em meus olhos e sumindo logo depois.
- se for sobre o Natan, saiba que eu já superei - eu falei sem entender.
- meu amor, você sabe do que estamos falando - minha mãe falou com um sorriso tristonho e então sinto meu corpo ser puxado para atrás por duas mãos diferentes, olho para atrás e vejo Natan e Edgar me puxando amedrontados.
- o que vocês estão fazendo - me debati incessantemente tentando voltar para os braços dos meus pais.
- ele não são seu pais - Natan falou desesperado, olho novamente e vejo eles parados com sorrisos de pesar e me esperando como se eu tivesse 7 anos, a visão deles se afastava a cada segundo e eu me desesperava cada vez mais.
- mas que merda tão falando? Claro que são meus pais! - esbravejei intercalando meu olhar para o Natan, meus pais e Edgar com o sentimento de certeza de algo que não existia. Quando olho de volta para meus pais eu vejo um ALIEN atrás deles e terror toma conta das minhas emoções.
Aquela coisa ergueu suas garras lentamente e pude ver suas elas passando em câmera lenta pelos meus pais. Meus instintos de luta haviam acabado, o mundo havia se transformado no que é hoje e ali, bem na minha frente, estava os cadáveres dos meus pais, destroçados, ensanguentados, quase irreconhecíveis se não fosse pelos seus rostos que antes estavam com um sorriso.
Sou levada pra longe deles e algo no mundo real começa a me despertar, foi então que percebi que havia cochilado, acordei já meio alertada por conta do barulho, olhei para o meu lado e peguei a primeira arma de fogo e arma branca que havia próximo, eram uma adaga e uma metralhadora semiautomática, olhei pela pequena janelinha que havia no local, o luar começou a iluminar meu rosto, mas como a floresta estava coberta por névoa, acontecia de não conseguir ver mais de 5 metros em minha frente.
Para poder verificar o que está acontecendo resolvo sair para averiguar o local. Ao sair percebo um barulho estranho no local, algo que arfa, parecia humano e dava muito medo. Comecei a seguir calmamente e com muito cuidado para não pisar em galhos no chão, quanto mais perto eu chegava mais alto era o som e chegou a uma altura que eu conseguia distinguir não apenas um som que aparentava arfar, mas dois. Conforme eu chegava cada vez mais perto, a silhueta aparecia, medonha, estranha, se movimentava para frente a para trás, quando eu finalmente consegui entender eu paralisei, eram dois ALIENS, acasalando, como se fossem humanos, mergulhados em prazer e suas caldas acariciando o corpo do outro, minhas pernas fraquejaram ao perceber que eles se assimilavam com os humanos mesmo quando nem se quer dá pra chama-los de humanos. Sem força nas pernas eu apenas caio, desacreditada e assustada, mas mesmo no meio daquela nojeira, em meio a neblina noturna que deixava o tempo mais frio, sinto algo do nada chegando por trás e aconchegando-se em meu ombro, quando olho para trás já com o olhos marejados de medo e torcendo para que não seja a baba de um ALIEN, eu vejo Natan, como em um impulso misturado com alívio, eu o abraço, mas antes de puxar o ar ele leva seu dedo indicador aos seus lábios, um sinal claro que indicava silêncio. Natan depois de ter dado uma passada de olho naquela coisa ele puxou a cabeça para trás, como se dissesse para voltarmos, sem questionar nem pestanejar eu o sigo apenas assentindo com a cabeça, essa foi a única coisa que se dá para dizer que eu tenha falado, seguimos de volta para a cabana, ele me segurando para eu não cair e eu perplexa demais para falar algo.
Após nós termos saído da zona de perigo que aquelas criaturas ofereciam, acabamos chegando a cabana onde encontramos Edgar nos aguardando com uma espingarda na mão, sem dizer nada ele apenas se vira deixando a entrada da cabana livre para nós. Depois de entrarmos, Edgar fecha a porta e fica mais um tempo apenas olhando, se certificando de que não há ALIENS por perto, enquanto isso, Natan estava me colocando na cama e me deixou lá apenas deitada em meu canto, o que eu definitivamente necessitava naquela hora, então naquele momento Edgar ficou na cama ao meu lado e sorriu gentilmente pra mim, um sorriso que dizia que estava tudo bem e que não precisava ter medo, eu apenas me virei e aos meus pés eu via a porta e o ponto de vigia em que o Natan se encontrava.

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Extermínio
ActionLIVRO EM PROCESSO DE CRIAÇÃO. ATENÇÃO! ->PODE DEMORAR PRA SER POSTADO CAPÍTULOS ->PODE HAVER MUDANÇAS NOS CAPITULOS JÁ POSTADOS JÁ QUE LEIO DIVERSAS VEZES PARA VER SE HÁ COISAS À MUDAR. Por favor. Tenham paciência, faz muito tempo que não posto li...