Capítulo 07 - 24. "As Cartas de Ninguém"

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Ninguém dormira nos últimos dois dias. Jacob e os outros estavam insanos em sua busca intensa pra desvendar àquelas pistas. Haviam cerca de cinquenta cartas antigas enviadas para um endereço que estava marcado como um símbolo. O problema era saber o que significava aquele símbolo e o conteúdo das cartas era totalmente inútil, pensou Jacob enquanto lia a vigésima primeira.

– Parece que não tem nada aqui nessas cartas além desse símbolo. — resmungou.
– Você tentou prestar atenção no conteúdo? — questionou Sujeong, ao que Jacob negou com a cabeça. – Tente pegar os detalhes, qualquer coisa pode ser o indício de uma localização. Por exemplo, lê esse trecho que eu marquei.

"A peixaria não vai muito bem, meu amor. Fazem três dias que o trânsito aqui cessou e as pessoas pararam de comprar frutos do mar. Assim os peixes irão apodrecer. Igual como foi no passado."

Jacob olhou confuso pra Sujeong que já estava no limite de sua paciência.

– Não consegue ver? O remetente cita uma peixaria... Uma peixaria Jacob, quer dizer que o Eric pode estar preso no interior de uma peixaria. — supôs.
– Eu também acho muito provável que seja isso, se não for, pelo menos é alguma pista. — disse Changmin. – Temos um peixe de pista, a carta cita uma peixaria, talvez não seja um enigma tão absurdo.
– Mas porque ele iria prender o Eric numa peixaria? — questionou Jacob.
– Vai saber! Sequestradores tem dessas de escolherem lugares bem inesperados. — disse Changmin.
– É, mas não sabemos nem que peixaria estamos nos referindo, existem milhares. — disse Jacob. Ele estava ficando bastante desanimado.
– Vamos descobrir uma hora. Eu mandei o peixe pra um laboratório de um amigo meu e ele disse que em mais ou menos vinte e quatro horas me entrega o resultado sobre espécie e onde são abundantes. Pode ser uma pista. — disse Changmin.
– Gente, olha essa carta. — chamou Kevin, que estava sentado bem quieto lendo uma das dez cartas no sofá. – Eu acho que essa é a última carta desse homem, olha...
– "Eu acho que meus dias estão acabando. Estou indo até aquele lugar para encontrar o Homem. Não posso mais fugir dele e dos outros. Meu filho, meu filho precisa ir embora daqui." — Jacob olhou confuso para Kevin. – Então quer dizer que a pessoa que escreveu essas cartas...
– Está morta! Eu acredito fielmente que sim já que as outras cartas não parecem ter continuidade com essa e eu tenho a óbvia teoria de que o casal dessa foto são, respectivamente, remetentee e destinatário dessas cartas. — concluiu Kevin.
– Você conseguiu achar alguma informação sobre a foto Joochan? — questionou Jacob.
– Até agora não. Eu usei a câmera do celular pra pesquisar, mas a foto não aparece em nenhum site ou coisa parecida, bom... Pelo menos até onde procurei.
– Meu Deus, parece que só estamos andando em círculos. — resmungou Jacob.

Não demorou muito até que a atenção deles se voltou para o noticiário que passava naquele momento. Uma notícia urgente anunciava que um corpo fora encontrado perto de uma loja de conveniência, localizada na zona norte de Suwon.

"O corpo foi encontrado todo mutilado. Língua e olhos foram arrancados e os dedos da vítima foram cortados no meio. A vítima se trata de um homem, jovem, de mais ou menos uns vinte e cinco anos e o que mais intriga os investigadores, é que na sua barriga estava escrita a sentença 'cinco dias'. A perícia alega acerto de contas com agiotas e que a mensagem na barriga pode ser um aviso para outra vítima."

Jacob se jogou pra trás no sofá e mais uma vez ele estava tremendo muito, com os olhos arregalados e a boca aberta sem conseguir dizer sequer uma palavra.

Poucos minutos depois, Kevin se colocou ao seu lado e o abraçou com toda a sua força, de forma que Jacob tentasse se acalmar.

– Não... Não... Isso não é culpa sua. — Kevin acariciava a cabeça de Jacob enquanto o mesmo começava a chorar em seu peito. – Isso é tudo unicamente culpa dele, você não tem nada a ver com isso.
– Ele vai...
– Não Jacob, ele não vai... Ele não vai matar o Eric, por favor, fica calmo! — Kevin acariciava a cabeça de Jacob, enquanto os outros olhavam horrorizados pra televisão.
– Vamos continuar. — sugeriu Chagmin e os outros continuaram lendo as cartas.


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