Capítulo 12 - 29. "A Primeira Missão"

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A lua estava bem cheia naquela noite. O pequeno Jaehyun nunca tinha andando por lugares tão esplêndidos assim com seus pais antes, era a primeira vez, inclusive, que eles faziam um passeio de carro repentino. Ele gostava da ideia, era relaxante, ele era uma criança feliz, que amava o mar, a cidade e tinha um bom relacionamento com os pais. Jaehyun nunca dera trabalho o que tornava tudo ainda melhor pra ele.

O passeio durou uns vinte minutos, até que eles finalmente chegaram em um local. Jaehyun não sabiam aonde estavam, mas tinha certeza que, de todos os lugares fascinantes que eles passaram no mesmo dia, aquele era o menos chamativo, na verdade, de longe, não era nada atrativo e nem de perto também. Era um galpão antigo, escuro.

– Onde estamos? — questionou o jovem Jaehyun.
– Em Suwon. — respondeu Haneul, a mãe do garoto.
– É sério mamãe! Onde estamos? — impaciente, ele perguntou mais uma vez.
– Acho que por hora, você não precisa saber. Espere aqui que eu e seu pai iremos entrar. — disse a mulher.
– Eu vou ficar aqui sozinho?
– Iremos só abrir a porta e voltamos aqui com você. — a mulher respondeu dando um beijinho na testa do filho, que sorriu.

O garoto tinha poucas lembranças ruins com os pais. Vez ou outra eles brigavam na frente do menino, e uma vez, por motivos desconhecidos, sua mãe teve que sair de casa por um mês inteiro, levando ele junto, fazendo com que seu pai se comunicasse por cartas com ela.
Alguns minutos depois, a mãe retorna correndo para o carro. Dessa vez ela estava com um semblante de desespero e parecia fugir de algo. Por curiosidade, o garoto olhou para trás e percebeu que haviam luzes, aparentemente de carros, vindo na direção deles. Então como um impulso, ele desceu do carro e foi se encontrar com a mãe.

– Mamãe, o que tá acontecendo? — questionou meio amendrotado.
– Não posso te contar agora, mas temos que entrar. Vamos, depressa! — ela o puxou pelo braço e saiu correndo com o garoto.

Ambos corriam rápidos demais, Jaehyun não conseguia raciocinar bem a situação, ele via tudo embaçado na sua visão e tudo correr rapidamente a sua volta.
Sua mente apagara alguns minutos e quando finalmente recuperara os sensos, ele estava cercado de homens de preto, enquanto seu pai a sua direita era encurralado por mais homens de preto e sua mãe também estava encurralada. Ele não conseguiu se desesperar pois alguém, aparentemente inofensivo, o segurou no colo. A pessoa em questão era um homem de cabelos grisalhos, usando um terno marrom charmoso e óculos quadrados segurados pelo nariz.

– Ah... Eles tem um filhinho. — disse o homem. – Qual é seu nome criança?
– Lee... — o pequeno não sentia nada pois não conseguia enxergar o que acontecia com seus pais. Apenas ouvia os gritos de dor e sofrimento de ambos.
– NÃO! JAEHYUN NÃO! — gritava a mulher.
– JAEHY— AAAAAAAAAAAAAH! — o homem gritava ainda mais alto.
– Ah, não se preocupe. Seu pai achou que seria legal me roubar, então eu fiquei sabendo que ele tinha um filhinho tão precioso e eu pensei que ele não merecia crescer com isso. — disse o homem, seu tom de voz calmo e suave. – Me conte seu nome que eu contarei o meu.
– Lee... Lee Jaehyun. — disse com a expressão estática. Pra falar a verdade, ele estava com medo de expressar qualquer coisa naquele momento.
– Oh, um Lee? Que boa coincidência, ou talvez não. — ele passou a mão na cabeça do garoto e lhe deu um sorriso e depois, estranhamente, olhou com desdém para os dois que estavam sendo torturados no chão. – Eu sou Lee Junseo. Vou cuidar de você agora.

Essa foi a imagem que Jaehyun guardou daquele dia: Lee Junseo rindo gentilmente enquanto seus pais eram mortos esquartejados a suas costas. A última imagem dos seus pais? Foram suas cabeças sendo jogadas em um terreno baldio, seguidas de seus corpos em pedaços. Ele vira tudo isso acontecer, ao lado de um garoto chamado Younghoon, que também fora resgatado junto dele naquele dia.

Jaehyun se ingressou na Lee House com outro nome, adotando Hyunjae como sua marca. Ele não estava confortável em estar alí. Ele não sentia nada em seu peito, quase nada e por isso ele suportou todas as torturas e agressões que sofrera durante seu treinamento para se tornar um soldado daquela fortaleza. Suportou pensando que uma hora ou outra seu corpo iria desistir por ele. Ele não era grato por Lee Junseo, ele sentia apenas respeito pelo homem que poupou sua vida, porém, ao mesmo tempo, ele queria vê-lo destruído em quatro pedaços, que nem seus pais foram e pra isso, ele treinou muito, treinou com o objetivo de chegar no topo e bater de frente com o homem que roubou toda sua alegria e felicidade.

THE KEEPER: ChaseOnde histórias criam vida. Descubra agora