Pesadelo

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Tatsumi estava coberto de sangue, seus olhos verdes estavam cheios de constrangimento após ver mais uma pessoa morta em sua frente de uma forma tão brutal como aquela. As roupas de Tatsumi estavam encarnadas, o vermelho do sangue pintava toda a pele e roupas do garoto. O cheiro era horrível e seus olhos lagrimavam de tristeza.

_Isso... Isso é frustrante, por que? – Tatsumi desmaiou de cansaço, sendo acomodado pelo chão duro de gelo e sangue.

Os pesadelos mais obscuros afundavam sua mente em desespero, sempre se lembrando de seus falecidos amigos. Tatsumi era acorrentado e torturado por eles a todo momento, sempre gritando de dor e pedindo seu sincero perdão. Aquele era um fardo muito pesado de se carregar,  um fardo chamado culpa.

Tatsumi acordou de seu sono profundo, se perguntando quanto tempo havia se passado desde que adormeceu. O sangue estava impregnado em suas mãos, assim como em seus pesadelos. Tatsumi se pós de pé, alongou-se e relembrou da carta que havia lido, colocou a grande espada em seu ombro e partiu em direção a localização mostrada na carta. Deixando o cadáver de Andressa para trás, assim como ele desejava fazer com suas responsabilidades.

O portão que tampava a entrada agora não mais existia, assim como a tempestade que tanto o castigou em sua caçada, restando apenas de pé a neve que engolia Tatsumi como em seus sonhos perturbadores. Após muito sofrimento, quase sendo derrotado pela neve, Tatsumi avistou uma pequena cabana com a lareira acessa, uma floresta começava aonde o deserto de neve e gelo acabava.

Tatsumi desceu o desfiladeiro e bateu na porta da cabana que estava quase caindo em pedaços, mas ninguém veio a seu encontro. Esperou, esperou e esperou, até que sua paciência foi-se embora e abriu a porta. Tendo seu pé direito estraçalhado por uma armadilha de urso.

_Ahahai ! Mas que merda é essa ! – gritou Tatsumi com seus olhos esbugalhados.

Um velho muito pequeno saiu de seu esconderijo em uma cadeira de rodas, armado com uma espingarda carregada e pronto para mata-lo.

_O que você veio fazer aqui !? Eu não vou para lá de novo ! – O velho segurou a respiração, mirou e atirou contra Tatsumi, mas acertou um papagaio que estava ao lado da cabeça do garoto, pois o velho era quase cego.

Tatsumi não conseguia rir devido a dor que sentia, mas se pudesse iria rir até o amanhecer do dia seguinte.

_Eu vim aqui pela carta de um minerador ! Ele disse que o senhor poderia fazer algo com essa espada... – O velho escutou e atirou de onde a voz vinha, mas Tatsumi defendeu com a grande espada.

_Droga ! Errei mais um como de costume... Entre, deixarei que você viva desta vez invasor do norte ! – O velho jogou sua arma na lareira e foi até a porta onde Tatsumi estava preso.

_MAS NEM FUDENDO ! Você tentou me matar três vezes seguidas em menos de cinco minutos e acha que eu vou confiar no senhor? Acho que errei o endereço... – A dor pouco a pouco cessava, mas o cheiro forte de sangue o deixava tonto.

O velho se aproximou de Tatsumi e o soltou da armadilha, deixando o mesmo agora “livre”.

_Eu não vou voltar para lá, já estou te garantido logo ! – resmungou o velho

_Eu não vim aqui para levá-lo a nenhum lugar, apenas entregar está espada para você ! – Tatsumi jogou a espada no chão, estremecendo toda a estrutura da pequena e frágil cabana.

_Desculpe minha grosseria. Eu sou Handvar, o pequeno ferreiro bipolar da mina Koldge... Mas e então, o que esta escrito nesta tal carta ? – perguntou Handvar coçando sua enorme barba cinzenta.

_Ele não especificou muitas coisas, mas disse que esta espada deveria ser entregue a você... – afirmou Tatsumi se encolhendo de dor.

_Hummmm... Compreensível, tenha um ótimo dia ! AGORA SAIA DA MINHA CASA !!! – Handvar gritou até que os ouvidos de Tatsumi quase explodissem.

Tatsumi e esdeath Onde histórias criam vida. Descubra agora